Maputo, 21 fevereiro 2008 - Moçambique figura neste momento como um dos países com uma das mais elevadas taxas de mortalidade materna no mundo, com cerca de 408 mortes maternas por cada 100 mil nados vivos. Isto significa que morrem em média por ano, no país, 3.840 mulheres, cerca de 11 por dia, devido a complicações de gravidez e parto. Vários factores contribuem para este mal, nomeadamente a escassez de trabalhadores da saúde para suprir as necessidades do sector, bem como a qualidade dos serviços por eles prestados, a iniquidade e parcialidade na colocação de recursos humanos qualificados e as condições inadequadas de trabalho, sobretudo em termos de infra-estruturas, equipamento, manutenção e medicamentos, entre outros.
Esta é uma das razões que levou ontem o Presidente da República, Armando Guebuza, a lançar a Iniciativa Presidencial para a Saúde da Mulher e da Criança, cujo objectivo principal é de fazer a mobilização de todos os intervenientes a nível familiar, comunitário, sectores público e privado para acelerarem o progresso na redução da mortalidade materna, neonatal e infantil. Pretende-se, em última análise, a promoção da saúde da família em Moçambique, através da intensificação e fortalecimento de acções multisectoriais, assegurando a mobilização de recursos para o reforço dos sistemas de saúde e o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM), nesta área.
Ontem, no quadro desta iniciativa, o Chefe do Estado moçambicano reuniu-se com os trabalhadores do sector com o objectivo de trocar impressões e ouvir deles ideias sobre como reduzir as mortes maternas, neonatais e infantis e melhorar a saúde das mães e das crianças.
Tratou-se do primeiro de uma série de encontros com o mesmo objectivo que, ao longo desta semana, o estadista vai manter com os representantes de diversos segmentos da sociedade, nomeadamente com as próprias mulheres e ainda com líderes religiosos e comunitários.
A Iniciativa Presidencial para este sector específico da saúde em Moçambique constitui a expressão do cometimento político ao mais alto nível da liderança do país, despertando o conhecimento, iniciativas e acções tendentes a colocar a saúde e o bem-estar da mulher e da criança na mais elevada prioridade em todos os níveis de liderança e de intervenção.
É que, a despeito de muito ter sido feito, ao longo dos anos em prol da saúde da mãe e da criança, as actuais tendências mostram que se não forem feitos esforços adicionais para atingir os Objectivos do Desenvolvimento do Milénio nesta área será pouco provável que sejam alcançados. “Por esse facto, temos que fazer esforços adicionais para não comprometermos nossos objectivos ”, disse o Presidente da República, para quem a morte de uma mãe constitui uma tragédia no seio da família e uma grande perda na sua comunidade, pois, de acordo com as suas palavras, ela é o suporte moral, social e económico da família e da comunidade.
Assinalou ainda que a morte de uma mãe devido a complicações de gravidez ou parto, constitui em qualquer sociedade uma das piores tragédias, pois isto pode quase sempre ser evitado.
“Toda a mulher que vai à maternidade para ter parto espera trazer ao mundo uma nova vida e não para morrer”, disse o Chefe do Estado. (Teodósio Ângelo/Notícias)
Nenhum comentário:
Postar um comentário