sábado, 6 de outubro de 2007

Moçambique em contra-relógio para conter défice de energia

Moçambique está a trabalhar na identificação e implementação de projectos de média e grande dimensão de geração de energia eléctrica, no quadro da contenção do défice de electricidade que está já a tornar-se realidade no país e na região, chegando a comprometer a prossecução de iniciativas industriais e não só. Entre tais empreendimentos de geração de energia destaca-se as centrais de Moatize, Temane, Massingir, Lúrio e Majaua, os quais se encontram em diferentes fases de concepção.
Maputo, 6 outubro 2007 - A “corrida” à construção destas centrais justifica-se pelo facto de ser dado adquirido que para o funcionamento de alguns projectos em perspectiva, como o das Areias Pesadas de Chibuto e de Moma e da Mozal III, poderem vir a ser ser necessários, até 2020, 2522 megawatts (MW). O país tem potencial identificado de geração de electricidade estimado em 14.700 MW.
Contas apresentadas em Março deste ano, em Maputo, indicam que Moçambique necessita de cerca de cinco biliões de dólares para serem investidos em projectos energéticos que possam debelar a crise de electricidade.

O Ministro da Energia, Salvador Nambure garante que o Governo não vai descansar enquanto não encontrar soluções que possam ajudar na contenção do défice de energia no país.

Assim, em relação à central de Moatize, a funcionar com base no carvão mineral, o Ministério da Energia já recebeu, de uma empresa candidata a parceira estratégica, a proposta de desenvolvimento do projecto. “Não vou revelar o nome (da empresa) porque ainda não chegou o momento, mas posso garantir que estamos em negociações”, garante Salvador Namburete.

A implementação da central térmica de Moatize está associada ao projecto de exploração do carvão mineral. Trata-se de um empreendimento que, caso seja viabilizado, a sua capacidade de geração de energia eléctrica fixar-se-á nos 1500 MW.

Quanto à central de Massingir, na província de Gaza, ainda de acordo com o ministro da Energia, foi já seleccionado o parceiro para o desenvolvimento do projecto, decorrendo actualmente a negociação da concessão, para depois passar-se à fase de mobilização de financiamento e construção da infra-estrutura.

“Temos a central eléctrica de Lúrio (no norte do país) que está na fase de finalização do estudo de viabilidade. Dentro de dias esperamos que a primeira versão nos seja entregue, para passarmos para a fase de promoção do projecto”, disse, há dias, o ministro da Energia ao “Notícias”.

No que toca a Majaua, na província da Zambézia, com uma capacidade estimada em pouco mais de 35 MW, quer o estudo de viabilidade, quer a proposta de desenvolvimento do projecto foram já entregues ao Ministério de Energia, documentos que, segundo o ministro, poderão avançar muito rapidamente.

Em relação à central de Temane, na província de Inhambane, já foi constituído um consórcio que, inclusive, concluíu um memorando de entendimento. Já há um acordo entre os parceiros em relação ao desenvolvimento do projecto. “Aguardamos a todo o momento que o consórcio nos entregue a proposta do projecto”, referiu Salvador Namburete, para quem se trata de um empreendimento relativamente mais fácil, porquanto não envolve a construção de barragem nem grandes infra-estruturas. “É, fundamentalmente, a montagem de equipamento para o uso de gás”.

Refira-se que, associada aos projectos de geração de energia, está prevista a construção de uma linha de transporte partir de Tete, ligando as futuras centrais de Mphanda Nkuwa, de Moatize e de Cahora Bassa e Temane, e a linha da Motraco, em Maputo, numa extensão de aproximadamente 1400 quilómetros. Este projecto é avaliado em 2.3 biliões de dólares. (Notícias)

http://www.jornalnoticias.co.mz/pls/notimz2/getxml/pt/contentx/74149

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