Alana Gandra/Repórter da Agência Brasil
Por trás dessa postura, informou Serra, está a visão de que estas nações são responsáveis pela maior parte das emissões consideradas causadoras do aquecimento global, e tem sido assim historicamente. Para ele, é necessário chegar a um "roteiro ou um mandato o mais ambicioso possível para as negociações que irão ocorrer ao longo de 2008 e, nós esperamos, terminar até o fim de 2009”.
Sérgio Serra afirmou também que os países em desenvolvimento podem e devem encontrar uma forma concreta de contribuir para esse esforço, por meio de políticas públicas que contenham compromissos mensuráveis de contenção ou controle das emissões – mas sem metas. Essas nações chamadas emergentes assumiriam esses compromissos de forma voluntária, sem punição caso não conseguissem cumpri-los, uma vez que a prioridade máxima dos países em desenvolvimento, reconhecida pela Convenção da ONU que trata do clima, é combater a fome e a pobreza e se desenvolver de uma forma sustentável, assinalou o diplomata. Foi nessa linha a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na abertura da Assembléia-Geral da ONU.
O Brasil, de acordo com Serra, aceita que esses compromissos sejam fiscalizados pelos demais países. Ele afirmou que ao contrário do que se pode pensar, não é a China, mas os países produtores de petróleo os que mais resistem à redução de suas emissões de gases poluentes.
O embaixador comunicou que a expectativa do governo brasileiro é que a reunião de Bali defina um cronograma de negociações e critérios que devem nortear essas negociações. Ainda não aderiram ao Protocolo de Quioto, que estabeleceu metas de redução de emissões para os países industrializados até 2012, os Estados Unidos e a Austrália. “A gente deve fazer um esforço para trazer esses países para dentro e fazer com que eles assumam esse compromisso”, comentou.
Ele opinou, ainda, que a concessão de algum tempo para que isso ocorra é positiva porque favorece a evolução do pensamento interno nos Estados Unidos sobre a importância do combate às emissões dos gases do efeito estufa. A seu ver, o cenário das eleições norte-americanas “vai servir para motivar mais, qualquer que seja o partido que ganhar, a adotar perante a pressão da sua própria opinião pública uma posição mais construtiva do que tem sido a norma até agora”.
“Nós estamos estimando agora três anos. Talvez menos tempo seja necessário para que um novo acordo seja ratificado. Achamos que é realista ter isso pronto em meados ou fim de 2009”, avaliou o embaixador de Mudanças Climáticas. A esperança, acrescentou, é que se consigam compromissos que levem a um equilíbrio em termos de emissões até 2050.
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sábado, 6 de outubro de 2007
Brasil pretende defender em conferência que países ricos liderem redução de gases
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