20 fevereiro 2015, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)
Foi divulgado nesta sexta-feira (20) um manifesto
assinado por lideranças intelectuais e socias como Aldo Arantes, Celso
Amorim, Emir Sader, Fabio Konder Comparato, Franklin Martins, João Pedro
Stédile, José Paulo Sepúlveda Pertence, Marilena Chauí, entre outros, que
denuncia a tentativa de enfraquecer a Petrobras, com a Operação Lava Jato, para
atender os interesses internacionais.
Sob o título "O que está
em jogo agora", o documento afirma que as investigações da Lava Jato
desencadearam "um processo político que coloca em risco conquistas da
nossa soberania e a própria democracia".
Para assinar o manifesto, clique aqui. http://www.fup.org.br/2012/assinatura-de-manifesto
"Com efeito, há uma campanha para esvaziar a
Petrobras, a única das grandes empresas de petróleo a ter reservas e
produção continuamente aumentadas. Além disso, vem a proposta de entregar o
pré-sal às empresas estrangeiras, restabelecendo o regime de concessão,
alterado pelo atual regime de partilha, que dá à Petrobras o monopólio do
conhecimento da exploração e produção de petróleo em águas
ultraprofundas. Essa situação tem lhe valido a conquista dos principais
prêmios em congressos internacionais", afirma o manifesto.
O documento ressalta que está em curso uma ação dos interesses geopolíticos
dominantes para controlar o petróleo. "Entre nós, esses interesses
parecem encontrar eco em uma certa mídia a eles subserviente e em
parlamentares com eles alinhados. Debilitada a Petrobras, âncora do nosso
desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, serão dizimadas
empresas aqui instaladas, responsáveis por mais de 500.000 empregos
qualificados, remetendo-nos uma vez mais a uma condição subalterna e
colonial", destaca o texto.
O manifesto denuncia ainda que para atender a esses interesses, setores
"estimulam o desgaste do governo legitimamente eleito, com vista a
abreviar o seu mandato".
"Para tanto, não hesitam em atropelar o Estado de Direito democrático,
ao usarem, com estardalhaço, informações parciais e preliminares do
Judiciário, da Polícia Federal, do Ministério Público e da própria mídia,
na busca de uma comoção nacional que lhes permita alcançar seus objetivos,
antinacionais e antidemocráticos."
Ao final, o manifesto destaca que o país já viveu tal afronta em 1964.
"Custou-nos um longo período de trevas e de arbítrio. Trata-se agora de
evitar sua repetição. Conclamamos as forças vivas da Nação a cerrarem
fileiras, em uma ampla aliança nacional, acima de interesses partidários ou
ideológicos, em torno da democracia e da Petrobras, o nosso principal símbolo
de soberania", conclama.
Ato em defesa da Petrobras no Rio e em São Paulo
“Defender a Petrobras é defender o Brasil”. Esse é o slogan do ato em defesa da Petrobras, que será realizado na próxima terça-feira (24), no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, com participação de sindicalistas, representantes dos movimentos sociais, estudantes, artistas, advogados, jornalistas e intelectuais.
O ato está sendo organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e integra uma campanha nacional em defesa da Petrobras, que já teve início nas redes sociais, com a coleta de assinaturas de adesão ao manifesto, que será lançado oficialmente no dia 24.
Para o ato, já estão confirmadas as presenças dos escritores Eric Nepumoceno e Fernando Moraes, da jornalista Hildegard Angel, do cineasta Luiz Carlos Barreto, da filósofa Marilena Chauí, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, além de lideranças sindicais, estudantis e dos movimentos sociais.
Outros atos
A campanha em defesa da estatal prosseguirá após o ato do dia 24, com atividades por todo o país. Uma grande manifestação popular já está agendada para o dia 13 de março, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Da redação do Portal Vermelho, com informações do Jornal GGN e Ascom FUP
“Defender a Petrobras é defender o Brasil”. Esse é o slogan do ato em defesa da Petrobras, que será realizado na próxima terça-feira (24), no auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro, com participação de sindicalistas, representantes dos movimentos sociais, estudantes, artistas, advogados, jornalistas e intelectuais.
O ato está sendo organizado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e integra uma campanha nacional em defesa da Petrobras, que já teve início nas redes sociais, com a coleta de assinaturas de adesão ao manifesto, que será lançado oficialmente no dia 24.
Para o ato, já estão confirmadas as presenças dos escritores Eric Nepumoceno e Fernando Moraes, da jornalista Hildegard Angel, do cineasta Luiz Carlos Barreto, da filósofa Marilena Chauí, do economista Luiz Gonzaga Belluzzo, além de lideranças sindicais, estudantis e dos movimentos sociais.
Outros atos
A campanha em defesa da estatal prosseguirá após o ato do dia 24, com atividades por todo o país. Uma grande manifestação popular já está agendada para o dia 13 de março, na Avenida Paulista, em São Paulo.
Da redação do Portal Vermelho, com informações do Jornal GGN e Ascom FUP
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Texto do manifesto:
DEFENDER A PETROBRÁS É DEFENDER O BRASIL
Federação Única dos
Petroleiros (FUP) http://www.fup.org.br/2012/assinatura-de-manifesto
Há quase um ano o País acompanha uma operação policial
contra evasão de divisas que detectou evidências de outros crimes, pelos quais
são investigadas pessoas que participaram da gestão da Petrobrás e de empresas
fornecedoras. A ação institucional contra a corrupção tem firme apoio da
sociedade, na expectativa de esclarecimento cabal dos fatos e rigorosa punição
dos culpados.
É urgente denunciar, no entanto, que esta ação tem
servido a uma campanha visando à desmoralização da Petrobrás, com reflexos
diretos sobre o setor de Óleo e Gás, responsável por investimentos e geração de
empregos em todo o País; campanha que já prejudicou a empresa e o setor em
escala muito superior à dos desvios investigados.
A Petrobrás tem sido alvo de um bombardeio de notícias
sem adequada verificação, muitas vezes falsas, com impacto sobre seus negócios,
sua credibilidade e sua cotação em bolsa. É um ataque sistemático que, ao invés
de esclarecer, lança indiscriminadamente a suspeita sobre a empresa, seus
contratos e seus 86 mil trabalhadores dedicados e honestos.
Assistimos à repetição do pré-julgamento midiático que
dispensa a prova, suprime o contraditório, tortura a jurisprudência e busca
constranger os tribunais. Esse método essencialmente antidemocrático ameaça,
hoje, a Petrobrás e suas fornecedoras, penalizadas na prática, enquanto
empresas produtivas, por desvios atribuídos a pessoas físicas.
Ao mesmo tempo, o devido processo legal vem dando
lugar ao tráfico seletivo de denúncias, ofensivo à consciência jurídica
brasileira, num ambiente de obscuridade processual que propicia a coação e até
o comércio de testemunhos com recompensa financeira. Na aparente busca por
eficácia, empregam-se métodos que podem – isto, sim – levar à nulidade
processual e ao triunfo da impunidade.
E tudo isso ocorre em meio a tremendas oscilações no
mercado global de energia, num contexto geopolítico que afeta as economias
emergentes, o Brasil, o Pré-Sal e a nossa Petrobrás.
Não vamos abrir mão de esclarecer todas as denúncias,
de exigir o julgamento e a punição dos responsáveis; mas não temos o direito de
ser ingênuos nessa hora: há
poderosos interesses contrariados pelo crescimento da Petrobrás, ávidos por se
apossar da empresa, de seu mercado, suas encomendas e das imensas jazidas de
petróleo e gás do Brasil.
Historicamente, tais interesses encontram porta-vozes
influentes na mídia e nas instituições. A Petrobrás já nasceu sob o ataque de
“inimigos externos e predadores internos”, como destacou a presidenta Dilma
Rousseff. Contra a criação da empresa, em 1953, chegaram a afirmar que não
havia petróleo no Brasil. São os mesmos que sabotaram a Petrobrás para tentar
privatizá-la, no governo do PSDB, e que combateram a legislação do Pré-Sal.
Os objetivos desses setores são bem claros:
-- Imobilizar a Petrobrás e depreciar a empresa para
facilitar sua captura por interesses privados, nacionais e estrangeiros;
-- Fragilizar o setor brasileiro de Óleo e Gás e a
política de conteúdo local; favorecendo fornecedores estrangeiros;
-- Revogar a nova Lei do Petróleo, o sistema de
partilha e a soberania brasileira sobre as imensas jazidas do Pré-Sal.
Para alcançar seu intento, os predadores apresentam a
Petrobrás como uma empresa arruinada, o que está longe da verdade, e escondem
do público os êxitos operacionais. Por isso é essencial divulgar o que de fato
aconteceu na Petrobrás em 2014:
-- A produção de petróleo e gás alcançou a marca
histórica de 2,670 milhões de barris equivalentes/dia (no Brasil e exterior);
-- O Pré-Sal produziu em média 666 mil barris de
petróleo/dia;
-- A produção de gás natural alcançou 84,5 milhões de
metros cúbicos/dia;
-- A capacidade de processamento de óleo aumentou em
500 mil barris/dia, com a operação de quatro novas unidades;
-- A produção de etanol pela Petrobrás Biocombustíveis
cresceu 17%, para 1,3 bilhão de litros.
E, para coroar esses recordes, em setembro de 2014 a
Petrobrás tornou-se a maior
produtora mundial de petróleo entre as empresas de capital aberto,
superando a ExxonMobil (Esso).
O crescente sucesso operacional da Petrobrás traduz a
realidade de uma empresa capaz de enfrentar e superar seus problemas, e que
continua sendo motivo de orgulho dos brasileiros.
Os inimigos da Petrobrás também omitem o fato que está
na raiz da atual vulnerabilidade da empresa à especulação de mercado: a venda,
a preço vil, de 108 milhões de ações da estatal na Bolsa de Nova Iorque, em
agosto de 2000, pelo governo do PSDB.
Aquela operação de lesa-pátria reduziu de 62% para 32%
a participação da União no capital social da Petrobrás e submeteu a empresa aos
interesses de investidores estrangeiros sem compromisso com os objetivos
nacionais. Mais grave ainda: abriu mão da soberania nacional sobre nossa
empresa estratégica, que ficou subordinada a agências reguladoras estrangeiras.
Os últimos 12 anos foram de recuperação e
fortalecimento da empresa. O País voltou a investir em pesquisa e a construir
gasodutos e refinarias. Alcançamos a autossuficiência, descobrimos e exploramos
o Pré-Sal, recuperamos para 49% o controle público sobre o capital social da
Petrobrás.
O valor de mercado da Petrobrás, que era de 15 bilhões
de dólares em 2002, é hoje de 110 bilhões de dólares, apesar dos ataques
especulativos. É a maior empresa da América Latina.
A participação do setor de Óleo e Gás no PIB do País,
que era de apenas 2% em 2000, hoje é de 13%. A indústria naval brasileira, que
havia sido sucateada, emprega hoje 80 mil trabalhadores. Além dos trabalhadores
da Petrobrás, o setor de Óleo e Gás emprega mais de 1 milhão de pessoas no
Brasil.
É nos laboratórios da Petrobrás que se produz nosso
mais avançado conhecimento científico e tecnológico. Os royalties do petróleo e
o Fundo Social do Pré-Sal proporcionam aumento significativo do investimento em
Educação e Saúde. Este é o
papel insubstituível de uma empresa estratégica para o País.
Por tudo isso, o esclarecimento dos fatos interessa,
mais do que a ninguém, aos trabalhadores da Petrobrás e à população brasileira,
especialmente à parcela que vem conquistando uma vida mais digna.
Os que sempre tentaram alienar o maior patrimônio
nacional não têm autoridade política, administrativa, ética ou moral para falar
em nome da Petrobrás.
Cabe ao governo rechaçar com firmeza as investidas
políticas e midiáticas desses setores, para preservar uma empresa e um setor
que tanto contribuíram para a atração de investimentos e a geração de empregos
nos últimos anos.
A direção da Petrobrás não pode, nesse grave momento,
vacilar diante de pressões indevidas, sujeitar-se à lógica dos interesses
privados nem agir como refém de uma auditoria que representa objetivos
conflitantes com os da empresa e do País.
A investigação, o julgamento e a punição de corruptos
e corruptores, doa a quem doer, não pode significar a paralisia da Petrobrás e
do setor mais dinâmico da economia brasileira.
É o povo brasileiro, mais uma vez, que defenderá a
empresa construída por gerações, que tem a alma do Brasil e simboliza nossa
capacidade de construir um projeto autônomo de Nação.
Pela investigação transparente dos fatos, no Estado de
Direito, sem dar trégua à impunidade;
Pela garantia do acesso aos dados e esclarecimentos da
Petrobrás nos meios de comunicação, isentos de manipulações;
Pela garantia do sistema de partilha, do Fundo Social
e do papel estratégico da Petrobrás na exploração do Pré-Sal;
Pela preservação do setor nacional de Óleo e Gás e da
Engenharia brasileira.
Defender a Petrobrás é defender o Brasil – nosso
passado de lutas, nosso presente e nosso futuro.
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