Agência Brasil / 21 de junho de 2007
O crescimento na geração de empregos no Brasil ainda não é suficiente para contemplar os jovens que, todos os anos, ingressam no mercado de trabalho de acordo, alerta o economista e técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Adhemar Mineiro. “É preciso criar empregos em um ritmo mais acelerado”, disse ele nesta quarta-feira (20), em entrevista à Rádio Nacional.
Dados do levantamento feito com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que foram gerados 212.217 empregos com carteira assinada em maio. Nos cinco primeiros meses do ano, somados, já são 913.836 novos postos de trabalho formal.
Mesmo com esse crescimento, Adhemar Mineiro disse que o volume de empregos a serem criados só seria alcançado com uma taxa de crescimento do Produto Interno Bruto em torno de 4,5% a 5%. “Quanto mais alta for essa taxa, mais rapidamente reduziria esse estoque de desempregados.”
O técnico do Diesse dá soluções para obter respostas mais rápidas no campo do emprego, como mais investimentos em infra-estrutura, saneamento básico, construção civil, transporte e a aceleração de programas como o de reforma agrária. “O programa de reforma agrária colocaria muitos trabalhadores assentados no campo e reduziria a migração de jovens do campo para as cidades, que acaba pressionando o emprego nas grandes regiões metropolitanas”.
Desigualdade latente
Mineiro também analisou o contexto internacional das duas últimas décadas, o qual, segundo ele, é marcado pelo aumento geral das diferenças de rendas dentro de cada país. “Em países como os Estados Unidos ou na área da União Européia, se tem um aumento na diferenciação entre ricos e pobres, e isso acontece no Brasil também. Por conta disso, várias ocupações, que tinham desaparecido voltaram a aparecer e ser ocupadas pela população mais pobre ou por imigrantes.”
Um estudo divulgado ontem pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostra que o número de empregos no Brasil cresceu mais que nos países ricos de 2000 a 2005. Segundo o estudo, só aqui no país, foram criados 2,7 milhões de novos postos de trabalho por ano nesse período.
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