"Sem dúvida iremos dar o nosso apoio", disse Amorim, lembrando que Portugal foi o primeiro país europeu a apoiar, em meados dos anos 1990, a reivindicação do Brasil em ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança (CS) da ONU.
O ministro considerou que a reforma do CS é "uma das mais complexas equações" da política internacional e global.
"É uma reforma difícil, mas indispensável. Não podemos continuar com o quadro da 2ª Guerra Mundial, porque já se vão 60 anos, o mundo é totalmente diferente. E quanto mais demorarmos a fazer esta reforma, mais isto enfraquecerá o próprio Conselho de Segurança", afirmou Amorim.
O diplomata disse ainda que o governo brasileiro está em diálogo sobre o tema com a África, continente que rejeitou, há cerca de dois anos, a proposta de mais seis assentos permanentes no Conselho, sem direito a veto, feira pelo Grupo dos Quatro (G-4) - Brasil, Índia, Alemanha e Japão.
Os líderes da União Africana (UA) preferiram, durante uma cúpula em Adis Abeba, na Etiópia, em 2005, ratificar a sua própria proposta, que prevê dois assentos permanentes para África, com poder de veto.
"Muitos países africanos vêem a posição do G-4 como construtiva e no caminho certo. Outros têm uma visão maximalista, reivindicam também o poder de veto, que é uma reivindicação justa, mas não é viável politicamente", comentou Amorim.
De acordo com o ministro, é preciso trabalhar "entre o justo e o viável" e encontrar a melhor solução. "Isto chama-se realismo", concluiu o ministro das Relações Exteriores.
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