Joanesburgo, 15 Junho 2005 - O Parlamento da África do Sul iniciou hoje (sexta-feira) um debate sobre a criação proposta de um Governo da União Africana (UA), fez saber a "Panapress".
Segundo a fonte, a ministra dos Negócios Estrangeiros, Nkosazana Dlamini Zuma, instou os deputados a examinar todas as soluções pertinentes para a realização deste objectivo.
Zuma declarou aos deputados quinta-feira que a questão da unidade de África não levantava dúvida, mas era necessário definir o modelo de integração que ajudaria a acelerar o desenvolvimento económico e a reforçar a governação democrática no continente.
Notando algumas sugestões para um Governo de união total, que implicaria uma harmonização das políticas e um financiamento adequado, Zuma perguntou-se, contudo, se as condições estavam reunidas para os Estados Unidos de África.
"Devemos racionalizar mais e reforçar as Comunidades Económicas Regionais (CER)? Devemos reforçar as capacidades da Comissão da UA fornecendo-lhe recursos humanos e financeiros e reforçando o seu mandato?", indagou-se.
Zuma sustentou que "devemos mobilizar mais recursos financeiros para o desenvolvimento de infra-estruturas, de recursos humanos, da agricultura e tantos outros? Se decidirmos formar o Governo da União, quais serão os seus domínios de competência? São algumas questões às quais devemos responder".
A ministra sul-africana dos Negócios Estrangeiros indicou que a Cimeira da UA em Julho no Ghana vai examinar a questão do Governo da União Africana.
Na sua contribuição para o debate, o deputado da Aliança Democrática (oposição), Joe Seremane, declarou que, antes de construir uma África unificada, o continente devia primeiro erigir e reforçar a União Africana, que, afirmou, "falha gravemente " em diversos departamentos.
"A UA falha, não porque há um problema inerente à estrutura ou ao mandato da organização, mas porque alguns Estados membros decepcionam continuamente outros Estados membros", afirmou o deputado.
O parlamentar sublinhou que "há demasiadas guerras, demasiados Governos corruptos, anti-democráticos e que violam os direitos humanos, enquanto os nossos Governos engajaram-se em reconstruir os seus países destruídos e actuar com um sentido da moralidade e boa vontade".
Seremane insistiu igualmente na necessidade de se resolver os problemas aos quais estão confrontados alguns países em matéria de respeito dos direitos humanos e de acesso das suas populações a uma vida decente antes da formação de um Governo continental."
Devemos trabalhar neste sentido porque se não agirmos individualmente nunca poderemos fazê-lo como continente. A nossa União Africana e, por conseguinte, a nossa unificação africana, não deve fracassar", acrescentou o deputado sul-africano. (AngolaPress)
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