sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Moçambique/Guebuza: O homem da reconciliação nacional -- defendem analistas em Maputo

11 de Setembro de 2014, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

O presidente da República, Armando Emílio Guebuza, é verdadeiramente um homem da paz e da reconciliação nacional, impulsionador da estabilidade e concórdia entre os moçambicanos, segundo defenderam analistas entrevistados pela nossa Reportagem em Maputo, a propósito do acordo de cessação das hostilidades militares rubricado, sexta-feira, ao mais alto nível pelo Governo e a Renamo.

O acordo de cessação das hostilidades é fruto de muitas acções levadas a cabo pelo Governo, dentre elas as cedências que se traduziram na alteração à Lei Eleitoral, aceitação da integração das forças residuais da Renamo nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de Moçambique (PRM) e ainda o compromisso declarado para a criação de um fundo de reconciliação para
a sua reinserção social.

Para além de atribuição do grande mérito ao Presidente da República por ter conduzido, com paciência e mestria, todo o processo que culminou com a assinatura da declaração de cessação das hostilidades militares, os nossos entrevistados destacaram os feitos e marcos da governação de Armando Guebuza durante os 10 anos em que está à frente da condução dos destinos do país, manifestando-se convictos de que somente em condições de paz é que os moçambicanos poderão realizar o sonho colectivo de progresso e bem-estar.

Apelaram para que a Renamo e, sobretudo, o seu líder saiba honrar os compromissos que assumiram com a assinatura da declaração de cessação das hostilidades e o mais rapidamente possível façam chegar às entidades competentes a lista dos seus homens residuais para efeitos da sua integração nas FADM e na Polícia, bem como inserção social e económica.

Um político maduro – segundo Olegário Banze
O analista Olegário Banze afirmou que ao dirigir todo o processo que culminou com a assinatura da declaração de cessação das hostilidades, o Presidente da República mostrou aos moçambicanos e à comunidade internacional que é um político maduro, um homem que aborda os problemas com calma e a devida ponderação.

“Em todo este processo, o Chefe do Estado agiu de forma sábia, acertada e atempada visando garantir o rápido desenvolvimento do país. A actividade do desenvolvimento havia sido ofuscada pelas hostilidades. As actividades das comunidades rurais estavam em risco. Tudo o que fazemos tem em vista o funcionamento dos mercados rurais e as hostilidades eram um factor limitante à dinamização da economia rural em geral”, disse.

Segundo Olegário Banze, com a normalização do trânsito rodoviário, sobretudo no troço Save-Muxúnguè, em resultado do acordo de cessação das hostilidades, o fluxo de mercadorias vai voltar a registar a sua regular dinâmica, contribuindo de forma desejada para a descida dos preços dos produtos.

“Estamos muito satisfeitos com o fim das hostilidades. O Governo e, particularmente, o Presidente da República empreenderam um enorme esforço para fazer compreender a Renamo que a única alternativa à paz é a própria paz e que as diferenças são ultrapassadas com o diálogo. Se não fosse esta visão, provavelmente estaríamos numa situação em que os processos políticos, económicos e sociais estivessem emperrados”, disse, acrescentando que com o fim das hostilidades estão criadas as condições para que o maior partido da oposição no país possa participar nas eleições e seus homens residuais sejam integrados nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique e na Polícia da República de Moçambique e/ou inseridos na vida social e económica.

Olegário Banze apelou aos políticos para que sejam nacionalistas e privilegiem sempre o diálogo para a resolução das suas diferenças, sendo a Assembleia da República o lugar eleito para expressarem democraticamente os seus pontos de vista. Afirmou que a criação do fundo da paz e reconciliação nacional é uma decisão acertada, sobretudo para a integração dos homens da Renamo. “As mentes desses homens devem ser transformadas para que, definitivamente, eles entendam e assumam que são úteis à sociedade”, indicou.

Referiu-se aos efeitos da governação de Armando Guebuza, defendendo que a olho nu são visíveis os ganhos conseguidos nos últimos dez anos em que o Presidente da República esteve à frente da condução dos destinos do Estado, destacando a aposta na construção de infra-estruturas de vária índole e na promoção e atracção de investimentos para o país. “Nos últimos anos, verificamos um grande fluxo de negócios ao país e isso se deve à grandiosíssima contribuição do Presidente Armando Guebuza para a economia”, disse.

Empenho do presidente foi fundamental – refere Júlio Mutisse
O papel, empenho, cometimento e comando do Presidente da República foram fundamentais para a assinatura da declaração sobre a cessação das hostilidades, segundo defendeu o analista Júlio Muthisse.

Sublinhou que a visão de futuro e a inteligência do Chefe do Estado foram decisivos para que o país retornasse à paz, em momentos cruciais que marcaram o diálogo político entre o Governo e a Renamo.

Júlio Muthisse afirmou que assinada a declaração de cessação das hostilidades, a Renamo tem agora a grande oportunidade de se afirmar como alternativa política para a governação do país, sendo o primeiro passo para o efeito a sua desmilitarização. “A Renamo deve correr no processo de implementação do acordo e apresentar-se como um partido político normal. Ela deve assumir uma estrutura para a governação do país”, disse, defendendo que o acto da assinatura do acordo em si não é o garante de uma paz efectiva, mas sim a materialização prática de tudo quanto nele está plasmado.

Para a nossa fonte, ao ter feito concessões na mesa do diálogo, o Governo manifestou a vontade expressa de que a paz devia ser restabelecida a qualquer custo e que ela é a principal agenda do país. Indicou que a cessação das hostilidades é a declaração da vontade do povo moçambicano de ter um país estável, onde as pessoas possam desenvolver as suas actividades normais, em paz e segurança.

Júlio Muthisse enumerou, do seu ponto de vista, três grandes méritos da governação do Presidente Armando Guebuza, o primeiro dos quais o facto de ter despertado no cidadão moçambicano a ideia de que o desenvolvimento do país é tarefa de todos, no quadro da auto-estima.

O segundo grande mérito é o de ter incutido a concepção de que o tal desenvolvimento e o fim da pobreza só podem advir de muito trabalho.

“A descoberta e exploração dos recursos naturais não nos devem remeter ao pensamento de que tudo será resolvido. É preciso muito trabalho de todos para que tal seja um facto. O terceiro grande mérito da governação do Presidente Armando Guebuza é o investimento em infra-estruturas. Essa aposta fez com que o país tivesse outro fôlego. Infelizmente, digo, ele não foi compreendido em alguns momentos, mas vamos ter saudades dele”, disse.

Acordo com “pernas para andar” – disse Rajendra de Sousa
Para Rajendra de Sousa, o acordo sobre a cessação das hostilidades militares tem “pernas para andar”, desde que as partes demonstrem a sua boa vontade em cumpri-lo no espírito e na letra. Disse, no entanto, que o Governo já deu passos gigantescos para a sua implementação, por exemplo quando anunciou a criação do fundo da paz e reconciliação nacional que também deverá beneficiar os homens residuais da Renamo.

“Para mim, naquela sexta-feira caiu por terra mais um mito que havia em muita gente. Muitos julgavam que o Presidente da República não queria paz. O que vimos é que o acordo foi assinado antes das eleições. Rubricado o acordo, a Renamo deve entregar as listas dos seus homens, para a sua integração e inserção social e económica. Ou seja, a Renamo deve também saber corresponder às expectativas, dando passos importantes. Há que se saber quantos homens a Renamo tem, que é também para se poder criar o fundo”, afirmou.

Sublinhou que o acordo “deve andar”, porque se a economia funcionar em pleno irá produzir riqueza a curto prazo e reflectir-se na vida do cidadão, através da criação de mais postos de trabalho, libertação do orçamento da dependência externa e o aumento dos salários da Função Pública.

Com a economia a funcionar em pleno, indicou, haverá mais crédito comercial e bonificado para os novos e os empresários já existentes. Disse que o papel do Presidente da República na sua qualidade de chefe do Governo foi crucial na direcção de todo o processo que culminou com a assinatura da declaração de cessação das hostilidades. Para consubstanciar a sua tese, Rajendra de Sousa indicou, por exemplo, que a deslocação de embaixadores a Gorongosa não teria sido possível se o Governo não tivesse demonstrado vontade e compromisso para com a paz e reconciliação nacional. “O Presidente da República demonstrou que é um homem da paz e reconciliação. Ele devolveu tranquilidade aos moçambicanos”, defendeu.

Postura excepcional – considera Amorim Bila
Para o analista Amorim Bila, a postura assumida pelo Chefe do Estado ao ter anuído ao pedido da Renamo, indicando a equipa do Governo para o diálogo com o maior partido da oposição no país, foi de grande abertura, concórdia e, sobretudo, excepcional.

“Gostaria de saudar o acordo e o papel desempenhado pelo Chefe do Estado desde o início do processo, quando a Renamo solicitou audiência em 2012. A mestria do Presidente da República esteve no facto de o Governo ter aceite encontrar-se com a Renamo e o diálogo ter produzido consensos em torno da Lei Eleitoral e dos instrumentos que foram homologados”, disse, frisando que no quadro dessa mestria de Armando Guebuza foi possível fazer entender à Renamo e ao seu líder que o Estado de Direito tem de ser respeitado e que as diferenças entre os moçambicanos devem ser resolvidas por via do diálogo.

Amorim Bila destacou que o processo chegou a bom porto, devido à verticalidade e à postura de abertura do Presidente da República, defendendo que todo o esforço empreendido pelo Chefe do Estado foi no sentido de promover o diálogo com vista à reconciliação nacional, concórdia e consolidação da unidade nacional.

“Tal como disse o Presidente da República, o que se espera é que o acordo seja implementado de forma célere com vista à consolidação da unidade nacional e integração dos homens residuais da Renamo, levando este partido à sua desmilitarização. A Renamo deve agora apresentar a lista dos seus homens para que o processo de integração e reinserção social e económica possa ocorrer”, disse.

Sobre os dez anos de mandato do Presidente Armando Guebuza, Amorim Bila destacou o combate à pobreza como a grande bandeira da governação, facto que faz com que hoje Moçambique seja uma referência de desenvolvimento económico na África Subsahariana e não só. Sublinhou que o combate à pobreza é o grande legado que o Chefe do Estado deixa aos moçambicanos, tendo apontado, por outro lado, os investimentos realizados em infra-estruturas e institucionalização da auto-estima e consolidação da democracia através das presidências abertas e inclusivas que, para a fonte, foram uma autêntica escola na base.

Perseverança e sentido de estado – afirmaIsálcioMahanjane
Para IsálcioMahanjane, no final de todo o processo o grande mérito vai para o Presidente da República, que o soube dirigir com paciência e perseverança, sem perder de vista o sentido de Estado. Segundo afirmou, pela disponibilidade do Governo e a medir pelos sinais dados pela Renamo, o acordo sobre a cessação das hostilidades é irreversível.

“Há condições objectivas para a sua operacionalização. Os factos demonstrados pelo Presidente da República são indicativo do seu comprometimento com a paz, com a pátria e com a reconciliação nacional”, disse, acrescentando que o Chefe do Estado soube gerir o processo com a necessária sabedoria, permitindo que os moçambicanos voltassem a desfrutar da paz e tranquilidade.

Apontou como marcos da governação de Armando Guebuza a consolidação da unidade nacional, promoção da moçambicanidade e do desenvolvimento, erradicação das assimetrias, aposta na construção de infra-estruturas, entre outros. Segundo afirmou, no processo de desenvolvimento, as comunidades hoje são actores dos processos de tomada de decisão, sendo que a alocação aos distritos do fundo dos “sete milhões”, no âmbito da descentralização, constitui uma grande e importante medida no quadro do combate à pobreza.

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