Renata
Giraldi, repórter da Agência Brasil
Brasília
– A polêmica gerada pela disposição do governo de contratar cerca de 6 mil médicos
de Cuba para trabalhar na atenção primária à saúde nas regiões mais carentes
do país é estimulada, entre outras razões, pela dúvida sobre a formação
profissional deles. Mas o governo cubano rebate as dúvidas com números. Em
Cuba, há 25 faculdades de medicina, todas públicas, e uma Escola
Latino-Americana de Medicina, na qual estudam estrangeiros de 113 países,
inclusive do Brasil.
A
duração do curso de medicina em Cuba, a exemplo do Brasil, é seis anos em
período integral, depois há mais três a quatro anos para especialização.
Pelas regras do Ministério da Educação de Cuba, apenas os alunos que obtêm
notas consideradas altas em uma espécie de vestibular e ao longo do ensino
secundário são aceitos nas faculdades de medicina.
Médicos
cubanos que atuam no Brasil contam que, em Cuba, o estudante tem duas chances
para ser aprovado em uma disciplina na faculdade: se ele for reprovado, é
automaticamente desligado do curso. Na primeira etapa do curso, há aulas de
biomédicas, ciências sociais, morfofisiologia e interdisciplinaridade.
Nas
etapas seguintes do curso, os estudantes de medicina em Cuba têm aulas de
anatomia patológica, genética médica, microbiologia, parasitologia,
semiologia, informática e outras disciplinas. Segundo os médicos cubanos, não
há diferença salarial entre os profissionais exceto pela formação – os que
têm mestrado e doutorado podem ganhar mais.
De
acordo com os profissionais cubanos, todos os estudantes de medicina passam o
sexto ano do curso em período de internato, conhecendo as principais áreas de
um hospital geral. A formação dos profissionais em Cuba é voltada para a
chamada saúde da família: os médicos são clínicos gerais, mas com
conhecimento em pediatria, pequenas cirurgias e até ginecologia e
obstetrícia.
Porém,
a possibilidade de contratar médicos cubanos gera críticas e ressalvas de
profissionais brasileiros. Mas o governo brasileiro considera que a
necessidade de profissionais e de garantia de saúde para toda a população
brasileira deve prevalecer em relação às eventuais restrições aos
estrangeiros.
No
começo do ano, os prefeitos que assumiram os mandatos apresentaram ao governo
federal uma série de demandas na área de saúde. Na relação dos pedidos
apresentados pelos prefeitos estavam a dificuldade de atrair médicos para as
áreas mais carentes, para as periferias das cidades e para o interior do
país.
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