O presidente da República, Armando Emílio Guebuza, é
verdadeiramente um homem da paz e da reconciliação nacional, impulsionador da
estabilidade e concórdia entre os moçambicanos, segundo defenderam analistas
entrevistados pela nossa Reportagem em Maputo, a propósito do acordo de
cessação das hostilidades militares rubricado, sexta-feira, ao mais alto nível
pelo Governo e a Renamo.
O acordo de cessação das hostilidades é fruto de muitas
acções levadas a cabo pelo Governo, dentre elas as cedências que se traduziram
na alteração à Lei Eleitoral, aceitação da integração das forças residuais da Renamo
nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) e na Polícia da República de
Moçambique (PRM) e ainda o compromisso declarado para a criação de um fundo de
reconciliação para
a sua reinserção social.
Para além de atribuição do grande mérito ao Presidente da
República por ter conduzido, com paciência e mestria, todo o processo que
culminou com a assinatura da declaração de cessação das hostilidades militares,
os nossos entrevistados destacaram os feitos e marcos da governação de Armando
Guebuza durante os 10 anos em que está à frente da condução dos destinos do
país, manifestando-se convictos de que somente em condições de paz é que os
moçambicanos poderão realizar o sonho colectivo de progresso e bem-estar.
Apelaram para que a Renamo e, sobretudo, o seu líder
saiba honrar os compromissos que assumiram com a assinatura da declaração de
cessação das hostilidades e o mais rapidamente possível façam chegar às
entidades competentes a lista dos seus homens residuais para efeitos da sua
integração nas FADM e na Polícia, bem como inserção social e económica.
Um político maduro – segundo Olegário Banze
O analista Olegário Banze afirmou que ao dirigir todo o
processo que culminou com a assinatura da declaração de cessação das
hostilidades, o Presidente da República mostrou aos moçambicanos e à comunidade
internacional que é um político maduro, um homem que aborda os problemas com
calma e a devida ponderação.
“Em todo este processo, o Chefe do Estado agiu de forma
sábia, acertada e atempada visando garantir o rápido desenvolvimento do país. A
actividade do desenvolvimento havia sido ofuscada pelas hostilidades. As
actividades das comunidades rurais estavam em risco. Tudo o que fazemos tem em
vista o funcionamento dos mercados rurais e as hostilidades eram um factor
limitante à dinamização da economia rural em geral”, disse.
Segundo Olegário Banze, com a normalização do trânsito
rodoviário, sobretudo no troço Save-Muxúnguè, em resultado do acordo de
cessação das hostilidades, o fluxo de mercadorias vai voltar a registar a sua
regular dinâmica, contribuindo de forma desejada para a descida dos preços dos
produtos.
“Estamos muito satisfeitos com o fim das hostilidades. O
Governo e, particularmente, o Presidente da República empreenderam um enorme
esforço para fazer compreender a Renamo que a única alternativa à paz é a
própria paz e que as diferenças são ultrapassadas com o diálogo. Se não fosse
esta visão, provavelmente estaríamos numa situação em que os processos
políticos, económicos e sociais estivessem emperrados”, disse, acrescentando
que com o fim das hostilidades estão criadas as condições para que o maior
partido da oposição no país possa participar nas eleições e seus homens
residuais sejam integrados nas Forças Armadas de Defesa de Moçambique e na Polícia
da República de Moçambique e/ou inseridos na vida social e económica.
Olegário Banze apelou aos políticos para que sejam
nacionalistas e privilegiem sempre o diálogo para a resolução das suas
diferenças, sendo a Assembleia da República o lugar eleito para expressarem
democraticamente os seus pontos de vista. Afirmou que a criação do fundo da paz
e reconciliação nacional é uma decisão acertada, sobretudo para a integração
dos homens da Renamo. “As mentes desses homens devem ser transformadas para
que, definitivamente, eles entendam e assumam que são úteis à sociedade”,
indicou.
Referiu-se aos efeitos da governação de Armando Guebuza,
defendendo que a olho nu são visíveis os ganhos conseguidos nos últimos dez
anos em que o Presidente da República esteve à frente da condução dos destinos
do Estado, destacando a aposta na construção de infra-estruturas de vária
índole e na promoção e atracção de investimentos para o país. “Nos últimos
anos, verificamos um grande fluxo de negócios ao país e isso se deve à grandiosíssima
contribuição do Presidente Armando Guebuza para a economia”, disse.
Empenho do presidente foi fundamental – refere Júlio
Mutisse
O papel, empenho, cometimento e comando do Presidente da
República foram fundamentais para a assinatura da declaração sobre a cessação
das hostilidades, segundo defendeu o analista Júlio Muthisse.
Sublinhou que a visão de futuro e a inteligência do Chefe
do Estado foram decisivos para que o país retornasse à paz, em momentos
cruciais que marcaram o diálogo político entre o Governo e a Renamo.
Júlio Muthisse afirmou que assinada a declaração de
cessação das hostilidades, a Renamo tem agora a grande oportunidade de se
afirmar como alternativa política para a governação do país, sendo o primeiro
passo para o efeito a sua desmilitarização. “A Renamo deve correr no processo
de implementação do acordo e apresentar-se como um partido político normal. Ela
deve assumir uma estrutura para a governação do país”, disse, defendendo que o
acto da assinatura do acordo em si não é o garante de uma paz efectiva, mas sim
a materialização prática de tudo quanto nele está plasmado.
Para a nossa fonte, ao ter feito concessões na mesa do
diálogo, o Governo manifestou a vontade expressa de que a paz devia ser
restabelecida a qualquer custo e que ela é a principal agenda do país. Indicou
que a cessação das hostilidades é a declaração da vontade do povo moçambicano
de ter um país estável, onde as pessoas possam desenvolver as suas actividades
normais, em paz e segurança.
Júlio Muthisse enumerou, do seu ponto de vista, três
grandes méritos da governação do Presidente Armando Guebuza, o primeiro dos
quais o facto de ter despertado no cidadão moçambicano a ideia de que o
desenvolvimento do país é tarefa de todos, no quadro da auto-estima.
O segundo grande mérito é o de ter incutido a concepção
de que o tal desenvolvimento e o fim da pobreza só podem advir de muito
trabalho.
“A descoberta e exploração dos recursos naturais não nos
devem remeter ao pensamento de que tudo será resolvido. É preciso muito
trabalho de todos para que tal seja um facto. O terceiro grande mérito da
governação do Presidente Armando Guebuza é o investimento em infra-estruturas.
Essa aposta fez com que o país tivesse outro fôlego. Infelizmente, digo, ele
não foi compreendido em alguns momentos, mas vamos ter saudades dele”, disse.
Acordo com “pernas para andar” – disse Rajendra de Sousa
Para Rajendra de Sousa, o acordo sobre a cessação das
hostilidades militares tem “pernas para andar”, desde que as partes demonstrem
a sua boa vontade em cumpri-lo no espírito e na letra. Disse, no entanto, que o
Governo já deu passos gigantescos para a sua implementação, por exemplo quando
anunciou a criação do fundo da paz e reconciliação nacional que também deverá
beneficiar os homens residuais da Renamo.
“Para mim, naquela sexta-feira caiu por terra mais um
mito que havia em muita gente. Muitos julgavam que o Presidente da República
não queria paz. O que vimos é que o acordo foi assinado antes das eleições.
Rubricado o acordo, a Renamo deve entregar as listas dos seus homens, para a
sua integração e inserção social e económica. Ou seja, a Renamo deve também
saber corresponder às expectativas, dando passos importantes. Há que se saber
quantos homens a Renamo tem, que é também para se poder criar o fundo”,
afirmou.
Sublinhou que o acordo “deve andar”, porque se a economia
funcionar em pleno irá produzir riqueza a curto prazo e reflectir-se na vida do
cidadão, através da criação de mais postos de trabalho, libertação do orçamento
da dependência externa e o aumento dos salários da Função Pública.
Com a economia a funcionar em pleno, indicou, haverá mais
crédito comercial e bonificado para os novos e os empresários já existentes.
Disse que o papel do Presidente da República na sua qualidade de chefe do
Governo foi crucial na direcção de todo o processo que culminou com a
assinatura da declaração de cessação das hostilidades. Para consubstanciar a
sua tese, Rajendra de Sousa indicou, por exemplo, que a deslocação de
embaixadores a Gorongosa não teria sido possível se o Governo não tivesse
demonstrado vontade e compromisso para com a paz e reconciliação nacional. “O
Presidente da República demonstrou que é um homem da paz e reconciliação. Ele
devolveu tranquilidade aos moçambicanos”, defendeu.
Postura excepcional – considera Amorim Bila
Para o analista Amorim Bila, a postura assumida pelo
Chefe do Estado ao ter anuído ao pedido da Renamo, indicando a equipa do
Governo para o diálogo com o maior partido da oposição no país, foi de grande
abertura, concórdia e, sobretudo, excepcional.
“Gostaria de saudar o acordo e o papel desempenhado pelo
Chefe do Estado desde o início do processo, quando a Renamo solicitou audiência
em 2012. A mestria do Presidente da República esteve no facto de o Governo ter
aceite encontrar-se com a Renamo e o diálogo ter produzido consensos em torno
da Lei Eleitoral e dos instrumentos que foram homologados”, disse, frisando que
no quadro dessa mestria de Armando Guebuza foi possível fazer entender à Renamo
e ao seu líder que o Estado de Direito tem de ser respeitado e que as
diferenças entre os moçambicanos devem ser resolvidas por via do diálogo.
Amorim Bila destacou que o processo chegou a bom porto,
devido à verticalidade e à postura de abertura do Presidente da República, defendendo
que todo o esforço empreendido pelo Chefe do Estado foi no sentido de promover
o diálogo com vista à reconciliação nacional, concórdia e consolidação da
unidade nacional.
“Tal como disse o Presidente da República, o que se
espera é que o acordo seja implementado de forma célere com vista à
consolidação da unidade nacional e integração dos homens residuais da Renamo,
levando este partido à sua desmilitarização. A Renamo deve agora apresentar a
lista dos seus homens para que o processo de integração e reinserção social e
económica possa ocorrer”, disse.
Sobre os dez anos de mandato do Presidente Armando
Guebuza, Amorim Bila destacou o combate à pobreza como a grande bandeira da
governação, facto que faz com que hoje Moçambique seja uma referência de desenvolvimento
económico na África Subsahariana e não só. Sublinhou que o combate à pobreza é
o grande legado que o Chefe do Estado deixa aos moçambicanos, tendo apontado,
por outro lado, os investimentos realizados em infra-estruturas e
institucionalização da auto-estima e consolidação da democracia através das
presidências abertas e inclusivas que, para a fonte, foram uma autêntica escola
na base.
Perseverança e sentido de estado – afirmaIsálcioMahanjane
Para IsálcioMahanjane, no final de todo o processo o
grande mérito vai para o Presidente da República, que o soube dirigir com
paciência e perseverança, sem perder de vista o sentido de Estado. Segundo
afirmou, pela disponibilidade do Governo e a medir pelos sinais dados pela
Renamo, o acordo sobre a cessação das hostilidades é irreversível.
“Há condições objectivas para a sua operacionalização. Os
factos demonstrados pelo Presidente da República são indicativo do seu
comprometimento com a paz, com a pátria e com a reconciliação nacional”, disse,
acrescentando que o Chefe do Estado soube gerir o processo com a necessária
sabedoria, permitindo que os moçambicanos voltassem a desfrutar da paz e
tranquilidade.
Apontou como marcos da governação de Armando Guebuza a
consolidação da unidade nacional, promoção da moçambicanidade e do
desenvolvimento, erradicação das assimetrias, aposta na construção de
infra-estruturas, entre outros. Segundo afirmou, no processo de
desenvolvimento, as comunidades hoje são actores dos processos de tomada de
decisão, sendo que a alocação aos distritos do fundo dos “sete milhões”, no
âmbito da descentralização, constitui uma grande e importante medida no quadro
do combate à pobreza.
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