17
junho 2013, Macauhub
http://www.macauhub.com.mo (China)
O Brasil foi o destino do
carregamento inaugural de gás natural liquefeito angolano, produzido pela
Angola LNG na unidade de processamento do Soyo, na província de Cabinda, que
pretende ter países asiáticos entre os seus principais clientes.
Depois de anos de preparação,
incluindo um atraso de pelo menos 18 meses e um investimento de 10 mil milhões
de dólares, coube a
Artur Pereira, presidente da da Angola LNG Marketing,
anunciar no domingo a venda do primeiro carregamento à estatal Sociedade
Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), para exportação para o Brasil a
bordo do navio Sonangol Sambizanga.
“O gás processado em Angola começa
a ser exportado numa altura interessante, em que não se perspectiva a
construção de novas unidades de processamento, atendendo a que o mercado de gás
natural deverá manter-se limitado”, disse Artur Pereira, presidente da Angola
LNG, Marketing, a propósito deste primeiro carregamento.
Artur Pereira adiantou que um
“grande número” de carregamentos a serem processados na fábrica da Angola LNG,
que tem como principal accionista a norte-americana Chevron, estão já
contratados ou em negociação.
Mais dois a três carregamentos
estão previstos em Junho e Julho, antes de uma paragem para verificação dos
sistemas até à retoma da produção no quarto trimestre, adiantou a agência
financeira Bloomberg.
Quando foi lançado, o projecto
tinha como alvo principal o mercado dos Estados Unidos da América, mas o número
crescente de projectos de extracção de gás de xisto reduziram substancialmente
a procura pela matéria-prima naquele país, obrigando os responsáveis da Angola
LNG a voltarem-se para mercados emergentes.
“Há quatro anos, o nosso projecto
visava os Estados Unidos da América mas, atendendo a que ocorreu um abaixamento
dos preços devido ao aumento da produção, estamos à procura de compradores
alternativos”, disse António Órfão, presidente da Angola LNG, à agência
financeira Reuters em 2012.
A Economist Intelligence Unit
referia que os mercados na Ásia estavam no topo das alternativas, e que o
Japão, em particular, mostrava “forte interesse em comprar gás natural
angolano.”
Japão, Coreia do Sul e Taiwan
apresentam-se actualmente como os mercados em que o crescimento da procura de
gás natural é mais forte.
Esperava-se inicialmente que a
produção de gás natural contribuísse com mil milhões de dólares para as
receitas das exportações angolanas, ajudando o governo a reduzir a sua
dependência do petróleo, mas as condições de mercado tornaram-se “mais
incertas”.
Com uma capacidade de 5,2 milhões
de toneladas, o projecto sofreu atrasos devido à necessidade de reformulação
dos mercados de destino, a uma série de acidentes e até a falta de mão-de-obra
qualificada, nos últimos meses.
A empresa tem como principais
accionistas a Chevron (36,4%), Sonangol (22,8%), Eni e Total (13,6%).
O atraso na entrada em
funcionamento da unidade levou a Economist Intelligence Unit a rever em baixa a
previsão de crescimento económico em 2013, de 8,3% para 6,9%, elevando-se em
2014 de 5,8% para 6,6%.
O projecto Angola LNG deverá ainda
garantir a Angola a entrada no Fórum de Países Exportadores de Gás (GECF, na
sigla em inglês), que tem actualmente apenas cinco membros africanos.
O projecto inclui um gasoduto de
500 quilómetros que liga seis blocos no mar às instalações de liquidificação,
de onde é exportado o gás, que até agora era queimado nos poços petrolíferos.
(macauhub)
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