11 fevereiro 2015, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
A diplomacia constitui uma das mais importantes actividades do Estado, que tem de a exercer de modo contínuo, com vista a alcançar fins que salvaguardem os interesses nacionais e ajudem a resolver problemas mundiais.
Angola é um país com grandes responsabilidades a nível
internacional e tem sido chamada a dar contribuições para a busca de soluções
para problemas mundiais, em particular no continente africano. Estas
responsabilidades obrigam o nosso país a possuiruma diplomacia activa e
actuante, num mundo cada vez mais complexo e
marcado por conflitos sangrentos e
devastadores.Para tanto é necessário que o país tenha diplomatas suficientemente preparados para executar uma agenda com múltiplos assuntos relevantes e incontornáveis e para acompanhar as rápidas mudanças que ocorrem nas relações internacionais.
A actual dinâmica das relações internacionaisexige da nossa diplomacia perspicácia, celeridade e eficiência no tratamento de questões em que o nosso Estado tem interesses estratégicos. Na reunião anual de embaixadores que decorreu em Luanda, o ministro das Relações Exteriores, GeorgesChikoti, fez questão de recordar aos diplomatas angolanos as grandes prioridades da política externa de Angola, apelando-os a estar “prontos para reponderem com eficiência aos desafios”.
Trata-se de desafios que têm de levar os nossos diplomatas a superar as suas insuficiênciase a reforçarem a sua capacidade, para estarem à altura de, a cada momento, definirem correctamente o caminho a seguir, em alinhamento com os objectivos estratégicos do Estado. É importante que no exercício da diplomacia se aprofunde o conhecimento sobre assuntos que têm a ver com os interesses nacionais, o que facilita a actuação dos diplomatas angolanos e os habilita a fazerem análises correctas das situações com que têm de tomar contacto. A rapidez das transformações políticas e económicas no mundo de hoje justifica uma atenção permanente aos fenómenos e um conhecimento aprofundado deles pode conduzir a nossa diplomacia a interpretá-los bem. É imperioso afinar os mecanismos de recolha e tratamento da informação útil ao trabalho diplomático. Uma diplomacia “ao serviço da paz e do desenvolvimento” deve estar bem informada, pois a informação é essencial para se tomarem decisões acertadas.
Sabe-se que Angola é frequentemente convidada a empreender acções no sentido da resolução de conflitos e são vários os governantes de diferentes Estados que elogiam os feitos diplomáticos de Angola em África, na procura da paz e da segurança dos povos do continente. O mundo reconhece a experiência de Angola em matéria de gestão e resolução de conflitos em África e agora que o país está no Conselho de Segurança da ONU como membro não permanente a comunidade internacional espera um maior protagonismo da nossa diplomacia. A diplomacia angolana tem de se movimentar num mundo em que há preocupantes crises políticas e humanitárias, guerras que ceifam milhares de vidas humanas e um terrorismo que desestabiliza e fragiliza os Estados, para paralisar as suas instituições e impedir que as comunidades levem uma vida politicamente organizada e tranquila.
Angola está comprometida com a luta pela paz e pela segurança no mundo e não deixará de colaborar com Estados e organizações internacionais para o estabelecimento e cumprimento de uma agenda que vá ao encontro dos anseios dos povos. Os problemas do continente africano são, naturalmente, uma prioridade da nossa diplomacia, que não cessa de envidar esforços, num quadro multilateral ou bilateral, para a superação dos conflitos que fazem sofrer muitosmilhares de pessoas. A África continua a chorar as vítimas de atrocidades cometidas por grupos extremamente violentos e que cometem crimes hediondos, negando-se a respeitar a ordem constitucional em alguns países do continente.
A diplomacia angolana sente-se no dever de ajudar a mudar o actual quadro em África, pelo que, dada a complexidade dos problemas, actua em concertação com as forças africanas amantes da paz. A luta pela paz é árdua e constitui um desafio que deve ser enfrentado por todos, com inteligência e perseverança. O ministro Georges Chikoti disse na reunião dos embaixadores que, para Angola, a paz e a segurança são “premissas fundamentais para que qualquer Nação possa realizar plenamente o seu potencial em termos de desenvolvimento, democracia e promoção dos direitos humanos”.
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