As empresas MOZ Petroleum Sofala e Moz Petroleum M-10, representantes da “gigante” norte-americana na área de exploração de hidrocarbonetos, denominada Terralliance, poderão iniciar no primeiro trimestre de 2008, caso o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) levado a cabo pela Impacto lhes favoreça, os trabalhos de prospecção de petróleo e gás nos Blocos de Sofala Offshore e M-10 Offshore, respectivamente, localizados ao largo da costa da província do mesmo nome, abrangendo algumas áreas dos distritos de Búzi e Machanga.
Maputo, 2 outubro 2007 - Com efeito, foi realizada sexta-feira, na cidade da Beira, a primeira consulta pública, que tinha como objectivo fornecer às partes interessadas e afectadas informações sobre o projecto, bem como buscar sugestões. Posto isto, a partir de ontem e até finais de Janeiro e/ou princípios de Fevereiro de 2008 decorrerá o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) no terreno, envolvendo vários especialistas da Impacto, empresa moçambicana vocacionada a trabalhos desta natureza.
O Estudo de Impacto Ambiental em alusão vai, entre outras coisas, fazer o levantamento dos mamíferos e tartarugas marinhas e outras espécies sensíveis, bem como fará a descrição das características oceanográficas da região e potenciais impactos de pequenos derrames durante a actividade sísmica. O EIA vai ainda permitir a identificação das rotas de navegação, para determinar potenciais interferências na circulação de navios. Vai, igualmente, incluir um levantamento da actividade pesqueira, para avaliar os potenciais impactos, por forma a defender tanto o dia-a-dia dos pescadores como o ecossistema.
José Gerónimo, consultor da Impacto, revelou que a antevisão que a sua instituição faz leva a crer que não haverá qualquer problema que possa impedir o início das actividades sísmicas no primeiro trimestre de 2008, tendo assegurado que o primeiro “draft” do EIA será publicado entre Novembro ou Dezembro próximos na Beira.
Caso tudo corra como previsto, a prospecção irá arrancar entre Março e Abril do próximo ano, envolvendo uma embarcação de 38,53 metros de comprimentos, 12,8 de largura e um peso bruto de 784 toneladas, que vai operar numa área estimada em 11 mil quilómetros quadrados.
Na essência, é objectivo da prospecção determinar se as estruturas geológicas abaixo do fundo do mar nas zonas dos blocos visados são propensas à ocorrência de hidrocarbonetos. Alguns especialistas presentes no encontro da Beira afirmaram haver fortes possibilidades de existência de petróleo e gás naquela região, se se tomar em consideração a sua composição física, que é considerada similar à de Pande, em Inhambane, onde este recurso já está a trazer divisas para o país.
As actividades serão desenvolvidas durante praticamente todo o próximo ano, em mar aberto, inteiramente na plataforma continental, com profundidades que variam de 20 a 65 metros, consistindo no lançamento de uma sonda com um peso avaliado em uma tonelada e que vai colectar 200 amostras. Para isso, o empreiteiro vai precisar de dois a três milhões de dólares, envolvendo 20 especialistas nacionais e estrangeiros.
Esta não é a primeira actividade do género a ser levada a cabo naquela região do país. A última ocorreu em 1981, mas teve resultados negativos. Contudo, Fritz Foss, consultor da Terralliance, mostra-se esperançado em bons resultados. Defende que as anteriores pesquisas poderão ter encalhado por fragilidade da tecnologia aplicada. Garantiu, por outro lado, que a sua instituição vai indemnizar todas as possíveis vítimas e, acima de tudo, respeitar as recomendações do EIA, evitando que se cometam crimes ambientais. (Notícias)
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