19 setembro 2014,
Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
Mazarino da Cunha e Maximiano Filipe, Benguela
O secretário-geral do
MPLA, Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”, defendeu a necessidade de se criar
uma disciplina em todos os níveis académicos sobre a dimensão política,
humanista, poética e cultural de António Agostinho Neto, com o objectivo de
transmitir às próximas gerações o legado do Fundador da Nação.
O político falava à impresa no Memorial António
Agostinho Neto, durante a colocação de flores no busto do Fundador da Nação, em
comemoração ao Dia do Herói Nacional, que se assinalou quarta-feira.
“Estamos aqui, mais uma vez, para homenagear esse grande homem cujos feitos transcedem as fronteiras de Angola, atingindo outros patamares
De acordo com o secretário-geral do MPLA, Agostinho Neto “é merecedor de uma dimensão única, a de Pai da Nação”. “Todos nós temos o dever de lembrar os feitos daquela grande figura reconhecida internacionalmente, ainda enquanto vivo”, acrescentou.
“Depositar as flores nesse Memorial António Agostinho Neto é para mim uma grande satisfação, na medida em que ainda tenho em memória o significado de um herói que deu a sua vida para a liberdade do povo angolano e de África, em geral”, referiu Julião Mateus Paulo “Dino Matrosse”.
A cerimónia, seguida de visita guiada a várias salas do Mausoléu, contou com a presença do vice-governador de Luanda para Área Técnica e Infra-estruturas, Agostinho da Silva, membros do governo, deputados à Assembleia Nacional, líderes religiosos, membros da sociedade civil e alunos do ensino geral.
Além do acto político, que visou recordar a figura de Neto e de todos os heróis tombados pela libertação de Angola, houve também um momento cultural durante o qual vários jovens declamaram poesias e leram trechos de discursos proferidos que retratam as várias dimensões de Agostinho Neto.
Um defensor da liberdade
Agostinho Neto foi um impulsionador da libertação da África Austral e um defensor intransigente da luta de libertação dos povos em África e no mundo, considerou o vice-presidente do MPLA. Em declarações à Angop, Roberto de Almeida disse que a contribuição do Presidente Agostinho Neto à causa africana é cada vez mais reconhecida, sobretudo na região. Ainda assim, o político considerou que se podia fazer muito mais.
“Agostinho Neto, para além de ter sido o herói da libertação de Angola e pai da Independência, deu um apoio incomensurável e inestimável à libertação da Namíbia, do Zimbabwe e também para a erradicação do Apartheid na África do Sul”, frisou. Para Roberto de Almeida, o primeiro Presidente de Angola tinha uma visão muito mais ampla sobre a luta de libertação dos povos.
“Nós tivemos, sem dúvida, a felicidade de ter encontrado em António Agostinho Neto um Presidente com uma visão global da nossa luta e também com a visão esclarecida de que a nossa luta não estaria completa sem a libertação de vários outros povos do mundo”, exaltou Roberto de Almeida.
No seu entender, por todos os feitos de António Agostinho Neto, o reconhecimento sobre a sua pessoa “ainda não é o devido”, porque se sente que, às vezes, há alguma modéstia em enaltecer a sua figura. “Felizmente, o Presidente José Eduardo dos Santos continuou nesta via e a ele, também, devem ser tributadas, como continuador dessa política no plano externo, as devidas honras e o devido reconhecimento, por ter sabido colocar-se a altura do tempo vivido na luta de libertação dos povos”, disse.
Romagem em Benguela
Uma romagem ao cemitério municipal, localizado na zona A, arredores de Benguela, para a deposição de uma coroa de flores, marcou quarta feira as comemorações do Dia do Herói Nacional a nível do município de Benguela.
A cerimónia foi orientada pelo administrador municipal de Benguela, Leopoldo Muhongo, e juntou mais de 200 convidados, entre dirigentes de instituições públicas, autoridades tradicionais, administradores comunais, líderes das associações dos ex-guerrilheiros das FAPLA. Em declarações à imprensa, o administrador municipal de Benguela considerou a figura de Neto como aquele que teve a iniciativa de libertar os angolanos do jugo colonial e promover o bem-estar de todos, tendo liderado a luta armada até à conquista da independência nacional.
Agostinho Neto constitui uma personalidade incontornável para o estudo real da história da nação angolana, nos vários domínios da vida económica, política, social e cultural, em função dos elevados níveis de desenvolvimento que o país continua a registar desde que se alcançou a independência em 1975, frisou.
O regedor municipal de Benguela, Pedro Cachipoque, recordou as seguintes palavras de Neto, “o mais importante é resolver o problema do povo”. Segundo ele, este é um legado que a nova geração deve seguir para melhor se orientar e continuar na direcção certa do progresso que se pretende. O regedor acrescentou que “os feitos de Neto merecem ser estudados, principalmente nas instituições de ensino de base e não só. Devemos aprofundar o estudo e a divulgação das acções desenvolvidas por Agostinho Neto, para que a história seja melhor contada e para que os cidadãos deste país tenham conhecimento daquilo que foi o seu percurso e sigam o seu exemplo na política, na cultura, na medicina, na literatura e tantos outros níveis do mundo do saber”.
Jose Manuel Locumbo, 1º secretário municipal do MPLA, apelou a juventude no sentido de seguir a par e passo os conhecimentos deixados pelo primeiro Presidente de Angola, para melhor se orientar e estar informada dos esforços que empreendeu em prol da nação.
O evento contou com a presença de representantes da OMA, forças armadas, directores de escolas, docentes, estudantes universitárias, representantes da JMPLA, associações juvenis de carácter cívico e representantes de igrejas.
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