Luanda, Angola, 18 fevereiro 2008 – Escolas, institutos superiores e sistemas de água e electricidade são as infra-estruturas que a linha de crédito da China a Angola mais tem ajudado a erigir e a apetrechar, revelam dados oficiais angolanos a que a macauhub teve acesso.
De acordo com os dados do Ministério das Finanças angolano, ao abrigo da Linha de Crédito da China estavam adjudicados no final do ano passado projectos nos sectores de Energia e Águas num montante total de 243,8 milhões de dólares, cerca de um quinto do total disponível para investimentos.
Seguia-se o sector da Educação, com projectos num montante de 217,2 milhões de dólares, as Obras Públicas, com 211,7 milhões, e em quarto lugar a Saúde, com 206,1 milhões, à frente da Agricultura, Comunicação Social e Transportes.
Na Electricidade, destacam-se os projectos da segunda fase de reabilitação e expansão da rede eléctrica de Luanda e ainda as interligações Quifangondo-Mabubas, Viana-Lunda Sul-Cazenga, Capanda-Lucala-Ndalatando e Cambambe-Luanda.
Na Água e Saneamento, foram já concluídos ou encontram-se em fase de conclusão os novos sistemas de águas de Luanda e do Huambo e a reabilitação do sistema de abastecimento de água de Caxito, Catete e Uíge.
Estes projectos envolveram mais de 330 trabalhadores angolanos e perto de 450 chineses, segundo a mesma fonte.O projecto que exigiu mais mão-de-obra foi a reabilitação do sistema de Águas de Luanda (303, praticamente igual número de angolanos e chineses).
No campo da Educação, destaca-se a reconstrução e reapetrechamento dos Institutos Médios Agrários de Huambo, Bié e Késsua.Em conclusão estão ainda dois novos Institutos Médios Agrários – Kwanza Norte e Kwanza Sul – e oito politécnicos – quatro em Luanda (Sambizanga, Cacuaco, Cazenga e Viana), e os restantes no Sumbe, Huíla, Benguela e Lobito.
Ainda ao abrigo da linha de crédito chinesa, foram criadas três novas escolas secundárias em Luanda (Viana, Cacuaco e Nova Vida), duas em Malange, uma na Huíla, e outra em Benguela.
A Educação é o sector cujos projectos têm execução física mais avançada – os politécnicos quase todos a 100 por cento, tal como as escolas secundárias da capital angolana, segundo os mesmos dados.Os projectos que envolveram mais mão-de-obra foram o do politécnico do Sumbe (112 angolanos e 58 chineses), e os institutos agrários.
No domínio da Saúde, o destaque vai para a reabilitação e apetrechamento dos hospitais de Benguela, Malange, Kwanza Norte e Kwanza Sul, além da construção e equipamento de novos hospitais no Huambo e no Lubango.
Novos centros de saúde estão instalados ou em fase final de instalação em Malange (Cangandala , Carreira de Tiros e Caculama), prevendo-se ainda a reabilitação de unidades do género no Huambo e Kwanza Norte (Dondo e Ndalatando). Ainda no domínio da saúde, prevê-se a aquisição de 86 ambulâncias, entre outros equipamentos e infra-estruturas complementares.A linha de crédito da China, disponibilizada através do Eximbank, prevê na sua primeira fase um montante total de dois mil milhões de dólares, tendo-se convertido numa das principais fontes de financiamento do Programa de Investimentos Públicos angolano.
No segundo semestre de 2007, estavam desembolsados 1.109 milhões de dólares e por desembolsar 346,6 milhões, encontrando-se o restante comprometido.
As Obras Públicas são o quinto sector mais beneficiado pelo capital disponibilizado pela China - 211,7 milhões de dólares, destacando-se a estrada Kifangondo-Caxito-Uíge-Ngage.
Segue-se a Agricultura - 149,7 milhões de dólares até final do ano passado, investimento concentrado nos projectos de irrigação do Caxito, Gangelas, Waco-Kungo e Luena. No domínio da Comunicação Social, destaca-se a construção e apetrechamento do Centro de Produção da Televisão Popular de Angola (Camama), iniciada em 2005 e concluída no final do ano passado. Segundo dados divulgados no final do ano passado pelo governo angolano, o apoio financeiro chinês de sete mil milhões de dólares.Encontra-se já contratada uma segunda linha de crédito do Eximbank, no valor de mais dois mil milhões de dólares.
Paralelamente, as verbas disponibilizadas pelo Fundo Internacional da China (CIF, na sigla em inglês) rondam 2,9 mil milhões de dólares.
De acordo com dados recentemente veiculados pelo Banco Mundial, com base em estatísticas do governo angolano, a linha de crédito do CIF tem um montante total previsto de 9,8 mil milhões de dólares. (macauhub)
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