8 maio 2013,
Fonte da notícia:
ARPINSUL - Articulação dos Povos
Indígenas da Região Sul
Uma queda de braço desigual e
criminosa!
A
Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul - ARPINSUL, vem a público
manifestar sua indignação e repúdio pela decisão da Ministra Chefe da Casa
Civil Gleisi Hoffmann, em suspender as demarcações de terras indígenas no
Estado do Paraná.
O
pedido da Ministra Chefe da Casa Civil Gleisi Hoffmann, para suspender a
demarcação de terras indígenas no Estado do Paraná, que sempre primou pelo
diálogo com os Povos Indígenas, coloca um marco negativo nas relações
respeitosas que o Paraná exemplarmente desenvolveu com os Povos Indígenas, o
que retrata a arrogância do cargo que Gleisi ocupa na cúpula do governo.
A
causa da lamentável decisão foi a sua suposta candidatura ao governo do Paraná,
onde ela quer ser eleita governadora no próximo ano. As vaias que a Presidente
Dilma recebeu quando em visita nos Estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, por
movimentos organizados pelo agronegócio que disputa a posse das terras
tradicionalmente ocupadas com os Povos Indígenas transmitiu certo peso nas suas
intenções políticas. E para ser eleita, tem que fazer as vontades dos
fazendeiros que com certeza vão financiar seus gastos de campanha.
Outra
condição absurda é submeter a EMBRAPA uma empresa de pesquisa do governo, a avaliação
dos processos demarcatórios das terras indígenas. Isto é no mínimo um ato
nefasto, na medida em que coloca por terra o trabalho sério de técnicos do
próprio governo, para desavergonhadamente privilegiar o agronegócio! A EMBRAPA
é tão somente uma empresa de pesquisa e que agora passa a ter o papel de
avaliar, a fins inconfessáveis, os estudos em andamento realizados pela FUNAI,
desmerecendo e publicamente desmoralizando um órgão do próprio governo, que
chegou ao desgaste que hoje se encontra por desmandos e irresponsabilidades do
próprio Executivo, que gradativamente provocou tal desgaste.
A
falha não é da FUNAI, a falha se deve ao conjunto de decisões equivocadas que o
Estado Brasileiro tem tomado em relação aos Povos Indígenas, que agora são colocados
publicamente como os inimigos do governo e do agronegócio e consequentemente do
desenvolvimento. É muito mais fácil encontrar um culpado para os seus
sucessivos erros, do que encontrar uma saída negociada e civilizada para a
questão indígena, que merece o respeito e a consideração das instituições do
Estado.
Mais
uma vez os direitos indígenas sofrem um duro golpe daquele que deveria
defendê-lo, o Estado Brasileiro, no entanto o agronegócio é o merecedor das
recompensas, da solidariedade e da proteção do Estado Brasileiro em detrimento
de direitos humanos e fundamentais conquistados a nível nacional e na arena
internacional a duras lutas pelos Povos Indígenas, direitos estes jogados no
lixo da história pelos colonizadores e pelo Estado, que agora cala a nossa voz
em nome do desenvolvimento.
Enquanto
o Estado Brasileiro não tratar a questão indígena com o respeito que merece, os
conflitos serão constantes e a violação de direitos humanos se intensificará
ainda mais, porque não nos calaremos e seremos implacáveis na luta pelos
direitos que custaram o sangue dos nossos antepassados!
NUNCA
MAIS UM BRASIL SEM OS POVOS INDÍGENAS!
ARPINSUL
08
de maio de 2013
ARPINSUL
- Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul
Av.
Luiz Xavier, 68 Ed. Gal. Tijucas 20º S.2020 Curitiba - PR. Fax: 55 61 3092
4097/4096
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