sexta-feira, 24 de maio de 2013

Cuba/PARA O PRESIDENTE KENNEDY, OS EUA FORAM OS RESPONSÁVEIS PELA DITADURA DE FULGENCIO BATISTA E PELOS ATRASOS DE CUBA NA DÉCADA DE 50



23 maio 2013, Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br (Brasil)


Granma

Em 24 de outubro de 1963, John F. Kennedy, que ocupava a presidência dos EUA, teve uma entrevista com o jornalista Jean Daniel Bensaid que trabalhava para o jornal francês L’Express. 

Durante sua estada nos EUA, Jean Daniel conheceu o jornalista Bem Bradlee, da revista Newsweek, a quem confessou viajaria a Cuba para entrevistar Fidel Castro. Bradlee o informou ao presidente Kennedy e este quis ter uma entrevista com Jean Daniel, cujo propósito era enviar uma mensagem a Fidel Castro.

O doutor Néstor García Iturbe (*) no seu artigo Cuba-Estados Unidos — Kennedy, há 49 anos, publicado em 19 de outubro de 2012, nos oferece a tradução dum fragmento da entrevista entre o jornalista francês e o presidente norte-americano, onde Kennedy reconhece a responsabilidade dos EUA pela ditadura de Fulgencio Batista e pela humilhante colonização econômica de Cuba na década de 50.
Eu creio que não há país no mundo, incluindo qualquer e todos os países que têm estado sob dominação colonial, onde a colonização econômica, humilhação e exploração fossem piores que em Cuba, em parte devido à política do meu país durante o regime de Fulgencio Batista.

Eu concordo com o expressado por Fidel Castro na Serra Maestra, quando com toda justificação exigia justiça e especialmente anelava libertar Cuba da corrupção. Inclusive vou dizer mais: em certo sentido era como se Batista fosse a encarnação dum número de pecados cometidos pelos Estados Unidos.

Agora devemos pagar por esses pecados. Sobre o regime de Batista, eu concordo com os primeiros revolucionários cubanos. Isso está perfeitamente claro.

Como expressa García Iturbe no seu artigo, este pronunciamento não deveu ser muito agradável para os batistianos que se encontravam nos Estados Unidos, incluindo os que integraram a Brigada 2506 e os que já faziam seus primeiros intentos de participação na política do país. Nem tampouco gostarão agora, quando tentam edulcorar aquela época de miséria e terror.

Tampouco deveu soar muito bem nos ouvidos da Agência Central de Inteligência (CIA) e do Pentágono, onde a solução de Cuba não estava em conversações, mas sim em invasões.

*Membro da União de Escritores e Artistas de Cuba (Uneac), do Conselho Cientifico do Instituto Superior das Relações Internacionais e membro adjunto da Associação Cubana de Direito Internacional. Escreve em jornais e revistas nacionais e estrangeiros e participa como conferencista, em diferentes universidades e centros de estudos de Cuba, Estados Unidos e outros países.

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