quinta-feira, 7 de junho de 2007

Brasil / Decisão do BC divide opiniões de empresários e sindicalistas

O corte de 0,5 % na taxa básica anual de juros – a taxa Selic (do Serviço Especial de Liquidação e Custódia) –, definido nesta quarta-feira (6) pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, agradou à Confederação Nacional da Indústria (CNI), não causou surpresa à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e deixou frustrada a Força Sindical. Com a decisão do Copom, a taxa caiu de 12,5% para 12% ao ano.

Em nota, a CNI afirma ver com otimismo a redução, por acreditar que favorecerá o crescimento do país. “A aceleração no ritmo de abrandamento do rigor monetário era necessária e, portanto, bem-vinda. Com certeza irá gerar condições para a continuidade e intensificação do atual ciclo de crescimento da economia brasileira”, destaca.

A entidade diz ainda, na nota, que reconhece o papel da política monetária na construção do atual ambiente de estabilidade e confiança. Mas entende que era "necessária e inadiável" uma reavaliação do ritmo de queda dos juros, de modo a “aproveitar a excepcional janela de oportunidade e adequar a política monetária ao novo ambiente e às exigências do crescimento, da produção e do emprego”.

Já a Fiesp, em nota assinada por seu presidente, Paulo Skaf, afirma que a redução na taxa, “embora signifique um avanço”, é insuficiente para influenciar o câmbio, “cuja sobrevalorização prejudica vários segmentos industriais. Segundo Skaf, a decisão do Copom não foi surpresa, pois desde a última reunião (em abril) já havia uma sinalização de corte de meio ponto. “Os juros básicos de 12% ao ano não terão influência sobre a valorização cambial, nociva a vários segmentos industriais exportadores”, sublinha.

E o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, divulgou nota em que considera "modesta" a queda de meio ponto percentual. “Infelizmente, os tecnocratas do Banco Central continuam com uma visão distorcida da economia do país”, afirma a nota, acrescentando que a taxa básica de juros ainda está alta, “privilegiando apenas os especuladores”.

Segundo o sindicalista, ao optar pelo corte “ínfimo” o governo frustra os trabalhadores, que esperavam mais ousadia: “Defendemos mudanças urgentes nos rumos da economia como forma de promover um crescimento robusto da economia, com geração de novos postos de trabalho e mais renda para os trabalhadores. Com a inflação sob controle, o Brasil perde mais uma chance de apostar no setor produtivo, devido ao excesso de gradualismo e conservadorismo de quem dirige a economia no país”. (Vermelho / Agência Brasil / 7 junho 2007)

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