O baobá, uma árvore de
grande porte também chamada de imbondeiro, virá representado no primeiro carro
alegórico da escola paulista Nenê da Vila Matilde, o abre-alas, com uma
estrutura de cerca de seis metros de altura que terá no seu tronco um rosto de
um homem, que, no enredo, apresenta a história de Moçambique.
Sobre o baobá, ainda no
mesmo carro, haverá uma escultura de uma águia, símbolo daquela escola. Ao
todo, o abre-alas terá cerca de 12 metros de altura por 20 metros de
comprimento, segundo o carnavalesco Pedro Alexandre Lacerda, conhecido como
Magoo.
"Muitas vezes só
chegam aos brasileiros os problemas de Moçambique, os conflitos, a AIDS. Mas há
também muita coisa boa, há pessoas que enfrentam as adversidades com um sorriso
no rosto, vestindo cores vivas. Queremos que o Brasil conheça melhor esse
país",
disse o carnavalesco.
O desfile será composto
por quatro partes, a primeira delas com alas sobre a formação de Moçambique,
com povos de várias regiões africanas; a segunda sobre as invasões e a
colonização, que representa conquistadores como dragões; a terceira sobre os
costumes e tradições culturais; e a quarta com uma visão optimista de futuro,
incluindo a agricultura e o turismo.
Magoo contou que deixou
de lado os materiais de luxo normalmente usados para adornar os carros e
fantasias, como plumas e brilhos, e apostou em cores fortes e materiais leves e
rústicos que melhor definissem Moçambique, como tecidos, máscaras, palha ou
algodão cru.
A escola será a última a
desfilar na sexta-feira anterior ao carnaval, 13 de fevereiro. Enquanto
aguardam o desfile, trabalhadores acertam os últimos detalhes dos carros
alegóricos, ao mesmo que os foliões treinam a coreografia e a letra do samba,
durante os ensaios na sede da escola.
"Bate o tambor do
meu samba/ surdo, tarol e repique/ hoje a vila canta Moçambique./ Vem bateria
de bamba/ quem esperou prá me ver/ Chegou Nenê", diz a letra da música.
A Nenê de Vila Matilde é
uma escola tradicional, fundada em 1949 e onze vezes campeã do Carnaval de São
Paulo. O tema do enredo foi escolhido após a ideia de um membro da escola, que
havia visto uma reportagem sobre o Baobá na televisão.
A directora de Carnaval
da escola, Lucia Helena da Silva, realçou que a comunidade recebeu bem o tema,
e afirmou que as semelhanças entre Brasil e Moçambique estão para além da
língua, e abrangem costumes e características.
"Carnaval é cultura,
pelo Carnaval a gente aproxima os povos, faz as histórias ficarem
conhecidas", acrescentou. A pesquisa feita sobre o país, segundo Silva,
foi certificada pelo Instituto Nacional do Turismo de Moçambique (Inatur).
Oito autoridades de
Moçambique deverão representar o país no carro abre-alas, afirmou a directora
de Carnaval, além de outros moçambicanos divididos entre as alas. (RM/Lusa)
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