Santo Domingo, 19/06 - O quinto Fórum entre África, América Latina e Caribe contra a Desertificação teve inicio segunda-feira em Santo Domingo, na República Dominicana, com um apelo urgente das Nações Unidas pedindo que a comunidade internacional se comprometa na luta contra o avanço dos desertos.
Representantes de 60 países destas regiões se reúnem até a próxima quinta-feira na capital dominicana para trocarem informações e compartilharem experiências sobre um problema que atinge 1,2 bilião de pessoas, principalmente em países subdesenvolvidos.
O coordenador para a América Latina e o Caribe da Convenção das Nações Unidas para a Luta contra a Desertificação (UNCCD), Sergio Zelaya, falou na sessão de abertura do fórum, sobre os Objetivos do Milênio, que pretendem reduzir à metade a pobreza mundial até 2015.
Segundo Zelaya, para que isto aconteça é essencial combater a desertificação.
"O apoio à luta contra a desertificação deve ser uma das metas principais e a comunidade internacional deve levar esta prioridade em consideração", afirmou.
Zeleya lembrou as palavras que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pronunciou no último domingo por ocasião do Dia Mundial de Luta contra a Desertificação.
Ban disse que resgatar os solos degradados "pode ajudar a diminuir a curva das emissões de gases do efeito estufa", além de elevar "a capacidade de adaptação" dos países afectados em relação às mudanças climáticas.
Calcula-se que a expansão dos desertos atinja 1,2 bilião de pessoas em cem países do mundo e que 3,6 biliões de hectares, 70% das terras secas do planeta, estejam degradadas.
Além disso, segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), a desertificação causa prejuízos de 42 milhões de dólares por ano aos países afectados.
Zelaya destacou a importância do fórum como elemento para a promoção, através da UNCCD, de meios que beneficiem as povoações vulneráveis nas regiões áridas, secas e subúmidas secas. O objectivo seria superar as suas dificuldades para alcançarem o desenvolvimento sustentável.
O coordenador lembrou que a edição anterior do fórum, realizada em Túnis, na Tunísia, foi dedicada a assuntos como a agro-silvicultura e outras práticas de estudo, "que podem ser o coração da futura cooperação entre as duas regiões (Africa e América )".
Além disso, disse que as modalidades agro-florestais "devem ser consideradas elementos-chave para o combate à pobreza e para a geração de serviços ambientais necessários para a conservação da água e dos solos em regiões áridas, particularmente em cenários de mudanças climáticas e de perda de biodiversidade, como os que enfrentamos atualmente".
O fórum é o quinto sobre desertificação que reúne países da América Latina, do Caribe e da África. Já foram realizados encontros em Recife em 1998, em Bamaco (Mali) em 2000, em Caracas (Venezuela) em 2002 e em Túnis (Tunísia) em 2004.
Durante os eventos, os dois continentes discutiram as possibilidades de actividades conjuntas e acordos de associação, principalmente com o objectivo de fortalecer a capacidade institucional dos países e promover a troca de informações.
O programa do encontro inclui questões como a aplicação de fórmulas de agricultura sustentável, o uso de cultivos florestais e agroflorestais, a participação da sociedade civil e o financiamento de programas destinados à luta contra a desertificação.
Os participantes do fórum - entre os quais estão políticos, cientistas, dirigentes de cooperativas e representantes de ONGs - discutirão estas e outras questões durante quatro dias de reuniões.
No final, vai ser divulgado um relatório final com as suas conclusões.
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