Gláucia Gomes / Repórter da Agência Brasil
Brasília 16 Junho 2007 - O produtor Felipe Motta Benevides Gadelha, dono da Fazenda Santo Antônio, em Bom Sucesso, no sertão da Paraíba, começa a colher, no fim deste mês, a primeira safra de algodão colorido orgânico em sua propriedade. Gadelha, que cultivava já produtos como milho, feijão e algodão, decidiu produzir algodão colorido orgânico para trabalhar com um produto ecologicamente correto.
Brasília 16 Junho 2007 - O produtor Felipe Motta Benevides Gadelha, dono da Fazenda Santo Antônio, em Bom Sucesso, no sertão da Paraíba, começa a colher, no fim deste mês, a primeira safra de algodão colorido orgânico em sua propriedade. Gadelha, que cultivava já produtos como milho, feijão e algodão, decidiu produzir algodão colorido orgânico para trabalhar com um produto ecologicamente correto.
“O algodão colorido orgânico é fruto de um trabalho muito forte, ecologicamente e socialmente correto, e por isso não é um trabalho do dia para a noite. Já se passaram cerca de sete ou oito anos que estamos em cima desse trabalho, e não é um produto para a moda temporária. É um produto para ficar na consciência de todos”, disse ele.
Na primeira safra comercial na propriedade de Gadelha, serão colhidas três cores: branco, verde e rubi. Segundo Gadelha, no cultivo do produto orgânico, não se usam produtos químicos. Pragas como cochinilha, bicudo e curuquerê são comuns na plantações de algodão colorido orgânico, mas as formas de combate são sempre naturais, afirmou o produtor.
Gadelha plantou 23 hectares de algodão branco, oito de verde e 5,5 de rubi e deverá colher cerca de 1.800 quilos por hectare. Ele disse que a aceitação do algodão colorido é muito grande e que já existe uma larga rede de comercialização do produto.
O pesquisador da Embrapa Algodão, Melchior Naelson Batista da Silva, disse que o plantio do algodão colorido orgânico é um desafio e uma boa oportunidade para os agricultores, porque o produto tem preço superior no mercado. O colorido orgânico é vendido a R$ 5 o quilo e o branco, a R$ 4. O algodão branco não-orgânico custa cerca de R$ 3 o quilo.
Mesmo assim, o pesquisador ressaltou que a produção de algodão orgânico ainda não é suficiente para a procura. “O crescimento da produção ainda é pequeno, porque o sistema de produção é diferenciado. Tem todo um aparato de capacitação e conscientização dos agricultores, e não é fácil aumentar as áreas de produção. Por isso, não se conseguiu atender toda essa demanda de produtos orgânicos no Brasil e no mundo”.
De acordo com Melchior Silva, na Paraíba, existe um núcleo de produção na região do Curumataú, onde 20 agricultores familiares assentados da reforma agrária, estão plantando, este ano, em torno de 60 hectares de algodão orgânico branco, marrom e verde, todos já com proposta de venda do produto.
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