Российская газета
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Iúri
Paniev,
especial para Gazeta Russa
Primeiro
vice-presidente da casa, Ivan Mélnikov, disse que a aproximação com os países
latino-americanos é uma das prioridades da política externa russa.
A
Comissão da Duma de Estado (câmara baixa do parlamento russo) para os Assuntos
Internacionais reuniu-se na última segunda-feira (13) para discutir as
prioridades no desenvolvimento das relações entre a Rússia e os países da
América Latina e do Caribe.
Ao abrir
a reunião, o primeiro vice-presidente da casa, Ivan Mélnikov, disse que a
aproximação com os países latino-americanos é uma das prioridades da política
externa russa.
"As
últimas audições parlamentares sobre esse assunto aconteceram há dez anos.
Hoje, a situação é diferente. Na ordem do dia está a multipolaridade do mundo e
não o mundo unipolar", disse Mélnikov.
A lista
dos participantes mostra claramente a atenção dada à América Latina nos órgãos
do poder executivo, de corporações estatais, círculos científicos e da
comunidade empresarial –estiveram presentes representantes dos ministério das
Relações Exteriores e do Desenvolvimento Econômico e de outras entidades. Os
debates sobre os relatórios apresentados envolveram 35 pessoas.
Benefícios
Por um
lado, a América Latina possui um grande potencial de recursos, que se reveste
de especial importância no contexto atual. Por outro, toda uma série de países
da região está adotando um modelo de desenvolvimento econômico baseado em
inovações.
Como
resultado, o PIB total da região atingiu US$ 3,15 trilhões, um montante 2,5
vezes superior ao PIB dos países da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático).
A região apresenta um crescimento sustentado, devendo crescer 4% este ano.
"Tudo
isso faz com que a América Latina se torne uma região promissora para a
cooperação comercial e na área de investimento", acredita o vice-ministro
das Relações Exteriores da Rússia, Serguêi Riabkov. "A Rússia não deve
ficar atrás, nem à parte", completou.
Os
participantes foram unânimes em constatar que a Rússia enfrenta um desafio de
cimentar o diálogo político com a região no desenvolvimento das relações
econômicas e comerciais. Apesar da crise financeira e econômica mundial, o
comércio russo-latino-americano praticamente triplicou entre 2005 e 2012,
atingindo um volume de US$ 16,5 bilhões.
Segundo o
vice-ministro do Desenvolvimento Econômico, Aleksêi Likhachev, nenhuma outra
região do mundo apresenta uma dinâmica semelhante nas trocas comerciais com a
Rússia, que mantém relações comerciais estáveis com 32 dos 40 países da
região.
Mesmo
assim, ainda há dificuldades, afirmaram especialistas durante a reunião. Em
primeiro lugar, o empresariado russo não é muito conhecido na maioria dos
países da América Latina, e sua imagem deixa, não raro, a desejar.
Em
segundo lugar, os empresários russos enfrentam uma forte concorrência na região
por parte dos ocidentais e chineses.
Em
terceiro, as exportações e importações russas são de monocultura –enquanto o
país exporta fertilizantes, alguns equipamentos de guerra, produtos laminados e
alguns equipamentos eletrônicos para a região, importa basicamente produtos
agrícolas.
Finalmente,
o sistema de pagamentos e recebimentos e a cooperação na área de investimento e
científica e tecnológica continuam sendo elos fracos do relacionamento
bilateral.
Segundo o
diretor do Instituto de Estudos sobre a América Latina, Vladímir Davídov, a
cooperação humanitária é uma outra vertente deficitária que não deve exigir
menos esforços do que a cooperação econômica.
Recomendações
Ao
analisar todos os aspectos das relações russo-latino-americanos, os
participantes elaboraram uma série de recomendações para as autoridades
competentes.
O
Ministério das Relações Exteriores deve reforçar a parceria estratégica com o
Brasil, inclusive no âmbito do Brics, bem como a cooperação com Argentina,
Venezuela, Cuba, México e Nicarágua nos assuntos internacionais e nas áreas de
investimento e inovação.
Ano da
América Latina
É
possível que 2014 seja proclamado na Rússia como o Ano da América Latina. A
iniciativa foi apresentada pela organização social Dia Internacional de
Cultura, que, aliás, coordenou os trabalhos da Comissão Organizadora das
audições parlamentares sobre a América Latina.
Os
participantes da reunião consideram importante estabelecer relações sólidas com
associações regionais da América Latina e dar continuidade ao diálogo sobre as
questões relacionadas ao combate ao terrorismo internacional, à ciberameaça e
outros desafios à segurança internacional.
Já o
Ministério do Desenvolvimento Econômico deve intensificar seus esforços na área
de parcerias público-privadas para estimular o interesse dos círculos de negócios
da Rússia pela América Latina. O ministério deve facilitar a entrada da Rússia
no Banco Interamericano de Desenvolvimento, para garantir uma participação mais
efetiva e equitativa do setor privado russo em projetos de grande escala na
região.
O Ministério
da Educação e Ciência deve estudar a hipótese de compensar os gastos de
transporte, o custo dos estudos e o seguro de saúde dos jovens
latino-americanos que vêm à Rússia para estudar nos estabelecimentos de ensino
públicos federais.
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