segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Moçambique/Produção de alimentos, biocombustíveis e gestão da terra são objecto de avaliação

Maputo, 29 Outubro 2007 - Um estudo sobre a problemática da gestão da terra, conciliando a produção de biocombustíveis e de alimentos será entregue em breve, ao Conselho de Ministros. Trata-se de um instrumento produzido por uma comissão interministerial integrando elementos dos ministérios da Energia, da Coordenação de Acção Ambiental, da Ciência e Tecnologia e da Agricultura e que recomenda ao Governo, a tomada de medidas adequadas por forma a garantir a segurança alimentar no país.
Nos últimos anos, o Ministério de Agricultura tem sido confrontado, constantemente, com pedidos de áreas de terras para biocombustíveis, contabilizando neste momento, cerca de três milhões de hectares solicitados em todo o país.
Para melhor lidar com esta corrida, o Conselho de Ministros decidiu paralisar a concessão dos pedidos e criar uma comissão interministerial com responsabilidades para fazer um estudo pormenorizado da problemática da gestão da terra e recomendar ao Governo as medidas adequadas por forma a garantir a segurança alimentar.
Segundo explicou Erasmo Muhate, Ministro da Agricultura, esta medida de congelamento do atendimento dos pedidos de grandes porções e zoneamento agrário visa ainda racionalizar a sua concessão, pelo que até 31 de Outubro (quarta-feira), deverão ser conhecidas as dimensões das áreas disponíveis no país, para todas actividades, sobretudo para a produção agrária e de biocombustíveis.
Erasmo Muhate, falava em Inhassune, depois de visitar a ESV BIO AFRICA, um dos maiores projectos de biocombustíveis a partir de óleo de jatropha, empreendimento que conta, actualmente, com mais de mil plantas. Possui, igualmente, 300 mil plantas nos viveiros numa zona onde foram requeridas e autorizadas quinze mil hectares, cujas necessidades vão até vinte mil hectares.
Em Moçambique, muitos sectores se mostram cépticos quanto à produção de biocombustíveis, sobretudo a partir da jatropha, mas o ministro considera que esta actividade está a movimentar muitos agricultores privados e familiares, além de grandes empresas que vêem nesta alternativa energética, uma oportunidade de negócio, dada a instabilidade de preços no mercado internacional. “Registamos com agrado a grande aderência dos camponeses, privados e familiares, para a produção de biocombustíveis, quer a partir do óleo de jatropha e coco, assim como cana, mandioca, sorgo, mapira para a produção de etanol”, disse Erasmo Muhate, acrescentando que no trabalho de identificação e mapeamento das terras agrícolas no país, lidera o processo na área de biocombustíveis o Ministério de Energia, numa comissão que integra ainda a Universidade Eduardo Mondlane e a Petromoc.
Nampula, Zambézia, Inhambane e Manica são províncias que estão a avançar em grande escala na produção de jatropha, havendo já promessa, em Inhambane, do início da produção do óleo a partir de Fevereiro de 2008, quando terminar a montagem da pequena unidade de processamento em Inhassune. (Notícias)

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