15 setembro 2014, Macauhub
http://www.macauhub.com.mo (China)
Angola, um dos dois principais fornecedores de petróleo
da China, pode retomar em 2014 o título de maior produtor petrolífero africano,
com o início da exploração de novos poços e a estagnação da produção do actual
líder, a Nigéria.
Depois de ter começado o ano em baixa, devido a problemas
técnicos nalgumas plataformas, a produção petrolífera angolana está em
recuperação, prevendo a petrolífera estatal Sonangol atingir um pico de 2
milhões de barris diários
em 2015.
Um relatório recente da Ecobank Research indica que o
principal impulso será dado pela entrada em produção de um novo projecto
liderado pela petrolífera francesa Total, designado CLOV, que acrescentará à
produção diária entre 160 mil barris a 200 mil barris.
“Angola pode potencialmente recuperar o lugar de
principal produtor petrolífero africano no final de 2014”, refere a
actualização do relatório “Energy, Oil and Gas.”
Mais de três anos depois do primeiro leilão de blocos no
“pré-sal”, estão prestes a ter início 8 projectos no mar, incluindo um no Bloco
15-06 que tem uma produção diária de 80 mil barris e reservas totais estimadas
em 200 milhões de barris.
A petrolífera italiana ENI, que é o operador no consórcio
de produção deste bloco, prevê iniciar a exploração no próximo ano com a
produção no quadrante leste, que deverá acrescentar mais 49 mil barris.
A Nigéria detém o título de principal produtor, mas
perdeu-o para Angola no ano de 2009, devido a ataques de militantes a algumas
unidades produtivas no delta do Níger.
Devido a problemas de segurança na região e de forma mais
vasta no Golfo da Guiné, a produção nigeriana tem ficado sistematicamente aquém
das previsões: no ano passado, a meta era de 2,53 milhões de barris, mas rondou
apenas 2,1 milhões de barris.
Segundo a consultora BMI, a incerteza ao nível da
segurança, mas também político e legislativo, deverá levar ao adiamento de projectos
de investimento de multinacionais petrolíferas na Nigéria, impedindo o
crescimento da indústria.
“Sem a adopção da Lei da Indústria Petrolífera, podem
ocorrer mais adiamentos de projectos no mar, resultando numa estagnação na
produção nigeriana”, refere a BMI.
Esta situação contrasta com a de Angola, onde o governo
mandatou nas últimas semanas a Sonangol para avançar com uma ronda de
licenciamento de 10 blocos de petróleo em terra das bacias do Baixo Congo e
Cuanza.
Em Abril, a Total e parceiros anunciaram um investimento
de 16 mil milhões de dólares no projeto Kaombo, no Bloco 32, ao largo de
Luanda, que deverá arrancar em 2017 com uma capacidade de produção de 230 mil
barris diários.
A produção petrolífera angolana aumentou a uma média de
15% ao ano entre 2002 e 2008, tendo atingido 1,8 milhões de barris no ano
passado, segundo o Departamento de Energia norte-americano.
A China é o destino de grande parte dessa produção, que
representa a quase totalidade dos 32 mil milhões de dólares de bens adquiridos
a Angola em 2013, numa altura em que as trocas comerciais entre os dois países
representam já mais do dobro do registado em 2009.
Na recente conferência de imprensa que serviu para
apresentar os resultados da petrolífera em 2013, a administradora da Sonangol,
Anabela Fonseca, afirmou que a China vai “continuar a ser um grande consumidor
de energia por mais algum tempo.” (macauhub/AO/CN)
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