5 junho 2013, ODiário.info http://www.odiario.info (Portugal)
Nas
últimas semanas o governo de Barack Obama alterou profundamente a sua
estratégia para a América Latina.
Três
acontecimentos quase simultâneos assinalaram o início de uma perigosa ofensiva
que visa a desestabilizar os governos progressistas da Região: o recebimento
por Juan Manuel Santos de Capriles Radonski - o líder da extrema-direita
venezuelana, derrotado nas eleições presidenciais - a visita a Bogotá de Joe
Binden, vice dos EUA, e a notícia de que a Colômbia prepara a sua adesão à
NATO.
Os
objetivos dessas iniciativas são tão transparentes que
governos, partidos,
organizações e personalidades progressistas de todo o Continente as comentaram
e denunciaram como peças de uma ofensiva imperialista no Hemisfério.Tudo se integra num ambicioso plano elaborado pela Casa Branca e o Pentágono.
O governo
da Venezuela entregou já na capital colombiana um protesto oficial, sublinhando
que o convite a Capriles e o caloroso recebimento que lhe foi dispensado são
incompatíveis com compromissos assumidos por Santos para melhorar as relações
entre os dois países.
Joe Binden fez em Bogotá o elogio da «democracia colombiana» e expressou ali o desejo dos EUA de aderirem à chamada Aliança do Pacifico. Ora, essa organização – integrada pela Colômbia, pelo Peru, pelo México e pelo Chile - foi concebida em Washington para sabotar a política de integração latino -americana que tornou possível a criação da ALBA, da UNASUL, da CELAC e de iniciativas como a Petrocaribe e o Banco del Sur, ideadas por Hugo Chávez.
Mais
ostensivamente ameaçadora foi a decisão anunciada por Juan Manuel Santos, de
preparar a adesão à NATO.
A Colômbia foi o único país da América Latina que participou em Monterrey, nos EUA, num encontro da NATO onde o seu representante afirmou «o desejo de cooperação e de troca de informações» e o seu empenho em «empreender atividades conjuntas».
Foi um
prólogo à adesão a uma organização militar criminosa, envolvida em múltiplas
guerras de agressão e que não esconde a sua hostilidade à Venezuela
Bolivariana.
Juan Manuel
Santos aproveitou a visita do vice-presidente dos EUA para afirmar com
arrogância: “Trabalhamos em grande (…) renunciando ao medo e enchendo-nos de
razões para sermos os melhores não somente na Região, mas no mundo inteiro». E
definiu como «uma honra» a abertura da NATO à Colômbia.
As FARC
interpretaram corretamente o namoro de Santos com uma organização que mantem
dezenas de bases militares no Continente. Num comunicado emitido pelo seu
Estado-maior Central identificam nas declarações de Santos e de Biden uma
ameaça direta aos diálogos para a paz em Havana. Inventar pretextos para lhes
por termo é o objetivo do presidente colombiano.
A viragem de Juan Manuel Santos, cedendo à pressão de Barack Obama, configura uma ameaça para os regimes progressistas da América Latina e as forças que nela lutam pela Paz na Região.
OS
EDITORES DE ODIARIO.INFO
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