20 setembro
2014, Democracia &
Politica http://democraciapolitica.blogspot.com (Brasil)
Por Emir Sader, cientista político
NEOLIBERALISMO NO BRASIL
"Os dois primeiros capítulos do neoliberalismo no Brasil se deram no auge desse modelo em escala mundial. O projeto da Marina seria de um neoliberalismo tardio.
“O projeto neoliberal nunca foi tão claro como com a Marina.” (Dilma)
"Os dois primeiros capítulos do neoliberalismo no Brasil se deram no auge desse modelo em escala mundial. O projeto da Marina seria de um neoliberalismo tardio.
“O projeto neoliberal nunca foi tão claro como com a Marina.” (Dilma)
REPÚBLICA DE BANQUEIROS
Capitulo I: Fernando Collor de Mello
O neoliberalismo chegou no Brasil no projeto do Collor. Seus carros-chefes midiáticos foram:
--- os “marajás”, como forma de desqualificar aos servidores públicos e ao Estado em geral, estendendo a eles a situação de alguns privilegiados, para atacar o Estado e promover
--- as “carroças”, como forma de promover a abertura do mercado nacional, desqualificando a produção brasileira e exaltando a globalização neoliberal.
A economia brasileira entrou numa profunda crise recessiva, como resultado de uma política aventureira, que confiscou as poupanças dos brasileiros. Foi o começo do escancaramento do mercado interno e a quebra das indústrias brasileiras diante da avalanche de ingresso de capitais estrangeiros. O Estado começou a ser desarticulado, pela adoção de políticas de privilégio do mercado.
Mas a queda de Fernando Collor se deu pelas denúncias de corrupção, como parte do saque do Estado. Deixou apenas começado o projeto neoliberal no Brasil.
Capítulo II: Fernando Henrique Cardoso/PSDB
FHC retomou o projeto interrompido do Fernando Collor. O Plano Real foi a forma concreta de privilegiar o ajuste fiscal, tomando como objetivo central do seu governo a estabilidade monetária, o combate à inflação.
Nessa
sua segunda versão, "a estabilidade monetária promoveria distribuição de
renda e retomaria o crescimento econômico, pela atração de capitais
externos". O controle da inflação se transformou em dívida pública, que
foi multiplicada por 10, enquanto a estabilidade monetária não se traduziu
em distribuição de renda mas, ao contrário. A centralidade do
mercado, a abertura ao mercado internacional, o desmonte do Estado, a
precarização das relações de trabalho, acentuaram a desigualdade e a exclusão
social.
O governo FHC/PSDB foi derrotado pelo seu fracasso até mesmo em controlar a inflação, deixando uma herança maldita para o governo Lula, incluindo uma profunda e prolongada recessão. Os candidatos do seu partido foram sucessivamente derrotados, como expressão do fracasso do governo neoliberal de FHC/PSDB.
Capitulo III: Marina Silva
Marina ocupa o lugar do tucano Aécio, que já havia demonstrado que pretendia assumir o projeto interrompido de FHC, incorporando a equipe econômica daquele governo. Sua iminente derrota e um acidente aéreo – de contornos obscuros – levou a que Marina Silva assumisse esse projeto.
Seu objetivo expressamente mencionado seria desalojar o PT do governo, mediante uma “nova política”, que na verdade se traduz na desqualificação do Estado e da política, assim como da polarização entre esquerda e direita.
O enunciado do seu programa contém postulados clássicos do neoliberalismo: independência do Banco Central, mudança da política de integração regional pela de livre comércio – expressa na Aliança para o Pacífico -, com a particularidade de rebaixamento do perfil do Pré-sal, como forma de abertura aos capitais estrangeiros na área petrolífera.
O governo FHC/PSDB foi derrotado pelo seu fracasso até mesmo em controlar a inflação, deixando uma herança maldita para o governo Lula, incluindo uma profunda e prolongada recessão. Os candidatos do seu partido foram sucessivamente derrotados, como expressão do fracasso do governo neoliberal de FHC/PSDB.
Capitulo III: Marina Silva
Marina ocupa o lugar do tucano Aécio, que já havia demonstrado que pretendia assumir o projeto interrompido de FHC, incorporando a equipe econômica daquele governo. Sua iminente derrota e um acidente aéreo – de contornos obscuros – levou a que Marina Silva assumisse esse projeto.
Seu objetivo expressamente mencionado seria desalojar o PT do governo, mediante uma “nova política”, que na verdade se traduz na desqualificação do Estado e da política, assim como da polarização entre esquerda e direita.
O enunciado do seu programa contém postulados clássicos do neoliberalismo: independência do Banco Central, mudança da política de integração regional pela de livre comércio – expressa na Aliança para o Pacífico -, com a particularidade de rebaixamento do perfil do Pré-sal, como forma de abertura aos capitais estrangeiros na área petrolífera.
Esse
projeto trata de não incorrer no erro de Aécio Neves, procurando revestir o
projeto no envoltório de uma “nova política”, mas os traços neoliberais ficam
perfeitamente à vista. Se faltasse algo, a equipe central da campanha é
composta por uma banqueira e dois ideólogos típicos do neoliberalismo.
Os dois primeiros capítulos do neoliberalismo no Brasil se deram no auge desse modelo em escala mundial e latino-americano. O projeto da Marina seria de um neoliberalismo tardio, tendo fracassado no Brasil, na América Latina e no mundo."
Fonte: escrito por Emir Sader, cientista político (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/154017/Neoliberalismo-no-Brasil-Capítulo-III-Marina.htm).
Os dois primeiros capítulos do neoliberalismo no Brasil se deram no auge desse modelo em escala mundial e latino-americano. O projeto da Marina seria de um neoliberalismo tardio, tendo fracassado no Brasil, na América Latina e no mundo."
Fonte: escrito por Emir Sader, cientista político (http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/154017/Neoliberalismo-no-Brasil-Capítulo-III-Marina.htm).
NOTAS
PT:
Partido dos Trabalhadores
PSDB: Partido da Social Democracia
Brasileira, fundado em 1988. Esta
organização direitista está muito ligada aos interesses dos Estados Unidos.
FHC: Fernando Henrique Cardoso teve a
sua eleição financiada pela CIA. Durante os seus mandatos – de 1995 a 1998 e de 1999 a 2002 --, aplicou uma forte política de
privatização de empresas a favor do capital estrangeiro, em particular o
norte-americano. Um dos vários escândalos verificados na sua gestão foi a
venda, para uma empresa dos Estados Unidos, de um satélite que tambem era
utilizado para fins militares. O seu governo depois o alugou na mesma empresa
gringa, que assim passou a controlar o fluxo de informação do Brasil, inclusive
as relacionadas com a segurança nacional.
Privatizações
Apoiado por políticos direitistas, Fernando Henrique
promoveu várias emendas à Constituição para facilitar a entrada de empresas
estrangeiras no Brasil e implantar o seu programa de privatizações.
Resumo das privatizações feitas pelo seu governo
1.
Acabou com o monopólio estatal do
petróleo no
Brasil. Em consequência de uma grande mobilização
popular, este monopólio
tinha sido estabelecido
em 1953, pelo Congresso Nacional, com a aprovação da Lei Nº 2004, que tambem criou a Petrobrás.
2.
Privatizou a Rede Ferroviária Federal, o que jogou no
desemprego milhares de funcionários e trabalhadores, provocando ainda a
extinção do transporte de passageiros.
3.
Privatizou a maioria dos bancos estaduais, as
telecomunicações – incluindo satélite de também uso militar -- e a companhia
Vale do Rio Doce, hoje com valor de mercado calculado em 127 bilhões de
dólares. Esta privatização foi denunciada pelo senador Pedro Simon como uma "doação
da empresa pública a um grupo privado".
4.
Terceirizou serviços e empregos públicos.
5.
Promoveu a privatização da educação superior
com a abertura linhas de crédito para expandir o investimento privado neste
sector.
Sobre a Era das Privatizações, o repórter Amaury Ribeiro Jr. Afirman, no
livro A Privataria Tucana, publicado em 2011, que foi uma "verdadeira pirataria praticada
com o dinheiro público em benefício de fortunas privadas, por meio das chamadas
'offshores', empresas de fachada do Caribe…". Este programa antinacional
de Fernando Henrique Cardoso foi executado por José Serra, na altura seu
ministro do Planejamento.
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