28 agosto 2014, Gazeta
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Analista
político indiano afirma que projeto poderia acelerar o desenvolvimento
econômico da região euroasiática; por outro lado, é uma ameaça para os
interesses dos países participantes mais fracos.
O governo chinês convidou a Índia para participar da
sua iniciativa de unir a antiga rede de vias na região euro-asiática com
um novo conjunto de rotas. A Rússia provavelmente participará do projeto. Os
indianos ainda não decidiram se entrarão na iniciativa ou não.
Em julho, um grupo de jornalistas começou a explorar a
chamada nova Rota da Seda na província de Gansu, no noroeste da China, um
centro antigo de comércio.
O projeto tem três objetivos: unir Índia, Bangladesh,
Mianmar e China; a parte ocidental da
china com a zona portuária do Paquistão
através da cordilheira de Karakoram e a parte oriental da China com outros
países através de rotas por marítimas.
Os especialistas afirmam que o projeto permitirá
estimular o desenvolvimento econômico regional, ajudará a desenvolver a
infraestrutura de transporte de energia e melhorará a coordenação entre os
países no combate ao extremismo religioso e ao terrorismo.
No futuro, permitirá ligar a Índia com a Rússia
através da Ásia Central. Especialistas afirmam que o projeto chinês parece
positivo, porque permitirá conectar todos os países da região euroasiática,
incluindo as áreas de difícil acesso.
O convite da China deve ser avaliado pela Índia muito
cuidadosamente e sem preconceito. A Índia não deve esquecer da oferta anterior
de desempenhar um papel mais importante nas organizações supranacionais, como a
Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) e a Organização de Cooperação de
Xangai.
A preocupação da Índia por um cerco hipotético da
China não é completamente sem sentido. A China mantém uma estreita amizade com
o rival da Índia, o Paquistão, e é um dos principais fornecedores de armas do
país. Além disso, o Paquistão também vai participar do projeto. Segundo a
análise estratégica da Índia, a China está desenvolvendo um plano para cercar o
país.
Rússia
Com a adesão da Rússia ao projeto, a iniciativa será
muito mais abrangente. Tanto a Índia como a China têm boas relações com a
Rússia. O diretor-geral da rádio estatal China Radio International, Wang
Gengnian, disse que "a viagem dos jornalistas internacionais à Rota da
Seda vai ajudar a fortalecer as relações entre o Província de Gansu e as
regiões da Rússia".
Além disso, a inclusão da Rússia na iniciativa
moderará a relutância da Índia sobre as intenções chinesas. Sua participação no
projeto permitirá receber financiamento do novo Banco de Desenvolvimento do
Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). A Rússia pode se tornar o
moderador das políticas da China na região.
Novos horizontes
Após o início da crise na Ucrânia, as relações entre a
Rússia e a União Europeia começaram a piorar, o que faz com que o governo russo
esteja interessado em melhorar as relações com os países da Ásia Central e do
Cáucaso, com a Índia e com a China.
Neste sentido, a antiga rede de estradas, algumas das
quais pertencem à Rota da Seda, poderia se tornar útil de novo. Já existem
redes de transporte, como o oleoduto Siberia Oriental - Oceano Pacífico, que
atravessa a Ásia Central, mas a conexão das vias existentes com uma nova rede
no antigo espaço soviético abrirá novas perspectivas de desenvolvimento
econômico e integração regional.
A Índia e China, por um lado, e a Rússia e os países
da Ásia Central, por outro, têm milhares de quilômetros de fronteira e essa
proximidade geográfica pode trazer muitos benefícios para todas as partes.
O projeto chinês também ajudará a melhorar a
coordenação entre as organizações regionais. A Comunidade Econômica da Eurásia,
liderada pela Rússia, poderá trabalhar diretamente com outras organizações,
como a Organização para a Cooperação Econômica, a Associação Sul-Asiática para
a Cooperação Regional, a Associação de Nações do Sudeste Asiático, entre
outras.
Esses órgãos poderão se unir para promover os
interesses regionais e nacionais.
*O dr. Debidatta Aurobinda Mahapatra é analista político indiano especializado em
conflitos internacionais e terrorismo
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