24 junho 2013, Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br
(Brasil)
Climas
contrastantes como invernos muito frios e úmidos, e verões secos e áridos caracterizam
Djelfa, uma província situada a 300 quilômetros ao sul da capital argelina,
onde funciona desde 2008 um hospital oftalmológico com pessoal médico cubano.
Por
Carmen Esquivel*, no Diálogos do Sul
Atualmente
existem mais de 700 médicos cubanos na Argélia, distribuídos em 12 wilayas ou
províncias.
Amizade
Argélia Cuba é o nome do moderno centro, fruto da cooperação entre os dois
países, que atende gratuitamente a população, não só dessa região, como também
de muitas outras partes do país.
“Praticamente
oferecemos todos os serviços e especialidades, desde oftalmologia geral até
cataratas, glaucoma, oftalmologia pediátrica, retina, neuroftalmologia, córnea
e refrativa, oculoplástica, entre outras”, explicou a Prensa Latina o diretor
do centro, Osvaldo Tamayo.
O
hospital conta também com uma unidade de urgências que funciona durante as 24
horas do dia, explicou Tamayo durante uma visita às distintas salas da
instalação.
Nas
consultas é habitual a presença, além do médico e do paciente, de um tradutor
ou tradutora, devido à variedade de idiomas do país, onde se fala árabe, mas
também bérbere e francês.
“Estou
muito satisfeita e contente com o resultado de minha operação e com a atenção
dos médicos”, diz por meio do intérprete Nabila Mebarik, uma jovem de 24 anos
que foi submetida a uma intervenção cirúrgica para corrigir um estrabismo.
Trata-se
de uma patologia bastante frequente aqui, assim como a catarata congênita,
explica o pediatra Armando Estévez.
Além
disso, são muitos os transtornos refrativos, sobretudo as miopias, e os
alérgicos, como a conjuntivite, devido ao clima.
“O
inverno aqui é muito rigoroso em alguns lugares e os verões são fortes, com
mais de 40 graus de temperatura, o que influi em toda a patologia ocular”,
acrescenta o doutor.
Apesar de
falar diferentes idiomas e dos usos e costumes diferentes, médico e paciente
conseguem manter excelentes relações.
“Geralmente
são pessoas humildes, muito carentes, que nos procuram com a esperança de
melhorar sua visão e sua qualidade de vida, e quando veem que são bem atendidas
e constatam os resultados do tratamento ficam muito agradecidos”, afirma o
doutor.
Djemai
Mouissat, de 67 anos, tinha uma úlcera na córnea e aqui os médicos cubanos
trataram sua infecção. Agora está melhor e já não sente dor. “Que deus os
proteja e guarde”, diz.
Um total
de 110 cooperantes cubanos, entre médicos, oftalmólogos, licenciados, técnicos
e engenheiros formam o pessoal do hospital.
Ali
também trabalham argelinos, sobretudo nos distintos tipos de serviços,
contabilidade, manutenção e apoio à assistência médica, como os intérpretes.
O centro
realiza entre 60 e 80 intervenções cirúrgicas diárias de todo tipo, inclusive
cirurgia menor e as efetuadas com laser.
Com a
colaboração cubana foi possível alcançar notáveis indicadores de saúde, não
apenas em oftalmologia, como também em outros programas, como o
materno-infantil, a urologia e a oncologia.
Internacionalismo
da Revolução
O diretor
do centro lembra que a Argélia foi o lugar onde se materializou pela primeira
vez um dos princípios da Revolução cubana, que é o internacionalismo.
Em maio
de 1963, apenas poucos meses depois da vitória argelina contra a metrópole
francesa, chegaram a este país norteafricano 56 especialistas, entre médicos,
estomatólogos, enfermeiras e técnicos, para atender a população.
Devido à
importancia do papel desempenhado pelos médicos, Argélia e Cuba propuseram o
dia 24 de maio como a data para celebrar o início da cooperação bilateral no
campo da saúde, ponto de partida de uma história de amizade compartilhada
durante meio século.
Atualmente
há neste país mais de 700 cooperantes distribuídos em 12 wilayas ou províncias,
que atendem diversas especialidades.
Como
resultado dos vínculos bilaterais foram inaugurados três hospitais
oftalmológicos nas wilayas de Djelfa, Ouargla e Bechar, estando a ponto de
abrir suas portas um quarto centro deste tipo.
A
presença cubana é ampla, não só na Argélia, como também em muitos países do
continente, onde já prestaram serviço mais de 300 mil profissionais em vários
setores.
Aqui
estão sobretudo nas províncias do maciço central e no sul do país, onde são
mais necessários, devido às difíceis condições das zonas desérticas.
Graças a
este trabalho dos médicos, especialistas e técnicos, afirma o diretor do
centro, o pessoal cubano da saúde goza de um prestígio bem merecido na África.
*Jornalista
da Prensa Latina
Fonte:
Portal Vermelho.org
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