Doualá (Camarões) 30 outubro 2007 - O vice-presidente da Associação Industrial Africana (AIA), o camaronês Célestin Tawamba, afirmou segunda-feira que a sua estrutura se opõe à assinatura dos Acordos de Parceria Económica (APE) entre os países do grupo de África, das Caraíbas e do Pacífico (ACP) e a União Europeia (UE), fez saber hoje a "Panapress".
Segundo a fonte, Tawamba afirmou que a reunião entre os países do grupo ACP e da UE iniciada segunda-feira em Bruxelas (Bélgica) constitui o encontro de "todos os impactos, pois os APE não são bem-vindos no contexto actual para as economias dos Estados ACP".
A AIA denuncia "o aspecto puramente comercial deste acordo que não considera a competitividade das economias nas duas zonas".
"É preciso primeiro proteger os produtos antes de abrir o mercado", insistiu Tawamba, acrescentando que se "deve considerar as negociações globais e sectorais, bem como os desequilíbrios entre a Europa e África, o que reenvia a uma base assimétrica que gostaria que se continuasse a proteger as indústrias africanas".
A AIA insiste na necessidade de adiar a assinatura destes acordos, em conformidade com a decisão tomada pela União Económica e Monetária Oeste Africana (UEMOA) que rejeitou estes protocolos.
De acordo com a AIA, os países ACP e da UE estão ligados pelos acordos preferenciais em conformidade com os protocolos de Lomé há 30 anos, mas com a liberalização das economias preconizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) estes acordos preferenciais deverão desaparecer a partir de 01 de Janeiro de 2008.
"Esta decisão poderia revelar-se uma catástrofe para as economias africanas, pois pouco competitivas para concorrer com os seus colegas do Norte", revelou.
Os APE deverão ser assinados até 31 de Dezembro de 2007, data fixada pela União Europeia, mas a União Africana (UA) instou as Comunidades Económicas Regionais (CER) que negociam com a UE a rejeitar estes acordos (AngolaPress)
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