7 maio 2013, ODiário.info http://www.odiario.info (Portugal)
O Conselho Português para a Paz e Cooperação condena veementemente os ataques do exército israelita à Síria, que constituem uma inaceitável agressão à soberania e ao povo sírio, uma flagrante violação do direito internacional e o mais completo desrespeito pelos princípios da Carta da Nações Unidas.
Esta nova agressão de Israel à
Síria vem mostrar que o que está efectivamente a acontecer na Síria é uma
guerra de agressão instigada, fomentada e apoiada do exterior, nomeadamente
pelos EUA, a França, a Grã-Bretanha ou a Alemanha, e os seus aliados na região,
como Israel, a Turquia, a Jordânia e as ditaduras do Golfo Pérsico, como a
Arábia Saudita ou o Qatar.
Estes ataques vêm ainda mostrar o
desespero daqueles que, confrontados com o facto da táctica de desestabilização
da Síria – fomentando a dissensão interna e armando os grupos terroristas que
atacam este país – não estar a atingir o objectivo de derrubar o Governo sírio,
procuram, agora, através da provocadora agressão militar directa, escalar o
conflito para justificar uma intervenção militar estrangeira de grande escala.
O ataque de Israel contra a Síria
confirma que Israel é um foco permanente de guerra, agressão e ocupação contra
todos os povos da região. Israel comporta-se como o instrumento e principal
aliado da estratégia de tensão e guerra dos EUA no Médio Oriente. Israel viola
da forma mais ostensiva os direitos dos povos do Médio Oriente, com a ilegal
ocupação da Palestina, de territórios da Síria (os Montes Golã) e do Líbano (as
Quintas de Shebaa) e as sucessivas agressões contra os países, como o Líbano, o
Iraque e agora a Síria.
O apoio que a Administração Obama
deu a estes ataques de Israel à Síria desmascara a farsa que é a política
externa dos EUA, quando afirma defender o direito internacional e os direitos
humanos.
A grave evolução da situação no
Médio Oriente tem demonstrado ter nos EUA a sua principal força
desestabilizadora, que tem o plano de reconfigurar e recolonizar toda uma
região – que denomina por “Grande Médio Oriente” – a fim de explorar os seus
recursos. Todos os países que resistem às intenções de domínio dos EUA na
região são alvo de agressões que visam a debilitação ou, mesmo, a fragmentação
dos seus Estados, como aconteceu com o Iraque e a Líbia ou acontece, agora, com
a Síria, sem esquecer as sanções e ameaças contra o Irão.
Tendo presente o sofrimento já
infligido aos povos do Médio Oriente e alertando para os riscos imprevisíveis
de uma escalada do conflito na Síria, o Conselho Português para a Paz e
Cooperação:
- Exige o fim da agressão externa à Síria;
- Exige o fim das acções de ingerência, da militarização do conflito e do boicote a qualquer esforço e tentativa de solução negociada e política do conflito na Síria, pelas potências ocidentais e seus aliados na região;
- Exige o fim das sanções contra a Síria, cujas primeiras vítimas são a sua população;
- Exige do Governo português, em consonância com a Constituição da República Portuguesa, a clara condenação dos ataques de Israel à Síria;
- Apela, no espírito e respeito da Carta das Nações Unidas, ao diálogo, à negociação e à diplomacia para a resolução pacífica dos conflitos na região;
- Considera que todos os povos, incluindo o da Síria, têm o direito a viver em paz e em democracia e a determinar o seu presente e futuro, livre de quaisquer ingerências e de acordo com as suas decisões soberanas.
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