quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Conclusão do caminho-de-ferro de Benguela vai impulsionar crescimento económico de Angola

1º setembro 2014, Jornal de Angola http://www.macauhub.com.mo (Angola)

A conclusão das obras de reconstrução do caminho-de-ferro de Benguela vai ter um efeito positivo na economia de Angola, através do estímulo a sectores como a extracção de diamantes e agrícola naquela zona do país, afirmou a Economist Intelligence Unit.

A cargo da China Railway Construction, um dos maiores grupos chineses de construção civil, a reconstrução dos 1344 quilómetros de linha férrea demorou cerca de 10 anos, implicou a reparação ou construção de 67 estações e representou
para o Estado angolano um custo de 1,83 mil milhões de dólares.

No seu mais recente relatório sobre Angola, a EIU adianta que a previsão de crescimento da economia de Angola deverá ser revista em alta a fim de acomodar o impacto da entrada em funcionamento daquela artéria ferroviária.

O próximo passo poderá ser mesmo a privatização, sendo “essencial que estes activos potencialmente valiosos não sejam cedidos demasiado baratos ou a firmas sem capacidade suficiente para os tornar bem sucedidos.”

No caso de Luanda, ao longo dos últimos 18 meses têm sido a Caminhos de Ferro de Luanda (CFL) a operar os 400 quilómetros que ligam a capital do país a Malange, centro da produção agrícola do país, mas têm-se deparado com custos de funcionamento elevados, que “estão a ser fortemente subsidiados”, de acordo com a EIU.

Também neste caso, adianta, procura-se um investidor privado que possa começar a operar a linha de caminho-de-ferro numa base comercial.

O caminho-de-ferro de Benguela liga o porto do Lobito à fronteira com a República Democrática do Congo, estando planeado o reforço das ligações congolesas à fronteira, o que permitiria uma alternativa de escoamento das exportações minerais do país vizinho, hoje limitadas à África do Sul.

O governo de Angola tem estado a estudar a fusão das empresas gestoras das principais linhas de caminhos-de-ferro do país, reconstruídas com as linhas de crédito da China, estando previsto ceder a gestão comercial mas mantendo uma posição de controlo numa nova empresa, a Caminhos de Ferro de Angola, que ficaria com as infra-estruturas.

A nova empresa resultará da fusão das empresas gestoras Caminho de Ferro de Benguela (CFB), Caminho de Ferro de Luanda (CFL) e Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM).
O plano de desenvolvimento do Sistema Integrado dos Caminhos-de-Ferro, aprovado pelo governo angolano, prevê a ligação das três linhas de caminho-de-ferro existentes às redes ferroviárias dos países vizinhos – República Democrática do Congo, Zâmbia e Namíbia.
Assim, o caminho-de-ferro de Benguela (CFB) deve ligar-se à Zambian Railways, através de um ramal especial entre a estação de Luacano, no Moxico, e a nova linha de Lumwana, em construção na Zâmbia.

O caminho-de-ferro de Namibe (anteriormente Moçâmedes) vai ligar-se à linha ferroviária da Namíbia, partindo da estação do Cuvango, numa extensão de 343 quilómetros, até Oshikango, em território namibiano, junto à fronteira com a província angolana do Cunene.
Está ainda em estudo a construção dos caminhos-de-ferro do Congo, que ligarão Luanda às províncias do Bengo, Uíge, Zaire e Cabinda, numa extensão de 950 quilómetros, interligando-se depois com o Chemin de Fer du Congo Ocean, no Congo Brazzaville. (macauhub/AO/CN)

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