28 agosto 2014, Prensa Latina http://www.prensalatina.com.br (Cuba)
Manágua (Prensa Latina) O acesso à uma educação gratuita e de qualidade
e a solidariedade com povos como o palestino marcaram os debates que durante
quatro dias transformaram a Nicarágua em centro do movimento estudantil da
região.
Desde o início de suas sessões no Centro de Convenções Crowne Plaza, na
capital, o XVII Congresso Latino-americano e Caribenho de Estudantes (CLAE)
apontou não apenas para a necessidade de uma educação nova, emancipadora,
transformadora e libertadora.
Os participantes ratificaram também a luta contra o sistema capitalista, propuseram como alternativa uma sociedade equitativa, digna e com justiça social e defenderam continuar fortalecendo o processo de integração.
Personalidades como a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba e o ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya, convidados
para a abertura das análises do encontro,
plasmaram com suas intervenções o tom que marcaria encontro.Os participantes ratificaram também a luta contra o sistema capitalista, propuseram como alternativa uma sociedade equitativa, digna e com justiça social e defenderam continuar fortalecendo o processo de integração.
Personalidades como a ex-senadora colombiana Piedad Córdoba e o ex-presidente hondurenho Manuel Zelaya, convidados
A 100 anos da I Guerra Mundial, o capitalismo e sua forma de expressão política, social e econômica, o neoliberalismo, espreitam e tratam de desestabilizar, apontou Córdoba, ao acrescentar que a unidade é o caminho para a vitória daqueles que pensam transformar o mundo.
Nesse sentido, fez um chamado à consolidação dos mecanismos de integração como a União de Nações Sul-americanas, e qualificou as organizações como a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos de "estruturas importantíssimas da solidariedade".
O congresso esteve dedicado a um dos principais impulsores da unidade regional, o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez.
Jovens e convidados concordaram em destacar o legado e o trabalho de Chávez, que liderou desde 1999 um processo de transformações sociais em seu país, e em denunciar a injerência na Revolução Bolivariana.
Ao se pronunciar sobre a situação na Venezuela, Córdoba considerou que as tentativas de desestabilização contra o governo do presidente Nicolás Maduro não são casuais e alertou sobre a estratégia midiática para esse país.
Também se referiu à realidade de seu país, reiterou que "a paz da Colômbia é a paz da região", e convidou os mais de três mil jovens de 23 países presentes no evento a apoiar essa causa.
O fim do confronto armado - cuja concretização é de grande importância na opinião do analista político equatoriano Sebastián Cevallos- converteu-se em um tópico recorrente em oficinas e conferências magistrais.
Desde 2012, delegados das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP) e do Governo desse país realizam conversas em Cuba para buscar uma saída política ao conflito.
Sobre a ilha, precisamente, emergiram também muitos pronunciamentos no encontro estudantil.
Os participantes condenaram o bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos há mais de meio século, ao mesmo tempo em que exigiram a liberdade dos três antiterroristas cubanos presos nesse país do norte.
Gerardo Hernández, Ramón Labañino, Antonio Guerrero, René González e Fernando González, foram detidos nos Estados Unidos há 16 anos por monitorar grupos que organizavam e financiavam ações violentas contra a ilha.
René e Fernando são os únicos que se encontram em Cuba, após cumprir integralmente suas penas.
O fórum repudiu, também, os planos subversivos desenvolvidos pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, entre eles o recrutamento desde 2009 de jovens latino-americanos para incitar os setores das novas gerações da ilha a atuar contra a ordem constitucional.
Mas não só essas e outras causas dos povos da região - a independência do Porto Rico, a saída da Bolívia ao mar e as Malvinas, cuja soberania é reclamada pela a Argentina -- estiveram presentes entre os participantes do CLAE.
Os jovens discutiram além das fronteiras da região, e fizeram sua denúncia aos ataques de Israel contra a Faixa de Gaza.
A Palestina tem e terá em cada estudante latino-americano um soldado de sua causa, reafirmou o presidente da Organização Continental Latino-americana e Caribenha de Estudantes (Oclae), Ricardo Guardia, ao ler a declaração final do encontro.
Minutos depois, na Plaza de la Revolución, na capital, o presidente nicaraguense, Daniel Ortega, destacou o compromisso dos jovens da região com as lutas dos povos do mundo.
A declaração final -- que resumiu os pronunciamentos e debates das jornadas de trabalho do CLAE -- nos faz sentir orgulhosos, porque é digna de uma juventude revolucionária, comprometida com a luta dos povos, enfatizou ao encerrar o encontro.
Depois de 31 anos sem ser realizado na América Central, o Congresso exaltou nesta capital os resultados da Nicarágua em diferentes âmbitos e incluiu encontros inéditos em espaços anteriores, como um Encontro Latino-americano de Estudantes da Secundária e outro de mulheres.
Para o presidente da Oclae, as sessões do encontro -- onde se sobressaiu uma ampla participação de estudantes centro-americanos -- contribuíram de modo especial à unidade do movimento estudantil na região.
*Correspondente da Prensa Latina na Nicarágua.
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