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Maio 2013, Jornal I http://www.ionline.pt http://www.ionline.pt
(Portugal)
A economia portuguesa vai continuar
a destruir empregos até ao final de 2014, ano em que deverão existir menos de
4,43 milhões de trabalhadores no país, contra os 4,63 milhões existentes no
final do ano passado. Odesemprego só começará assim a recuperar em 2015 – uns
meros 0,4% ou 17 mil novos empregos –, com o total de remunerações pagas em
Portugal a reflectir isso mesmo:os valores pagos vão cair 950 milhões de euros
entre o final de 2012 e o final de 2014, passam de 79,2 mil milhões para 78,3
mil milhões.
Esta visão para a evolução do mundo do trabalho em Portugal vem no Documento de
Estratégia Orçamental (DEO), divulgado esta semana pelo executivo. O ano de
2014 será assim o de todos os picos negativos:será o ano em que Portugal
atingirá a maior taxa de desemprego de sempre e o ano em que as remunerações
totais atingirão um novo mínimo. Ainda assim, é precisamente em 2014 que Vítor
Gaspar prevê que o consumo privado volta o crescer, depois de nova queda
abrupta este ano.
Oconsumo privado, a parcela que mais sustenta o PIB português, vai recuar um total de 3,4 mil milhões de euros ao longo deste ano, passando dos 107,4 mil milhões de euros em 2012 – já uma queda de 5,6% face a 2011 –, para menos de 104 mil milhões de euros. No ano seguinte, em 2014, o governo estima que o consumo das famílias já suba 0,1%, isto apesar dos valores negativos antecipados para desemprego e salários.
A evolução esperada para o mercado do trabalho irá fazer com que o Estado passe a gastar mais cerca de 300 milhões de euros com o subsídio de desemprego de 2012 para 2013, para 2,9 mil milhões de euros. A factura continua a crescer nos anos seguintes, chegando a um pico de 2,97 mil milhões de euros em 2015. Tanto em 2016, como em 2017, o executivo estima que esta prestação social já entre em queda, ainda que prossiga acima dos valores de 2012 – o Estado gastou 2,65 mil milhões no ano passado com estes subsídios que porém, beneficiam só uma parte dos desempregados.
Aluz que o governo promete Já tantas vezes prometida, a recuperação económica que o governo antecipava para meados deste ano, está agora prometida para 2014. É nesse ano que Vítor Gaspar agora promete algum crescimento (0,6% do PIB), prometendo de seguida três anos seguidos de crescimentos a rondar os 2% – em 2015, 2016 e 2017, economia vai expandir 1,5%, 1,8% e 2,2% nas contas de Vítor Gaspar. Crescimentos baseados nas exportações e retoma do consumo privado, que entre 2015 e 2017 subirá 1% ao ano.
Com alguma animação da procura interna virá um aumento das receitas fiscais. O executivo estima chegar a 2017 com mais 3,46 mil milhões de euros em receitas anuais de impostos do que terá no final deste ano – de 39 mil milhões para 42,4 mil milhões.
Isto quer dizer que grande parte da recuperação económica do país, assenta nas exportações, que por sua vez dependem do crescimento mundial, e da expectativa de evolução positiva do consumo das famílias. O consumo do Estado vai continuar em queda – 2% ao ano –, alimentando mais desemprego.
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