sexta-feira, 29 de junho de 2007

Paraguai estuda outras formas de reduzir desigualdades do Mercosul, além das atuais

Carolina Pimentel / Enviada especial

Assunção, 28 Junho 2007 (Paraguai) - O Paraguai deve propor a criação de um grupo para estudar os desequilíbrios econômicos do Mercosul durante a 33ª Reunião do Conselho do Mercado Comum, hoje (28), em Assunção.

A informação foi dada pelo ministro das Relações Exteriores do país, Ruben Ramirez Lezcano, em entrevista à imprensa internacional, ontem. Ele disse que o objetivo é preparar um plano para superar as assimetrias até o final do ano, mas não deu detalhes.

O desequilíbrio entre os países do bloco é uma reclamação recorrente de Paraguai e Uruguai, as economias menores. Os outros integrantes são Brasil, Argentina e Venezuela – esta última em processo de adesão, ainda não aprovada pelos Parlamentos brasileiro e paraguaio.

Atualmente, está em vigor o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), que aprovou no início do ano projetos para beneficiar Paraguai e Uruguai.

Na opinião do economista Fernando Masi, do Centro de Análises e Difusão Econômica do Paraguai (Cadep), um organismo independente, a proposta do governo paraguaio deve ser o resultado mais concreto da reunião dos presidentes, amanhã – já que, segundo ele, o bloco “não tem avançado na construção de uma política comum para reduzir as assimetrias” desde 1998.

"O Mercosul não vai resolver o problema da pobreza no Paraguai, mas deve ser um complemento", afirmou Masi, em entrevista à Agência Brasil.

Apesar da criação do Focem com o objetivo de garantir recursos para projetos de desenvolvimento das economias menores, Masi disse que a chamada união aduaneira – quando um produto pode ser comercializado dentro do bloco sem cobrança de imposto de importação – não é uma realidade.

"Para mim, o Mercosul é uma zona de livre-comércio, onde não há interesse pela diminuição das assimetrias. O bloco não quer enfrentar as desigualdades", disse o analista.

Novos projetos do Focem serão discutidos pelos ministros das Relações Exteriores e Economia do Mercosul, que compõem o conselho.
Celso Amorim e Guido Mantega representam o Brasil.

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/06/28/materia.2007-06-28.2692911251/view


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