Díli, 14 Junho 2007 -- Mais de mil de pessoas fugiram para Díli depois de militantes de vários partidos de oposição queimarem e destruírem suas casas, em aldeias do distrito de Ermera, 57 quilômetros o oeste da capital do Timor-Leste, informam hoje fontes oficiais.
Julio Lemos, coordenador da ajuda no subdistrito de Hatolia, disse à agência Efe que 1.140 pessoas conseguiram se refugiar em acampamentos de Díli, com o apoio do Ministério de Reinserção Social de Comunidades.
Ele explicou que o êxodo foi causado pela queima de casas, iniciada na tarde de quarta-feira por seguidores do Partido Democrático, da Aliança Democrática e do Conselho Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), recém-criado pelo ex-presidente Xanana Gusmão.
"Foram muito cruéis. Muitos deles são chefes de aldeia que estavam ali para proteger a população. Nem a Polícia da ONU (Unpol) nem a daqui agiu, mesmo estando no local", declarou Lemos.
Francisco Soares, porta-voz do partido governamental Fretilin, disse à Efe que os desabrigados se esconderam inicialmente nas plantações de café de Ermera, após o início da violência nas aldeias de Urahu, Potete e Lisapat.
O secretário-geral do Fretilin, o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri, exigiu hoje que a Unpol abra uma investigação e atue imediatamente para conter a violência em Ermera.
"Em Ermera estão impedindo nosso partido de fazer campanha livremente para as eleições legislativas de 30 de junho, com violência e intimidação", disse Alkatiri à Efe. Ele questionou o trabalho da Unpol e das forças internacionais de paz lideradas pela Austrália.
"Se são incapazes de controlar a situação em Ermera e em outros distritos, haverá necessidade de rever os mecanismos existentes e avaliar sua eficiência", concluiu Alkatiri.
Desde o fim de maio, quando começou a campanha eleitoral, houve vários atos de violência entre partidários do Fretilin e do CNRT, favoritos para ganhar as eleições. (EFE)
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