Maputo, Moçambique, 29 fevereiro 2008 - A "joint-venture" russo-holandesa Salym Petroleum Development (SPD) vai planear e gerir as operações de perfuração de dois poços na baía de Sofala, centro de Moçambique, de acordo com a imprensa moçambicano que cita o director técnico da empresa.
O contrato inclui a realização de quatro perfurações opcionais e pode constituir o início de uma parceria de prazo mais alargado com a petrolífera sul-africana Sasol, detentora da concessão.
A SPD é uma "joint-venture" criada em 1996 entre a empresa russa Evikhon e a petrolífera Shell para explorar os poços de petróleo de Salym, descobertos nos anos 1960 na Sibéria ocidental, no coração da indústria de petróleos russa.
Com o petróleo em Moçambique ainda em fase de prospecção - que no início deste ano se vai intensificar - a dúvida subsiste sobre se existem ou não reservas em quantidade suficiente para justificar o investimento e a exploração comercial.
O executivo de Maputo tem manifestado a sua confiança na existência de reservas de petróleo no país passíveis de serem exploradas comercialmente, em especial na bacia do Rovuma (rio que separa Moçambique da Tanzânia, no norte) e no delta do Zambeze (centro), mas remetendo sempre a palavra final para as empresas que estão na prospecção.
Recentemente, a norte-americana Anadarko, a ENI, de Itália, a Norsk Hydro e a DNO, ambas da Noruega, a Petronas, da Malásia, e a Artumas, do Canadá, venceram concursos lançados pelo governo moçambicano para a prospecção petrolífera na bacia do Rovuma.
Resultados preliminares de um estudo recentemente divulgado, realizado pela norte-americana Rose & Associates a pedido da companhia petrolífera canadiana Artumas, indicam que a bacia do Rovuma tem potencial de petróleo em quantidades passíveis de exploração, mas com uma probabilidade de sucesso da iniciativa de 18 por cento.
Pesquisas efectuadas em 1986 pela petrolífera Esso e, em 1998, pela empresa Lohnropet, subsidiária da empresa britânica Lohnro, indicaram não existir petróleo na região, mas sim depósitos de gás (os pesquisadores no terreno têm referido a presença de quantidades significativas desta matéria-prima na bacia do Rovuma).
Em paralelo, o governo moçambicano lançou em Dezembro do ano passado, o terceiro concurso internacional para a pesquisa de petróleo, desta feita na bacia de Moçambique, numa área de 61 mil quilómetros quadrados que inclui o sul da província da Zambézia e o norte da província de Inhambane (centro).
Nesta zona do país já estão presentes, entre outros, a petrolífera brasileira Petrobras que, em parceria com a Petronas (Malásia), actua na produção de hidrocarbonetos na foz do rio Zambeze.
A Petronas firmou no ano passado com a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (estatal) um acordo para a exploração de petróleo e gás natural em Moçambique.
A companhia petrolífera malaia deverá, por seu turno, começar no primeiro semestre deste ano a segunda fase de pesquisas de petróleo no Delta do Zambeze, estando prevista a realização de um furo "offshore" com um custo de 20 a 25 milhões de dólares. (macauhub)
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