quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Moçambique reduz dependência externa

12 Fevereiro 2015, Jornal Noticias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

O país está a consolidar paulatinamente a redução da dependência externa no financiamento de projectos de desenvolvimento económico e social. Como resultado do encaixe de 80 por cento de recursos internos em 2014 a requisição de investimento financeiro de fora reduz para 20 por cento.

Segundo a Vice-Ministra da Economia e Finanças, Amélia Nakhare, o balanço do Plano Económico e Social de 2014 mostra que o país esteve bem em termos de capacidade orçamental, com o encaixe de 80 por cento dos recursos, contra 67.9 por cento que tinham sido alcançados em 2013.

Deste modo, a redução da dependência externa baixou de 30 por cento em 2013 para 20 por cento em 2014, sustentando um
contínuo aumento das receitas internas que dura há sensivelmente uma década.

Com efeito, em 2007 mais de 49 por cento do investimento financeiro do país vinha do exterior através de empréstimos ou donativos, uma dependência económica que acarreta condicionalismos.

A meta prevista para o ano passado era de uma receita fiscal na ordem de 153.075,1 milhões de meticais, segundo o Orçamento Rectificativo, depois do ajuste dos 147.371,6 milhões de meticais, muito por consequência da arrecadação das receitas de mais-valias, que resultam da transferência de propriedade dos activos mineiros entre as concessionárias.

De acordo com a avaliação feita pelo Governo esta terça-feira, a produção global atingiu 9,6 por cento, contra 7.7 por cento do plano, uma taxa de inflação média de 2.56 por cento, contra o planificado de 5.6 por cento.

“É importante realçar que a economia esteve durante este período perante uma conjuntura em que se registaram chuvas fortes que resultaram em cheias durante o período de implementação do Plano Económico e Social. Porém a reversão resultou em que o PIB estivesse até ao terceiro trimestre ao nível de 7.4 por cento, o que indica que existem condições para os resultados finais, que serão divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística, se aproximem da média inicial de oito por cento”, indicou Amélia Nakhare.

Para este desempenho contribuíram positivamente a agricultura, com 9.9 por cento, o sector agrário no seu todo, em 8.8 por cento. Por outro lado, o sector pesqueiro também teve uma participação bastante positiva na pesca artesanal em resultado do investimento havido em 2014 em termos de aquisição duma frota de pescas que permitiu a mecanização do sector pesqueiro, o que permitiu um incremento para 17 por cento.

Por seu turno, a pesca do tubarão e peixe contribuíram positivamente para o incremento do sector pesqueiro no seu todo. Para além da pesca do atum houve um crescimento da pesca do tubarão em 31 por cento e do peixe no geral em 19 por cento, para além do investimento em infra-estruturas que tem tido bastante impacto.

Para além destes sectores, a construção foi bastante representativa, ao se situar ao nível de 36.6 por cento.

Nos sectores sociais Nakhare referiu a desafios no sector da Educação naquilo que é o rácio aluno/professor de 62 por cento, sobretudo no Ensino Primário do 1.º Grau, contra uma meta que indicava 61 por professor.

Este resultado decorreu da expansão da capacidade de encaixe das escolas “o que significa que a mobilização feita para a aderência à escola tem resultados positivos”.

A cobertura da electrificação dos distritos até Dezembro de 2014 era de 125 distritos e neste momento estão a ser concluídos os dois últimos.

A execução do plano de actividades em termos de PES, segundo a fonte, situou-se em cerca de 80 por cento.


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