21 junho 2013, Blog do
Planalto http://blog.planalto.gov.br (Brasil)
A presidenta Dilma Rousseff
afirmou, nesta sexta-feira (21), que o vigor das manifestações deve ser
aproveitado para que mais mudanças sejam feitas em benefício da população.
Dilma anunciou, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e TV, que vai
convidar os governadores e prefeitos das principais cidades do país para um
grande pacto em torno da melhoria dos serviços públicos.
“O foco será: primeiro, a
elaboração do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte
coletivo. Segundo, a destinação de 100% do petróleo para a educação. Terceiro,
trazer de imediato milhares de médicos do exterior para ampliar o atendimento
do SUS”, anunciou Dilma, que ainda afirmou que ainda vai receber os líderes das
manifestações pacíficas, de entidades sindicais e dos movimentos de
trabalhadores.
Para Dilma, é necessário oxigenar o
“velho sistema político”, e encontrar mecanismos que tornem as instituições
mais transparentes, resistentes aos malfeitos e permeáveis à influência da
sociedade. Ela ainda reforçou que é um equívoco achar que qualquer país pode
prescindir de partidos e do voto popular, que
, segundo ela, é a base de
qualquer processo democrático.
“Temos de fazer um esforço para que
o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre os seus
representantes. Precisamos muito, mas muito mesmo, de formas mais eficazes de
combate à corrupção. A Lei de Acesso à Informação, sancionada no meu governo,
deve ser ampliada para todos poderes da república e instâncias federativas”,
destacou.
Copa
Sobre a disputa da Copa do Mundo, a
presidenta Dilma destacou que o dinheiro investido na construção das arenas são
fruto de financiamento, que serão pagos pelos proprietários ou pelas empresas
que vão operar os estádios. Ela ainda pediu que os atletas e turistas que estão
no país para Copa das Confederações sejam bem recebidos, assim como os
jogadores brasileiros foram quando disputaram competições em outros países.
“Jamais permitiria que esses
recursos saíssem do orçamento público federal, prejudicando setores
prioritários como a Saúde e a Educação. Na realidade, nós ampliamos bastante os
gastos com Saúde e Educação. E vamos ampliar cada vez mais. Confio que o
Congresso nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os
royalties do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação”, reforçou.
PRONUNCIAMENTO DA PRESIDENTA DA REPÚBLICA, DILMA ROUSSEFF, EM CADEIA NACIONAL DE RÁDIO E TV
21 junho 2013, Blog do
Planalto http://blog.planalto.gov.br (Brasil)
21 de junho de 2013
Minhas amigas e meus amigos,
Todos nós, brasileiras e
brasileiros, estamos acompanhando, com muita atenção, as manifestações que
ocorrem no país. Elas mostram a força de nossa democracia e o desejo da
juventude de fazer o Brasil avançar.
Se aproveitarmos bem o impulso
desta nova energia política, poderemos fazer, melhor e mais rápido, muita coisa
que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de limitações políticas e
econômicas. Mas, se deixarmos que a violência nos faça perder o rumo, estaremos
não apenas desperdiçando uma grande oportunidade histórica, como também
correndo o risco de colocar muita coisa a perder.
Como presidenta, eu tenho a
obrigação tanto de ouvir a voz das ruas, como dialogar com todos os segmentos,
mas tudo dentro dos primados da lei e da ordem, indispensáveis para a
democracia.
O Brasil lutou muito para se tornar
um país democrático. E também está lutando muito para se tornar um país mais
justo. Não foi fácil chegar onde chegamos, como também não é fácil chegar onde
desejam muitos dos que foram às ruas. Só tornaremos isso realidade se
fortalecermos a democracia – o poder cidadão e os poderes da República.
Os manifestantes têm o direito e a
liberdade de questionar e criticar tudo, de propor e exigir mudanças, de lutar
por mais qualidade de vida, de defender com paixão suas ideias e propostas, mas
precisam fazer isso de forma pacífica e ordeira.
O governo e a sociedade não podem
aceitar que uma minoria violenta e autoritária destrua o patrimônio público e
privado, ataque templos, incendeie carros, apedreje ônibus e tente levar o caos
aos nossos principais centros urbanos. Essa violência, promovida por uma
pequena minoria, não pode manchar um movimento pacífico e democrático. Não
podemos conviver com essa violência que envergonha o Brasil. Todas as
instituições e os órgãos da Segurança Pública têm o dever de coibir, dentro dos
limites da lei, toda forma de violência e vandalismo.
Com equilíbrio e serenidade, porém,
com firmeza, vamos continuar garantindo o direito e a liberdade de todos.
Asseguro a vocês: vamos manter a ordem.
Brasileiras e brasileiros,
As manifestações dessa semana
trouxeram importantes lições: as tarifas baixaram e as pautas dos manifestantes
ganharam prioridade nacional. Temos que aproveitar o vigor destas manifestações
para produzir mais mudanças, mudanças que beneficiem o conjunto da população
brasileira.
A minha geração lutou muito para
que a voz das ruas fosse ouvida. Muitos foram perseguidos, torturados e
morreram por isso. A voz das ruas precisa ser ouvida e respeitada, e ela não
pode ser confundida com o barulho e a truculência de alguns arruaceiros.
Sou a presidenta de todos os
brasileiros, dos que se manifestam e dos que não se manifestam. A mensagem
direta das ruas é pacífica e democrática.
Ela reivindica um combate
sistemático à corrupção e ao desvio de recursos públicos. Todos me conhecem.
Disso eu não abro mão.
Esta mensagem exige serviços
públicos de mais qualidade. Ela quer escolas de qualidade; ela quer atendimento
de saúde de qualidade; ela quer um transporte público melhor e a preço justo;
ela quer mais segurança. Ela quer mais. E para dar mais, as instituições e os
governos devem mudar.
Irei conversar, nos próximos dias,
com os chefes dos outros poderes para somarmos esforços. Vou convidar os
governadores e os prefeitos das principais cidades do país para um grande pacto
em torno da melhoria dos serviços públicos.
O foco será: primeiro, a elaboração
do Plano Nacional de Mobilidade Urbana, que privilegie o transporte coletivo.
Segundo, a destinação de cem por cento dos recursos do petróleo para a
educação. Terceiro, trazer de imediato milhares de médicos do exterior para
ampliar o atendimento do Sistema Único de Saúde, o SUS.
Anuncio que vou receber os líderes
das manifestações pacíficas, os representantes das organizações de jovens, das
entidades sindicais, dos movimentos de trabalhadores, das associações
populares. Precisamos de suas contribuições, reflexões e experiências, de sua
energia e criatividade, de sua aposta no futuro e de sua capacidade de
questionar erros do passado e do presente.
Brasileiras e brasileiros,
Precisamos oxigenar o nosso sistema
político. Encontrar mecanismos que tornem nossas instituições mais
transparentes, mais resistentes aos malfeitos e, acima de tudo, mais permeáveis
à influência da sociedade. É a cidadania, e não o poder econômico, quem deve
ser ouvido em primeiro lugar.
Quero contribuir para a construção
de uma ampla e profunda reforma política, que amplie a participação popular. É
um equívoco achar que qualquer país possa prescindir de partidos e, sobretudo,
do voto popular, base de qualquer processo democrático. Temos de fazer um
esforço para que o cidadão tenha mecanismos de controle mais abrangentes sobre
os seus representantes.
Precisamos muito, mas muito mesmo,
de formas mais eficazes de combate à corrupção. A Lei de Acesso à Informação,
sancionada no meu governo, deve ser ampliada para todos os poderes da República
e instâncias federativas. Ela é um poderoso instrumento do cidadão para
fiscalizar o uso correto do dinheiro público. Aliás, a melhor forma de combater
a corrupção é com transparência e rigor.
Em relação à Copa, quero esclarecer
que o dinheiro do governo federal, gasto com as arenas é fruto de financiamento
que será devidamente pago pelas empresas e os governos que estão explorando
estes estádios. Jamais permitiria que esses recursos saíssem do orçamento
público federal, prejudicando setores prioritários como a Saúde e a Educação.
Na realidade, nós ampliamos
bastante os gastos com Saúde e Educação, e vamos ampliar cada vez mais. Confio
que o Congresso Nacional aprovará o projeto que apresentei para que todos os royalties
do petróleo sejam gastos exclusivamente com a Educação.
Não posso deixar de mencionar um
tema muito importante, que tem a ver com a nossa alma e o nosso jeito de ser. O
Brasil, único país que participou de todas as Copas, cinco vezes campeão
mundial, sempre foi muito bem recebido em toda parte. Precisamos dar aos nossos
povos irmãos a mesma acolhida generosa que recebemos deles. Respeito, carinho e
alegria, é assim que devemos tratar os nossos hóspedes. O futebol e o esporte
são símbolos de paz e convivência pacífica entre os povos. O Brasil merece e
vai fazer uma grande Copa.
Minhas amigas e meus amigos,
Eu quero repetir que o meu governo
está ouvindo as vozes democráticas que pedem mudança. Eu quero dizer a vocês
que foram pacificamente às ruas: eu estou ouvindo vocês! E não vou transigir
com a violência e a arruaça.
Será sempre em paz, com liberdade e
democracia que vamos continuar construindo juntos este nosso grande país.
Boa noite!
Ouça
a íntegra (09min58s) do pronunciamento da Presidenta Dilma
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