“Na esteira do legado de Agostinho Neto e de Samora Machel, fizemos história”, reconheceu o estadista angolano, quando discursava no jantar oferecido pelo seu homólogo, Armando Guebuza, em honra a sua visita oficial de dois dias a Moçambique, iniciada hoje.
Segundo o Presidente José Eduardo dos Santos, Angola e Moçambique forjaram uma amizade indestrutível, ganharam respeito e consideração a nível do continente e do mundo, protagonizando uma nova era de liberdade e do resgate da dignidade dos povos da África Austral.
Frisou que os resultados já alcançados traduzem bem a identidade existente entre os dois povos, que sempre percorreram de forma solidária os mesmos caminhos, desde o alvor da luta de libertação nacional até à conquista da paz e à construção da democracia.
“Angola e Moçambique souberam assim dar um exemplo único e grandioso na luta pelos direitos humanos e pela liberdade dos povos” sublinhou José Eduardo dos Santos.
Segundo ele, hoje os dois países estão unidos num combate igualmente empolgante e dão as mãos na luta pelo progresso e bem-estar dos respectivos povos, vaticinando que juntos vão vencer este novo desafio.
“Neste processo, não podemos perder de vista que os nossos êxitos também dependem da unidade que estamos a forjar com os outros povos da nossa sub-região e do continente em geral, pois que a complexidade do mundo actual impõe uma complementaridade de esforços e de recursos”, disse.
Neste sentido, acrescentou o Presidente angolano, pretende-se articular melhor com Moçambique a participação de Angola no quadro da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), da União Africana e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
No plano internacional, José Eduardo dos Santos disse que os dois Estados pretendem continuar a conjugar esforços no sentido de adoptarem posições comuns nas grandes questões que afligem actualmente a humanidade, tais como o aquecimento global e as mudanças climáticas, os conflitos locais, o terrorismo, o narco-tráfico e a emigração ilegal.
Já no plano interno, o estadista angolano acha que foi dado um impulso sem precedentes à cooperação bilateral com a assinatura dos acordos de cooperação efectuada hoje em áreas fundamentais do desenvolvimento dos dois países.
“Devemos agora trabalhar no sentido de tornar realidade as intenções contidas nesses documentos que se inserem no nosso esforço para a erradicação da pobreza e da fome e na luta contra as endemias e as pandemias que assolam os nossos respectivos países”, sugeriu.
José Eduardo dos Santos reconheceu, por outro lado, que foi difícil a luta pela paz, “mas ela está ganha".
Segundo disse é também difícil, talvez mais difícil, a luta contra a miséria e a fome. "Mas juntos, estou convencido, também venceremos essa luta”, declarou.
“Estamos aqui para mais uma vez demonstrar essa nossa determinação de caminhar juntos, como no passado, para vencer, não apenas os desafios do presente mas construir uma amizade e conjugar esforços para realizarmos também todas as operações de natureza estratégica que projectem os nossos dois países para patamares altos, para a modernidade e para que eles possam um dia, porque não, sonhar se inserem naquilo que é chamado hoje o primeiro mundo”, disse.
Eduardo dos Santos terminou a sua intervenção agradecendo as "amáveis" manifestações de apreço, simpatia e amizade, traduzidos pela recepção apoteótica no aeroporto internacional de Maputo, onde foi saudado por milhares de pessoas, incluindo a comunidade angolana neste país do Índico.
Integram a delegação presidencial os ministros das Relações Exteriores, João Miranda, das Pescas, Salomão Xirimbimbi, da Comunicação Social, Manuel Rabelais, os vices da Administração do Território Mota Liz das Finanças Job Graça, dos Petróleos Teixeira da Silva, secretário para o Ensino Superior, Adão do Nascimento e altos funcionários do gabinete da Presidência da República. (AngolaPress)
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