22 set 2014, Zé Dirceu http://www.zedirceu.com.br
(Brasil)
Por Wadih
Damous*
Esta eleição presidencial
se desenha como a mais disputada dos últimos anos. A morte de Eduardo Campos e
o perfil que assumiu a candidatura Marina Silva tornaram o resultado
imprevisível.
Marina tenta se equilibrar numa tênue linha que torne compatíveis suas posições anteriores e as de seus novos aliados de alma tucana. Ainda que perca credibilidade com seus vaivens e com uma ginástica que parece não ter fim, o resultado da eleição não está definido, nem a vitória de Dilma Roussef, assegurada.
Daí a importância de se
ter clara a diferença entre as duas alternativas.
Dilma significa a
preservação do papel do Estado e dos bancos públicos na economia e na sociedade
como elementos indutores do progresso, numa perspectiva de redução das
desigualdades. Ela é a opção dos que compreendem que
o mercado seria incapaz,
por si só, de melhorar a distribuição de renda ou o acesso de todos aos
direitos sociais básicos.
Isso é fato.
A opção Marina se
assenta na perspectiva neoliberal, segundo a qual o mercado seria capaz de
trazer justiça social e distribuição de renda. O mesmo se diga de Aécio Neves.
Mesmo que possa haver
críticas às gestões do PT na Presidência, é inegável que elas são muito
diferentes das de FHC e trouxeram avanços significativos para o país. Uma
vitória eleitoral de Marina (ou de Aécio) representaria um indiscutível passo
atrás.
Isso é fato
Vale a pena olhar para
os últimos 12 anos.
Com os programas
sociais desenvolvidos por Lula e Dilma houve considerável redução da miséria no
país, comprovada por todos os índices e reconhecida internacionalmente.
Isso é fato.
Nos governos do PT foram criados 23 milhões de novos
empregos com carteira assinada.
Isso é fato.
Com Dilma foi criado o
Mais Médicos, que, mesmo não sendo solução definitiva para os problemas de
saúde, levou assistência médica a um grande número de regiões antes
abandonadas. Vieram para o país mais de 15 mil médicos e o programa é aprovado
por 87% dos brasileiros.
Isso é fato.
Com Lula e Dilma ganhou
corpo o aumento do poder de compra do saláriomínimo, hoje 73% maior, em termos
reais, do que em 2001.
Isso é fato.
Dilma e o PT têm como
prioridade a realização de uma reforma política, essencial para o avanço da
democracia e a limitação do poder econômico. Marina ou Aécio não encampam esta
posição.
Isso é fato.
Ao contrário do que
acena Marina, Dilma já reafirmou que o Banco Central manterá sua autonomia
operacional, mas não será independente do presidente e do Congresso, cuja
legitimidade vem das urnas. Portanto, não será capturado pelo sistema
financeiro.
Isso é fato.
Ao contrário do que
ameaça fazer Marina, Dilma já reafirmou que não retirará quaisquer direitos dos
trabalhadores, sob pretexto de “atualização” da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT).
Isso é fato.
Com Dilma apesar dos
acenos a certos setores fundamentalistas o Estado laico será respeitado, como
manda a Constituição.
Isso é fato
Dilma vai manter a Lei
da Partilha, que aumentou a presença do Estado e da Petrobrás na exploração do
présal.
Isso é fato.
Ao defender o
plebiscito e a Constituinte exclusiva, Dilma mostrouse mais sensível aos
reclamos das ruas do que os outros dois candidatos.
Isso é fato
Por tudo o que foi dito
acima, fica claro que a eleição de Marina ou Aécio seria um enorme retrocesso
para o país.
O voto em Dilma é a
opção daqueles que querem que a democracia e a justiça social continuem
avançando.
Isso também é fato.
*Wadih Damous é presidente licenciado da Comissão Nacional de
Direitos Humanos da OAB e da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro.
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