27 junho 2013, Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br
(Brasil)
Danilo Macedo
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro da
Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse hoje (27) que a
população está preparada para o plebiscito que definirá uma reforma política no país. “Acho
que suspeitar do despreparo da população seria um erro, o mesmo erro de quem
desconsideraria a capacidade da mobilização nas ruas. Naturalmente, tem que
haver um grande investimento na divulgação e no debate intenso”, disse o ministro
antes de participar do Seminário Memória e Compromisso, no Centro Cultural de
Brasília.
Segundo o ministro, o país está
vendo se consolidar um novo processo de mobilização.
“Temos que aprender a
dialogar com essa rapaziada, com essas novas formas. Isso para nós é uma
pedagogia, um ensinamento. Temos que ter humildade de aprender e, mais uma vez,
a população brasileira teve a criatividade, a capacidade de se mobilizar”,
disse, ao afirmar que a democracia brasileira passa por um momento “precioso”.
Sobre o apartidarismo das marchas,
Gilberto Carvalho disse que isso representa uma crítica à forma como os
partidos têm se organizado e se expressam institucionalmente no Legislativo e
no Executivo. “Acho importante os partidos verem essa crítica, procurarem entender
sua razão e passarem a ter um comportamento de maior comunicação, de cuidado
nas atitudes, de ouvirem cada vez mais as pessoas”, disse. No entanto, o
ministro considera que, apesar de representar um desafio para que se aprofunde
o debate político, não há democracia sem partido. “O que existe sem partido é
ditadura.”
O ministro voltou a dizer que a
sociedade brasileira avançou muito, e não precisa pedir pão nem emprego nas
ruas, como ocorre em alguns países europeus, mas reconheceu que ainda há
setores que precisam melhorar e que as críticas, principalmente sobre
mobilidade urbana, estão corretas. “Ninguém pode aceitar ficar duas ou três
horas dentro de uma condução que não seja decente e minimamente confortável,
pagando o que paga.”
As maiores lições que o governo
tira das manifestações, segundo o ministro, é que não se pode acomodar e que a
população quer participar das decisões do país. “Por isso, o plebiscito, que
vai permitir que as pessoas se manifestem sobre uma reforma política, é
extremamente importante”, disse.
Entre os principais pontos que
ministro espera ver respondidos no plebiscito, está o financiamento público de
campanha. Para ele, o financiamento empresarial de campanha é o nascedouro da
corrupção e deve ser extinto. “Temos de ir para um financiamento público de
campanha, modesto, com muita fiscalização, ou no máximo um financiamento
combinado público com o financiamento de pessoa física, e dentro de um limite.
Se não tivermos coragem de mudar isso, não adianta, é hipocrisia a gente
criticar a corrupção.”
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