13
maio 2013, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
A China e
Portugal continuam a reforçar a sua importância no comércio com Angola,
enquanto os Estados Unidos da América ou a França perdem peso na balança
comercial daquele país, revelam dados oficiais angolanos citados pelo banco
português BPI.
No
relatório de Março sobre a economia angolana, os analistas do banco BPI
sublinham o reforço das relações comerciais angolanas com Portugal e China, com
este último país a adquirir grande parte das exportações de Angola,
essencialmente constituídas por petróleo.
Dados do
Instituto Nacional de Estatística de Angola mostram que até ao último trimestre
de 2012 quase metade das exportações angolanas tinha como destino a China, um
aumento relativamente aos 36% registados no final do ano de 2011.
Estados
Unidos da América, Índia, Canadá, Taiwan e França viram o seu peso respectivo
nas vendas de Angola baixar, tendência a que apenas a África do Sul resistiu,
enquanto no que se refere às importações angolanas China, Portugal, Brasil e
África do Sul viram a sua participação crescer, os Estados Unidos da América
cederam quota e a França manteve o seu peso relativo.
De acordo
com as mais recentes estimativas do Banco Nacional de Angola e do Fundo
Monetário Internacional as exportações angolanas terão superado 67 mil milhões
de dólares em 2012, um pouco abaixo de 2011, e as importações atingido para
22,6 mil milhões de dólares, com a balança comercial a apresentar um saldo de
44,4 mil milhões de dólares ou 39,5% do PIB.
No
relatório sobre Angola, o BPI afirma ainda que o novo regime legal sobre
liquidação de operações de mercadorias e fluxos de capital da actividade
petrolífera, que obriga a que os pagamentos destes sejam realizados por bancos
angolanos, vai aumentar o volume de moeda estrangeira ao dispor da banca
angolana.
Desde
Outubro do ano passado, o pagamento de mercadorias e fornecimento de serviços a
residentes efectuados por concessionárias ou operadoras petrolíferas, em moeda
nacional ou estrangeira, passam obrigatoriamente por uma instituição financeira
angolana e, a partir de 13 de Maio, o pagamento de impostos deve ser também
efectuado através de bancos angolanos.
Em Julho,
entra em vigor a obrigatoriedade de todos os pagamentos de bens e serviços de
entidades do sector petrolífero serem feitos em moeda nacional, culminando o
processo em Outubro, quando todas as entidades petrolíferas, “serão obrigadas a
processar todos os seus pagamentos através de contas num banco angolano”.
“A lei
fixa que sejam abertas duas contas, uma em dólares para pagamento de bens e
serviços fornecidos ou prestados por entidades estrangeiras e uma segunda, em
kwanzas”, quando o destinatário seja uma entidade residente, refere o BPI.
O banco
espera como consequência um “súbito aumento de operações e volumes no sistema
financeiro”, numa primeira fase, dado que em 2012 o valor estimado das
exportações petrolíferas foi cerca do dobro dos depósitos no sistema bancário
angolano e até “uma ligeira pressão de apreciação sobre a moeda nacional”, o
kwanza.
O BPI prevê
para Angola um crescimento económico de 6,8% este ano, acima das previsões do
FMI (5,5%), mas abaixo da Economist Intelligence Unit (8,3 %) e dos números do
governo (7,1%). (macauhub)
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