domingo, 24 de fevereiro de 2008

Brasil/País deve fazer novas dívidas e investir na infra-estrutura sul-americana, diz Lula

Mylena Fiori, enviada especial/Agência Brasil

Buenos Aires, 22 fevereiro 2008 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (22) que o Brasil deve aproveitar que passou da condição de devedor à de credor internacional para fazer novas dívidas e investir na infra-estrutura sul-americana.
Ontem (21), o Banco Central informou que as reservas internacionais e outros ativos ultrapassaram a dívida externa e o Brasil, pela primeira vez na História, deixou de ser devedor. "Precisamos agora aproveitar uma situação – se não privilegiada, melhor, que temos todos os países –, e começar a nos endividar. Não para gastar dinheiro à toa. Para gastar com infra-estrutura, para facilitar o desenvolvimento da América do Sul", disse Lula, de improviso, em discurso no Congresso Nacional argentino.
No que depender da disposição de Lula, a área energética estará entre as prioridades destes investimentos. O presidente, que amanhã (23) pela manhã tratará do risco de desabastecimento argentino com a presidente Cristina Kirchner e com o presidente boliviano Evo Morales, destacou que este tipo de discussão deveria ser estendido a toda a América do Sul. "Nunca paramos para pensar na deficiência estrutural da falta de energia no nosso continente", disse. "Do ponto de vista energético, com mais ou menos deficiência, todos temos problemas", completou.
Lula afirmou ainda que uma verdadeira integração depende do planejamento estratégico da área energética, ao enfatizar que é preciso definir qual o potencial hídrico, de biocombustíveis e nuclear da América do Sul para a construção de um projeto conjunto, sem que seja necessário que cada país abra mão "da individualidade e da soberania".
"Temos limites porque nunca pensamos com muita seriedade a integração que nós queremos fazer", enfatizou. E alertou para a responsabilidade do Brasil e da Argentina nesse processo. "Países como o Brasil, sobretudo, países como a Argentina, países com o maior potencial econômico têm que ter solidariedade com os países mais pobres e ajudá-los a se desenvolver", disse o presidente, sob aplausos dos parlamentares.
E reiterou: "Não adianta uma Argentina rica se todos os outros forem pobres ou um Brasil rico se todos os outros forem pobres. É preciso que cresçamos juntos."

http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/02/22/materia.2008-02-22.2340976062/view

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