Marcela Rebelo / Repórter da Agência Brasil
Brasília, 16 Junho 2007 - Mestre em Agronomia e Produção Vegetal, Elson Zumbi, de 42 anos, é militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) desde 1989. “Se o MST não existisse na nossa vida, eu não teria conseguido fazer a faculdade”, diz ele. O integrante do MST participou do congresso nacional que terminou na sexta-feira (15) em Brasília.
Zumbi sabe que, com a educação formal que adquiriu, poderia trabalhar até mesmo em grandes empresas, mas conta que faz questão de continuar atuando no movimento. “No MST, a gente tinha a necessidade de formar os nossos jovens e de garantir que, depois de formados, eles retornassem. E assim eu fiz. Retornei para o assentamento e hoje sou técnico e sócio da cooperativa”, destaca.
O agrônomo trabalha na Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Limitada (Copavi), do Paraná, que industrializa cachaça orgânica, açúcar mascavo, leite e outros produtos para alimentação das famílias. Alguns produtos já são vendidos para a Europa. “Exportamos para Espanha e França, e este ano para Alemanha também”, conta.
Ele faz questão de dizer que a exportação não é o objetivo principal da cooperativa. “É chique exportar? Não é chique exportar, é necessário. Mas nosso objetivo principal é produzir para o mercado interno.”
Na época em que fazia mestrado, Zumbi foi também secretário de Agricultura e Abastecimento de Maringá (PR). Ficou quatro anos no cargo e voltou para o assentamento onde mora. “Quero destacar isso porque espero que todos os companheiros que tiveram a oportunidade de trabalhar fora do assentamento voltem um dia, se religuem à terra.”
Zumbi critica os órgãos de comunicação que associam o movimento à promoção de “baderna” ou ações fora-da-lei. “Essa manipulação da informação é uma outra arma para desumanizar o pobre. O MST faz o caminho contrário, qualifica, permite que se cultive a família, companheirismo, solidariedade, por isso que o MST transforma as pessoas em sujeitos.”
Ele reconhece que há pessoas que atuam em desacordo com o movimento, mas minimiza o fato. “De fato, em qualquer grupo social, existem os bonzinhos e os muito piores. Se você pegar o clero, por exemplo, tem uma percentagem de canalhas. Se você pegar qualquer grupo social, existe uma percentagem de gente que não está de acordo com a moral e os bons costumes.”
No fim das contas, o que vale, segundo Zumbi, é que o MST consegue transformar as pessoas em cidadãs. “O sujeito fica em pé no MST. Não sei pensar em viver fora do movimento”, diz ele.
http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/06/15/materia.2007-06-15.1864504792/view
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Zumbi sabe que, com a educação formal que adquiriu, poderia trabalhar até mesmo em grandes empresas, mas conta que faz questão de continuar atuando no movimento. “No MST, a gente tinha a necessidade de formar os nossos jovens e de garantir que, depois de formados, eles retornassem. E assim eu fiz. Retornei para o assentamento e hoje sou técnico e sócio da cooperativa”, destaca.
O agrônomo trabalha na Cooperativa de Produção Agropecuária Vitória Limitada (Copavi), do Paraná, que industrializa cachaça orgânica, açúcar mascavo, leite e outros produtos para alimentação das famílias. Alguns produtos já são vendidos para a Europa. “Exportamos para Espanha e França, e este ano para Alemanha também”, conta.
Ele faz questão de dizer que a exportação não é o objetivo principal da cooperativa. “É chique exportar? Não é chique exportar, é necessário. Mas nosso objetivo principal é produzir para o mercado interno.”
Na época em que fazia mestrado, Zumbi foi também secretário de Agricultura e Abastecimento de Maringá (PR). Ficou quatro anos no cargo e voltou para o assentamento onde mora. “Quero destacar isso porque espero que todos os companheiros que tiveram a oportunidade de trabalhar fora do assentamento voltem um dia, se religuem à terra.”
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http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2007/06/15/materia.2007-06-15.1864504792/view
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