sexta-feira, 24 de maio de 2013

Moçambique precisa diversificar fontes de energia para cobrir demanda



22 maio 2013, Radio Moçambique http://www.rm.co.mz

Galiza Matos

O vice-ministro da Energia, Jaime Himede, diz que Moçambique, a região da África Austral e o mundo em geral precisam de diversificar as suas fontes de energia para fazer face a demanda imposta pelo desenvolvimento do sector industrial, particularmente nos países em desenvolvimento.

Falando hoje, em Maputo, na cerimónia de abertura do Fórum sobre os Desafios da Indústria Energética
, um evento de dois dias, Himede apontou a necessidade para a edificação de infra-estruturas capazes de alavancar o desenvolvimento da indústria emergente resultante da descoberta de novos recursos naturais.

Himede fez lembrar que o ritmo de desenvolvimento económico e social que Moçambique regista ao longo dos últimos anos reflecte-se no aumento da demanda de energia, precisando de aumentar a sua capacidade de geração em pelo menos 100 MW anuais, sem incluir os grandes projectos.

“Moçambique joga papel de relevo nesta matéria e possui um quadro legal favorável no que toca a criação de oportunidades de negócios tendo em conta que a energia é um dos pilares indispensáveis para o desenvolvimento de todos os países, sendo por isso destino preferencial de investimentos”, reconheceu o vice-ministro.

Na procura de soluções para fazer face a este défice energético, segundo Himede, Moçambique está a implementar vários projectos para a produção de energia com destaque para a central de Cahora Bassa Norte (1245MW), Mpanda Nkuwa (fase I de 1500MW e fase II 900MW), Borama (200MW), Lupata (600MW) e Lúrio (120MW).

Estas iniciativas deverão ser acompanhadas pelo fortalecimento e promoção de estratégias nacionais, regionais e continentais para a promoção do desenvolvimento de energias renováveis, sabido que o desenvolvimento da indústria energética requer investimentos avultados que ultrapassam a capacidade de financiamento do sector público.

Para fortalecer a capacidade de financiamento para o desenvolvimento de projectos energéticos o governante apontou como ponte de salvação o estabelecimento de parcerias entre os sectores público e privado.

O desenvolvimento do sector, segundo Himede, não pode depender de uma única fonte pois, para além dos recursos hídricos, Moçambique possui o gás, carvão mineral, etanol, entre outras fontes de energia renováveis capazes de garantir um desenvolvimento sustentável.

O governante sublinhou que as descobertas de recursos que se registam em Moçambique nos últimos tempos impõem a expansão da rede energética e o desenvolvimento de um sector energético sustentável.

Na ocasião, Omar Mitha, economista chefe do Millennium bim, disse que o futuro de Moçambique dependerá da estratégia adoptada pelo governo para o desenvolvimento da indústria energética para servir de alicerce a Pequenas e Médias Empresas (PMEs).

“Até 2025 Moçambique poderá ser um país desenvolvido e, graças aos índices elevados de evolução que está a registar poderá tornar-se a terceira potência em Africa”, avançou Mitha.

Para sustentar a sua posição, Mitha apontou as políticas monetárias de pró-investimento e crédito, o aumento das exportações como factores que vão colocar Moçambique nos patamares e forçar uma adaptação para um novo cenário macroeconómico. (RM/AIM)

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