19 fevereiro 2015, Redecastorphoto
http://redecastorphoto.blogspot.com.br (Brasil)
19/2/2015, The Saker, The
Vineyard of the Saker
Traduzido pelo pessoal da Vila
Vudu
NOVORRÚSSIA: VITÓRIA DE DIMENSÕES
HISTÓRICAS
Os novorrussos estão no controle de
Debaltsevo (oficialmente 90% oficialmente 100%, à
meia-noite GMT). Mais importante que isso: já não há qualquer resistência
organizada. Fontes russas dizem que cerca de mil soldados da junta recusaram-se
a render-se e permanecem escondidos ou fugiram para o extremo sul do caldeirão.
Os novorrussos nem se deram o trabalho de caçá-los ou de responder ao fogo
deles, esporádico (e errático): apenas esperam que a fome e o frio os faça
aparecer. Porta-voz dos novorrussos informou que todas as comunicações entre as
forças da junta no caldeirão e seus comandos foram cortadas. Estações de TV
russas estão mostrando imagens de soldados novorrussos hasteando sua bandeira no centro da cidade, foto abaixo:
Novorrussos hasteiam bandeira no
centro de Debaltdevo.
Já estava bem claro há algum tempo
que as forças da junta
no caldeirão de Debaltsevo estavam derrotadas, mas não
deixa de ser surpreendente a rapidez do colapso final. Bem visivelmente, o que
se tem ali é um colapso catastrófico das capacidades de combate das forças do
governo neonazista de Kiev.
A imprensa russa também está
mostrando vídeos de soldados da junta rendendo-se, em Debaltsevo e em torno da
cidade. Os que se rendem são tratados, se feridos; e recebem banho, roupas
limpas e alimento, e serão mandados para casa o mais rapidamente possível.
Durante recente conferência de
imprensa, na Hungria, o presidente Vladimir Putin confirmou que as forças
ucranianas foram derrotadas em Debaltsevo. Confirmou também que os EUA estavam
enviando armas para a junta neonazista em Kiev; e acrescentou que tinha
absoluta certeza de que essa ação dos norte-americanos só serviria para
aumentar o número de mortos, e nada modificaria no resultado final do
confronto, porque os soldados ucranianos não querem combater; lembrou também
que o moral dos novorrussos está hoje mais forte do que nunca, depois da
vitória em Debaltsevo.
O evento noticioso mais divertido do
dia, porém, é Petro Poroshenko, sempre negando que haja ou tenha
havido qualquer combate ou caldeirão em Debaltsevo, mapa abaixo:
Aparentemente, a junta permanece em
estado de choque, depois dos últimos eventos, a tal ponto que os doidos em Kiev
decidiram simplesmente negar tudo, todos os fatos e toda a realidade. É péssima
estratégia, porque, embora toda a imprensa russa esteja censurada na Ucrânia,
incluindo redes de TV a cabo e emissoras de rádio, e cancelamento de todos os
passaportes autorizados para jornalistas russos na Ucrânia, ainda assim se
encontra informação acessível pela Internet, e muita informação sobre eventos
recentes circula até por telefone (inclusive com reprodução de chamadas
telefônicas que forças da junta fizeram, de dentro do caldeirão). Assim sendo,
por mais que os doidos no Parlamento e no governo insistam na gritaria em modo
de “negação histérica profunda”, a população está informada sobre a realidade,
e os discursos “oficiais”, de fato, só fazem ampliar a magnitude do desastre.
[Não me surpreenderia se a
linha-dura dos mais malucos, à moda dos Yarosh & Co., virem as costas para
Poroshenko. Será interessante ver como se posicionam “Yats” e Turchinov, amigos
de Victoria “Foda-se a UE” Nulands. – Meu instinto diz que, na sequência, todos se
virarão contra Poroshenko].
Acho que estamos testemunhando um
verdadeiro evento histórico, nesses dias. Apesar de a derrota dos ukies em
Debaltsevo ter dimensões táticas, com absoluta certeza terá sérias consequências
operacionais e possivelmente também estratégicas.
Embora ainda sem qualquer confiança,
começo a ter a forte sensação de que toda a força militar ucraniana chegou ao
famoso “ponto de fratura” que várias vezes mencionei aqui: aquele ponto no qual,
não importa o quanto ainda reste de capacidades, toda a organização de um
exército de repente vem abaixo. Sim, sei que o restante do front permanece
atualmente estável, mas acho que a derrota em Debaltsevo terá efeito devastador
sobre o moral das forças da junta. Não apenas isso, mas, tão logo o caldeirão
seja completamente dizimado, as forças novorrussas que o tomaram estarão
disponíveis para operações noutros pontos.
Pensem: várias locações chaves
absorveram quantidade enorme de forças novorrussas, especialmente o aeroporto
de Donetsk (que foi usado para bombardear Donetsk), o bolsão de Debaltsevo (que
foi usado para bombardear Gorlovka, que ameaçava o eixo
Donetsk-Gorlovka-Lugansk e que podia ser usado para montar ataques contra
Donetsk ou Lugansk) e a cidade de Peski que foi usada para apoiar as forças da
junta no aeroporto de Donetsk. Tudo isso está agora em mãos novorrussas. A
questão agora é: para onde podem virar-se, a seguir?
Por enquanto, os novorrussos estão
pegando leve, como “ótimos rapazes”. Até já começaram a retirar seu armamento
pesado, apesar de a junta não ter retirado coisa alguma (os dois lados deveriam
ter-se movimentado simultaneamente). Mas não sejamos ingênuos: estão fazendo
desse modo porque sabem que é seguro para eles, não porque tenham qualquer
confiança no Acordo Minsk-2 (AM-2), menos ainda na junta. A infantaria
novorrussa (com os blindados) é tão superior à da junta, que podem retirar o
armamento pesado sem perder grande coisa. Mas dado que todos compreendem
perfeitamente que é impossível cumprir o fixado no AM-2, é óbvio para todas as
partes envolvidas que o conflito recomeçará. Quando acontecer, será em contexto
dramaticamente diferente do que se viu nesse inverno.
Primeiro, os
novorrussos estão, pela primeira vez, adequadamente armados, equipados e
abastecidos.
Segundo, a
operação Debaltsevo mostrou que, pela primeira vez, as forças das Repúblicas
Populares de Lugansk e de Donesk são capazes de trabalharem juntas. Até
Mozgovoi, que nada tem de bom a dizer sobre Zakharchenko ou Plotnitsky em
termos políticos, está operando militarmente pela mesma pauta, e todas as
forças novorrussas parecem ter-se posto finalmente sob comando único.
Terceiro, as
duas maiores fraquezas das posições novorrussas foram removidas; com isso, muitos
e muitos soldados estão sendo liberados para combaterem em outros fronts.
Tome-se, por exemplo, o caso de Mariupol. As forças da junta tentaram construir um ataque na direção geral
de Novoazovsk. Só conseguiram penetrar um par de quilômetros na
terra-de-ninguém entre os dois lados e foram detidas bem facilmente. Agora que
forças de assalto novorrussas logo estarão liberadas e disponíveis, uma
contraofensiva novorrussa em Mariupol passa a ser ameaça bem real às forças da
junta na cidade. Até agora, esse tipo de ataque novorrusso era arriscado, por
causa da possibilidade de uma manobra de flanco das tropas da junta, que
poderia fechar o contato com o restante das tropas novorrussas; esse perigo
agora está muito reduzido, não só pela disponibilidade de forças novorrussas,
mas também porque o moral das unidades da junta desabou.
Outra interessante opção foi
mencionada pelo especialista militar dos anti-Maidan (muito bom) Andrei
Basketok, que prevê um ataque novorrusso ao longo de M4 e N20 na direção de Karlovka e Avdeevka seguido por ataque em pinça para cercar mais uma vez as
forças da junta (em vermelho no mapa abaixo).
O verdadeiro problema para Kiev é
que mais ou menos toda a atual linha de contato pode ser ponto de potencial
contraofensiva para os novorrussos que, por falar deles, jamais esconderam o
desejo de recuperar as terras novorrussas históricas tradicionais. Assim sendo,
enquanto prossegue lindo e doce o atual (relativo) cessar-fogo, acho que, à
altura da primavera, quando os novorrussos já tiverem reforçado a infantaria
com mais de 100 mil ou mais homens, a situação para o regime de Kiev será
absolutamente horrível e não há quantidade de armas que os EUA mandem para eles
que altere alguma coisa. Bem poderá ser o começo do fim do experimento nazista
em Kiev.
As implicações para o império
anglo-sionista são bem claras: se os 1%
& defensores tiverem ainda algum senso de realidade, residual que seja,
eles descartarão Poroshenko e os demais doidos por lá, e criarão alguma espécie
de governo de tecnocratas, para que escrevam uma nova Constituição e organizem
um referendo para a federalização, simplesmente porque é melhor negociar com o
pessoal de Kiev enquanto ainda se vê alguém com quem negociar, do que depois de
já estarem metidos em algum bunker cercados por lá, como fez
Hitler, o herói deles. Mas, infelizmente, não me parece que reste algum juízo
nem no Tio Sam nem naqueles eurocretinos.
Aconteça como acontecer, pelas urnas
ou à bala, fato é que ESTAMOS vencendo!
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