24 junho 2013, Blog do Planalto
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Dilma
está reunida com governadores e prefeitos de capitais. Logo mais, ministros
devem dar detalhes sobre os debates. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
A presidenta Dilma Rousseff propôs,
nesta segunda-feira (24), em reunião com governadores e prefeitos de capitais,
no Palácio do Planalto, a convocação de um plebiscito para formação de uma
constituinte específica para a reforma política e uma nova legislação que torne
a corrupção dolosa crime hediondo. As medidas fazem parte dos cinco pactos
propostos pela presidenta nas áreas de saúde, transporte público, educação,
reforma política e responsabilidade fiscal.
Dilma ainda anunciou a criação do
Conselho Nacional do Transporte Público, com a participação da sociedade civil,
e um novo aporte de R$ 50 bilhões para obras de mobilidade urbana que
privilegiem o transporte coletivo. A presidenta também pediu um pacto com os
governantes pela saúde, com a contratação de médicos estrangeiros, além da
criação de novas vagas de graduação e residência médica.
“Quero, nesse momento, propor um
debate sobre a convocação de um plebiscito popular que autorize o funcionamento
de um processo constituinte específico para fazer a reforma política que o país
tanto necessita. O Brasil está maduro para avançar. (…) Devemos também dar
prioridade ao combate à corrupção de forma ainda mais contundente do que já vem
sendo feito em todas as esferas. Nesse sentido, uma iniciativa fundamental é
uma nova legislação que classifique a corrupção dolosa como equivalente a crime
hediondo, com penas muito mais severas”, afirmou.
A presidenta voltou a pedir um
pacto para que os recursos provenientes dos royalties do petróleo sejam
dedicados integralmente para investimentos em educação.
O Plano Nacional de
Educação (PNE), em tramitação no Senado, destina 10% do Produto Interno Bruto
(PIB) para a área. E ainda destina 100% dos royalties do petróleo mais 50% do
Fundo Social extraído da camada pré-sal para o financiamento da educação. Ela
lembrou que nenhum país desenvolvido conseguiu evoluir sem aportes vultuosos na
área.
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Relacionada
Brasil/Partidos defendem reforma política e medidas em saúde e educação como resposta a manifestações
24 junho 2013, Agência Brasil http://agenciabrasil.ebc.com.br
(Brasil)
Ivan Richard e Carolina Gonçalves
Repórteres da Agência Brasil
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – Diante da onda de
manifestações que tomaram as ruas de várias cidades nas últimas semanas,
representantes dos principais partidos politícos do país ouvidos pela Agência
Brasil consideram que a aprovação de uma reforma política e a adoção
de medidas para melhorar a mobilidade urbana, a saúde e a educação,
principalmente, seriam uma resposta ao clamor popular.
Mesmo sem apresentar ações
concretas para dar resposta às manifestações, representantes de nove partidos –
PMDB, PSDB, PSOL, DEM, PV, PSB, PCdoB, PDT e PP – disseram que os políticos
precisam interpretar o clamor das ruas e promover mudanças. Procurado, o PT não
retornou as ligações.
Os partidos de oposição ao governo
atribuem ao Executivo parte da responsabilidade pela revolta popular, por ter
se distanciado dos problemas do dia a dia da população, mas reconhecem que o
Legislativo também precisa agir.
Para o Democratas, entende que há
uma "dessintonia" entre as agendas do governo e da sociedade.
"Denunciamos isso há muito tempo: mais verbas para saúde. Há quando tempo
vimos lutando contra o aumento da carga tributária? E por aí vai. Há quanto
tempo denunciamos a falta de planejamento no país?”, questionou o presidente do
DEM, senador José Agripino (RN).
Em nota, o presidente do PSDB,
senador Aécio Neves (MG), disse que as manifestações demonstram uma “aguda
crítica à corrupção e à impunidade que persistem na base do sistema político,
impedindo transformações e agredindo diariamente os brasileiros”.
A população saiu às ruas para
questionar “direitos que estão sendo negados”, ressaltou o presidente do PSOL,
deputado Ivan Valente (SP). “É preciso criar uma plataforma política de
mudanças para garantir direitos sociais, mudanças estruturais que vão além da
luta pela redução da tarifa. Precisamos de uma reforma política, democratização
da política, fim do financiamento privado”, disse ele.
O presidente do PMDB, senador
Valdir Raupp (RO), defendeu a necessidade de mais agilidade nas ações do
Executivo e do Legislativo. Para ele, a burocracia faz com que muitas políticas
sociais demorem a sair do papel. “A reforma tributária nunca saiu do papel, e a
população está cansada de pagar impostos e não ter retorno”, enfatizou.
Para o vice-presidente da Executiva
Nacional do PDT, deputado André Figueiredo (CE), os partidos não podem deixar o
movimento popular “cair no vazio. “Algo que precisa ser feito é uma reforma
política, com novos parâmetros de representação popular, com democracia direta,
realização de plebiscitos e referendos. Temos que aproveitar este momento e não
deixar cair no vazio.”
Para o PSB, a reforma urbana
foi a mensagem mais importante das recentes manifestações populares. O primeiro
secretário nacional do partido, Carlos Siqueira, disse que a população não
compreende os gastos feitos com as obras dos estádios da Copa do Mundo de 2014
enquanto convive com limitações diárias de mobilidade e moradia. “[A população]
não vai entender, por exemplo, que, em uma cidade como Brasília, que tem um
enorme problema de mobilidade, assim como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte, Salvador e tantas outras, seja construído um estádio de R$ 1,5
bilhão.”
O PV também enfatizou a necessidade
de uma reforma política, parada no Congresso Nacional há mais de 20 anos.
“Defendemos que o debate ocorra em uma constituinte específica que tenha partes
deste movimento [popular] representadas”, disse o presidente do partido, José Luiz
Penna (SP).
Para o presidente do PCdoB, Renato
Rabelo, os protestos revelaram o estresse da população dos grandes centros
urbanos. Rabelo defendeu uma reforma urbana que inclua soluções principalmente
para os problemas habitacionais e de mobilidade urbana. O PP, por meio da
assessoria de imprensa, informou que o partido tem buscado maior interação com
a população e promovido uma restruturação para melhor compreender as demandas
do eleitorado.
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