25 de Maio de 2013, Radio Moçambique
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O Presidente da República, Armando
Guebuza, destacou hoje, em Addis Abeba, a importância da solidariedade dos
países africanos para a libertação do continente, tendo igualmente sublinhado o
papel desempenhado por Moçambique na região.
Falando num debate sobre
“Pan-Africanismo e Renascimento Africano”, inserido nas celebrações da passagem
de 50 anos da criação da Organização da Unidade Africana (OUA) – hoje União
Africana (UA), Guebuza falou do papel desempenhado por Moçambique numa altura
em que o pais também lutava pela sua libertação do jugo colonial português.
“Retribuindo a solidariedade que
recebemos, acolhemos nas zonas libertadas em Moçambique – quando também ainda
lutávamos pela independência – movimentos de libertação que connosco vinham
aprimorar os fundamentos da guerra de guerrilha”, disse o estadista
moçambicano.
Depois da independência nacional,
Moçambique continuou a prestar solidariedade aos povos irmãos, acolhendo
cidadãos perseguidos por se oporem aos regimes ditatoriais que vigoravam nos seus
respectivos países.
“Hoje, o nosso espírito solidário
com outros povos constitui um dos cânones centrais da nossa política externa e
a nossa auto-estima é o fermento para a paz, unidade e cultura de trabalho”,
disse Guebuza, sublinhando que com estes valores “acreditamos que a nossa mãe
África vai vencer. Por isso, a luta continua”.
Guebuza foi um dos vários
intervenientes neste debate, que teve um painel constituído pelo Presidente do
Banco Africano de Desenvolvimento, Donald Kaberuka, o antigo Primeiro-Ministro
da Jamaica, P.J. Patterson, a académica e escritora nigeriana Amina Mama e a
secretária-geral da União da Juventude Pan-Africana, Tendai Wenyika.
As apresentações destes foram
seguidos de debates pelos diversos Chefes de Estado e de Governo da UA – que só
foram limitados pelo reduzido tempo – mas mesmo assim, os lideres do continente
reiteram o seu posicionamento sobre os passos necessários para o
desenvolvimento de África.
As intervenções defenderam a
necessidade de se acelerar a integração de África, a promoção do comércio
intercontinental, desenvolvimento de infra-estruturas, geração de empregos bem
como a apropriação do continente na tomada de decisões.
Contudo, para a maioria desses
desafios, os lideres africanos reconhecem a necessidade de investimentos.
Refira-se que igualmente que a
União Africana pretende tornar estas celebrações do seu jubileu do 50º
aniversário para reflectir sobre os últimos cinquenta anos de esforços em
direcção a unidade africana com a intenção de definir o pan-africanismo para as
futuras gerações.
Igualmente, o evento também serve
como uma plataforma para lançar as bases de discussão do plano estratégico da
UA para os próximos 50 anos, ou seja até 2063.
O estadista moçambicano deverá
ainda discursar no evento, na sua qualidade de Presidente em exercício da
Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). Depois destas
celebrações dos 50 anos da OUA/UA, Guebuza deverá participar na 21/a cimeira da
organização a ter lugar no Domingo e Segunda-feira.
(RM/AIM)
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Relacionada
União Africana /África celebra 50 anos de esforços
pela unidade
25 maio
2013, AngolaPress http://www.portalangop.co.ao
(Angola)
Addis
Abeba - Os líderes africanos celebraram sábado em Addis Abeba os 50 anos de
esforços pela unidade do continente, com a esperança de que o actual boom
económico na África permita realizar os sonhos florescidos durante a
descolonização e independência.
"Os
pais fundadores (da União Africana) se comprometeram em formar a Organização da
Unidade Africana no alvorecer da independência há 50 anos, e é conveniente que
nos encontremos hoje, no momento em que a África se recupera", declarou o
primeiro-ministro etíope Hailemariam Desalegn, anfitrião da cúpula.
Enquanto
a África é cada vez mais cortejada por seus recursos naturais e seu potencial
econômico, as cerimônias de Addis Ababa atraíram muitas personalidades de todo
o mundo.
A
presidente do Brasil, Dilma Rousseff, o secretário de Estado americano, John
Kerry, e o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, participaram da
cerimónia de abertura. O vice-primeiro-ministro da China, Wang Yang, é esperado
durante a tarde, assim como o presidente da França, François Hollande, único
chefe de Estado europeu a priori.
Os
líderes africanos querem celebrar o nascimento, em 25 de maio de 1963, da
Organização da Unidade Africana (OUA), a primeira instituição pan-africana,
criada por 32 chefes de Estado em meio a uma verdadeira onda de descolonização,
e ancestral da actual União Africana (UA), dotada desde 2002 de instituições
mais ambiciosas.
Ao
homenagear os fundadores do projecto de unidade africana, Desalegn estabeleceu
uma nova meta para o pan-africanismo: "a construção de um continente sem
pobreza e conflitos, em que os nossos cidadãos beneficiarão do status de país
de renda média".
"A
auto-suficiência e independência económica evocados por nossos fundadores ainda
estão um pouco fora de alcance, e as desigualdades sociais persistem",
reconheceu, por sua vez, a presidente da Comissão da UA, a sul-africana
Nkosazana Dlamini-Zuma.
"Se
falamos de soluções africanas para os problemas africanos, é porque sabemos que
podemos silenciar as armas, agir em solidariedade e de forma unida",
declarou no pódio da nova sede da UA, construída e financiada pela China.
A China,
que está investindo pesadamente na África há anos, foi o único país a receber
agradecimentos neste sábado. O chefe de Estado etíope expressou "o seu
mais profundo apreço pela China por investir bilhões (...) em infra-estrutura
para apoiar os nossos esforços".
Cerca de
10.000 convidados são esperados na capital etíope - sede histórica da OUA e da
UA - para estas celebrações.
A
organização reservou um orçamento de 1,27 milhões para esta abertura, informou
o Instituto de Estudos de Segurança (ISS). As comemorações do cinquentenário,
que acontecerão ao longo do ano, vão custar cerca de 3 milhões no total,
indicou à AFP o vice-presidente da Comissão da UA, Erastus Mwencha.
O
coreógrafo sul-africano Somzi Mhlongo, que organizou a abertura e encerramento
da Copa do Mundo de 2010 e da Copa das Nações em 2013 na África do Sul,
assegurou ter planeado grandes celebrações.
Uma
centena de bailarinos vão apresentar um programa de uma hora. Entre os músicos
convidados, estão o malinense Salif Keita, o congolês Papa Wemba e o grupo de
reggae britânico Steel Pulse.
Telões
foram instalados por toda Addis Abeba para permitir que as pessoas acompanhassem
as festividades.
Após a
festa, os chefes de Estado vão se concentrar a partir de domingo nos problemas
africanos durante o encontro semi-anual da organização.
Na pauta,
além da prolongada crise política em Madagáscar, será discutida a situação da
segurança na República Democrática do Congo (RDC) e no Sahel, especialmente
após os dois atentados suicidas que deixaram vinte mortos no norte do Níger.
"O
terrorismo é uma séria ameaça para a África. (...) O que está acontecendo no
Níger não é um caso isolado", observou o ministro das Relações Exteriores
etíope, Teodros Adhanom, em uma reunião com John Kerry.
Se o
número de guerras está em declínio na África, a situação sócio-económica,
também em progresso, continua a ser desigual. Ao longo dos últimos 50 anos, os
indicadores de desenvolvimento na África - saúde, educação, mortalidade
infantil, crescimento económico, governança - melhoraram consideravelmente.
Alguns destes países registaram os maiores crescimentos económico no mundo, de
acordo com o FMI.
Mas de
acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das Nações Unidas, os doze
países menos desenvolvidos do mundo estão na África e, entre os 26 países no
fim do ranking, apenas um não é africano: o Afeganistão.
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