28 maio
2012, Portal do governo
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(Moçambique)
Addis
Abeba (AIM) – O Presidente moçambicano, Armando Guebuza, disse hoje, em Addis
Abeba, que a busca de financiamentos alternativos para a União Africana (UA)
com vista a reduzir a dependência externa é um passo muito importante que reforça
a auto-estima do continente. A busca de financiamentos alternativos para os
países africanos e para a UA foram dos temas mais debatidos pelos Chefes de
Estado e de Governos da organização na sua 21ª cimeira terminada esta
Segunda-feira, em Addis Abeba, e que contou com a participação do estadista
moçambicano.
Falando
em conferência de imprensa, em Addis Abeba, Guebuza disse que os Chefes de
Estado e de Governos africanos são todos unânimes que devem deixar de depender
de forças externas para financiar o funcionamento da sua organização e de que
algo tem de ser feito neste sentido.
“Há países com menores recursos que outros, esse problema não se coloca. O que
está na mesa é que temos que ter financiamento alternativo e isto é um passo
muito grande e alimenta a auto-estima de África como continente”, disse Guebuza.
Segundo o estadista moçambicano, durante a reunião foi apresentada uma proposta de auto-financiamento que deverá ser trabalhada e novamente apresentada aos Chefes de Estado e de Governos da organização na cimeira de Janeiro próximo.
Esta cimeira da UA coincidiu com a celebração dos 50 anos da fundação da Organização da Unidade Africana (OUA), agora transformada em UA, tendo servido de momento para reflectir sobre o tempo de vida da organização, bem como para debater o seu plano estratégico para os próximos 50 anos.
Sobre essa matéria, Guebuza disse que a OUA manteve o seu projecto de libertação dos seus países do colonialismo e foi adaptando-se aos diversos momentos da sua história. Hoje, África tem consciência dos problemas que ainda enfrenta e os países estão a tomar medidas visando enfrentar os mesmos.
“África tem consciência de que ainda não acabou com a pobreza, ainda não tem a vida digna para os seus povos, a vida que o povo merece e a África merece. África tem consciência de que existem situações de ausência de paz, focos de violência, tentativas ou mesmo acções inconstitucionais de tomada de poder”, disse ele.
“E África tem propostas próprias de realizar, continuar a trabalhar para vencer esses desafios”, acrescentou o estadista moçambicano.
Como parte da cimeira, diversos membros da organização realizaram também diversas reuniões paralelas, incluindo uma cimeira extraordinária da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) cujo objectivo era analisar a evolução da situação política na República Democrática do Congo (RD Congo), Madagáscar e Zimbabwe.
Sobre esta cimeira, Guebuza reiterou o posicionamento sobre o processo político de Madagáscar, onde a organização afirma que não vai reconhecer os resultados das eleições de Julho próximo caso sejam vencidas pelo actual presidente de transição, Andry Rajoelina.
Este posicionamento, que é partilhado pela UA, surge pelo facto de Rajoelina e o antigo Presidente malgaxe, Marc Ravalomanana, terem-se comprometido, nos princípios deste ano, perante a SADC e a comunidade internacional de que não se candidatariam as eleições de Julho, uma medida que visa garantir a realização dum processo credível e a consequente restauração da ordem constitucional naquele país.
Contudo, à última hora, Rojoelina submeteu a sua candidatura para estas eleições e Ravalomanana fê-lo através da sua esposa, Lalao Ravalomanana. Outro candidato das mesmas eleições é o antigo Chefe de Estado, Didier Ratsiraka.
A SADC rejeita as três candidaturas e diz que não irá reconhecer os resultados, caso um deles seja proclamado vencedor.
Este fim-de-semana, Rojoelina disse á imprensa que estaria disposto a retirar a sua candidatura, mas na condição dos outros dois adversários também o fizerem.
Armando Guebuza diz que Rojoelina ainda não apresentou essa proposta à SADC.
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