Os cidadãos estrangeiros
estão interditos de criar estabelecimentos de ensino do
nível primário no país, segundo o estabelece o Regulamento do Ensino Particular recentemente aprovado pelo
Ministério da Educação (MINED).
A medida entra em vigor a 1 de Janeiro de 2015 e, segundo Eurico Banze, porta-voz do MINED, a mesma não tem efeitos retroactivos, razão por que as instituições em funcionamento e criadas por cidadãos estrangeiros deverão se manter funcionais, devendo apenas regularizar a sua situação para se enquadrarem no novo dispositivo.
O mesmo documento
Eurico Banze, porta-voz do MINED, explicou ao nosso Jornal que entre os requisitos para a criação ou funcionamento de uma escola primária incluem-se, entre outros, a identificação do titular ou de cidadãos que constituem a sociedade, documentação relativa ao director e adjunto pedagógico da escola, comprovativos de formação psicopedagógica, experiência de três anos na docência, não exercer a mesma função noutra escola, título de propriedade, contrato de arrendamento ou acordo de cedência das instalações, planos de estudo e programa de ensino, bem como possuir um regulamento interno.
No entanto, a abertura e funcionamento de estabelecimentos particulares de ensino primário em zonas rurais não deverá depender da existência de infra-estruturas de construção convencional. No espírito da ligação escola-comunidade, as comunidades devem ser incentivadas a recorrer aos materiais de construção e equipamento localmente disponíveis.
Outra das exigências adoptadas pelo MINED é que todas as instalações particulares de ensino devem estar situadas em terrenos secos e protegidos de ventos fortes, ruídos, fumos e gases de qualquer proveniência.
No caso de impossibilidade de satisfazer os requisitos indicados, é obrigatória a realização de trabalhos de saneamento do terreno e o estabelecimento da devida protecção contra ventos, fumos, ruídos e gases, dando disposição adequada às construções.
Das suas obrigações, constam ainda que os estabelecimentos particulares devem fornecer dados sobre os efectivos escolares, corpo docente, aproveitamento escolar, implementar os planos de ensino de forma correcta, informar as graves anomalias sempre que ocorrem no quadro do ensino-aprendizagem, reservar dois por cento das vagas disponíveis para alunos necessitados, no exercício da responsabilidade social. Igualmente é obrigatório entoar o Hino Nacional, sendo que nos estabelecimentos particulares de ensino que operam curriculum estrangeiro, mas que tenham alunos moçambicanos, é obrigatório o ensino da História e Geografia de Moçambique.
Por outro lado, as instituições particulares de ensino que celebrem contratos com o Estado em que este aloca pessoal docente, equiparam-se, para efeitos de avaliação e emissão de diplomas e certificados de habilitações literárias, aos estabelecimentos públicos e ficam sujeitas às inspecções administrativas e financeiras dos serviços competentes do MINED.
A inspecção incide particularmente sobre a observância dos curricula e do cumprimento das normas e regulamentos aprovados no quadro do Sistema Nacional de Educação.
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