1º setembro 2014, Jornal de Angola http://www.macauhub.com.mo (Angola)
A conclusão das obras de reconstrução do
caminho-de-ferro de Benguela vai ter um efeito positivo na economia de Angola,
através do estímulo a sectores como a extracção de diamantes e agrícola naquela
zona do país, afirmou a Economist Intelligence Unit.
A cargo da China Railway Construction, um dos maiores
grupos chineses de construção civil, a reconstrução dos 1344 quilómetros de
linha férrea demorou cerca de 10 anos, implicou a reparação ou construção de 67
estações e representou
para o Estado angolano um custo de 1,83 mil milhões de
dólares.
No seu mais recente relatório sobre Angola, a EIU
adianta que a previsão de crescimento da economia de Angola deverá ser revista
em alta a fim de acomodar o impacto da entrada em funcionamento daquela artéria
ferroviária.
O próximo passo poderá ser mesmo a privatização, sendo
“essencial que estes activos potencialmente valiosos não sejam cedidos demasiado
baratos ou a firmas sem capacidade suficiente para os tornar bem sucedidos.”
No caso de Luanda, ao longo dos últimos 18 meses têm
sido a Caminhos de Ferro de Luanda (CFL) a operar os 400 quilómetros que ligam
a capital do país a Malange, centro da produção agrícola do país, mas têm-se
deparado com custos de funcionamento elevados, que “estão a ser fortemente
subsidiados”, de acordo com a EIU.
Também neste caso, adianta, procura-se um investidor
privado que possa começar a operar a linha de caminho-de-ferro numa base
comercial.
O caminho-de-ferro de Benguela liga o porto do Lobito
à fronteira com a República Democrática do Congo, estando planeado o reforço
das ligações congolesas à fronteira, o que permitiria uma alternativa de
escoamento das exportações minerais do país vizinho, hoje limitadas à África do
Sul.
O governo de Angola tem estado a estudar a fusão das
empresas gestoras das principais linhas de caminhos-de-ferro do país,
reconstruídas com as linhas de crédito da China, estando previsto ceder a
gestão comercial mas mantendo uma posição de controlo numa nova empresa, a
Caminhos de Ferro de Angola, que ficaria com as infra-estruturas.
A nova empresa resultará da fusão das empresas
gestoras Caminho de Ferro de Benguela (CFB), Caminho de Ferro de Luanda (CFL) e
Caminho de Ferro de Moçâmedes (CFM).
O plano de desenvolvimento do Sistema Integrado dos
Caminhos-de-Ferro, aprovado pelo governo angolano, prevê a ligação das três
linhas de caminho-de-ferro existentes às redes ferroviárias dos países vizinhos
– República Democrática do Congo, Zâmbia e Namíbia.
Assim, o caminho-de-ferro de Benguela (CFB) deve
ligar-se à Zambian Railways, através de um ramal especial entre a estação de
Luacano, no Moxico, e a nova linha de Lumwana, em construção na Zâmbia.
O caminho-de-ferro de Namibe (anteriormente Moçâmedes)
vai ligar-se à linha ferroviária da Namíbia, partindo da estação do Cuvango,
numa extensão de 343 quilómetros, até Oshikango, em território namibiano, junto
à fronteira com a província angolana do Cunene.
Está ainda em estudo a construção dos
caminhos-de-ferro do Congo, que ligarão Luanda às províncias do Bengo, Uíge,
Zaire e Cabinda, numa extensão de 950 quilómetros, interligando-se depois com o
Chemin de Fer du Congo Ocean, no Congo Brazzaville. (macauhub/AO/CN)
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