Com novas áreas e projectos de cooperação em carteira por explorar, o Presidente Armando Guebuza encontra-se desde ontem na cidade de São Paulo, na primeira etapa da sua primeira visita de Estado à República Federativa do Brasil. Na sua presença de pouco mais de uma semana naquele país, o Chefe do Estado irá testemunhar, entre outras realizações, a assinatura de novos acordos de cooperação entre os dois países, com particular enfoque para os que dizem respeito à Educação, construção e habitação, hidrocarbonetos e energia.
Maputo, Quarta-Feira, 5 de Setembro de 2007 - Presentemente, interessa muito a Moçambique vir também ao Brasil para explorar as diversas oportunidades de negócio, no quadro da grande cruzada pela atracção geral de investimentos em que o país está envolvido. É largamente conhecido o potencial de conhecimento científico e tecnológico de que o Brasil é detentor hoje e com grande experiência nas áreas de ensino à distância, produção, uso e aproveitamento dos combustíveis, para além do domínio que já conquistou na construção civil, nomeadamente no que à habitação diz respeito.
Esta estada da comitiva moçambicana no Brasil é descrita pelos círculos de opinião locais como sendo uma oportunidade apropriada para as autoridades moçambicanas, aos mais diversos níveis, revisitarem os importantes "dossiers" com as suas contrapartes brasileiras. Está de certeza na memória de todos nós um dos investimentos de vulto no sector das minas de carvão mineral que envolve a Companhia do Vale do Rio Doce (CVRD), que já está a trabalhar para a exploração daquele potencial ainda adormecido na vila de Moatize, em Tete, cujas jazidas, segundo estudos já tornados públicos, armazenam perto de 2,5 biliões de toneladas do referido mineral, com um investimento acima de um bilião de dólares.
Na mesma perspectiva de avaliação estará o grau de implementação das obras de construção da futura fábrica de anti-retrovirais, que numa primeira fase produzirá medicamentos para assistência aos que sofrem de SIDA, e cujo aval político para a sua edificação foi recentemente dado pelo Conselho de Ministros do nosso país. Sobre o empreendimento, uma vez decidida a sua construção, será agora a vez de ver como passar dos projectos e estudos à prática, dado o carácter urgente que o assunto em si impõe, pois trata-se de agir para prolongar a vida de milhões de moçambicanos já infectados.
De referir que um dos aspectos que será de suma importância aprender com os brasileiros é justamente saber como é que eles lograram oferecer tratamento grátis a todos os doentes.
Enquanto isso, nos meios políticos locais esta presença de Armando Guebuza é descrita como sendo a continuação do cada vez mais crescente relacionamento entre os dois países, sinais que se vêm registando de forma intensa desde a visita que o Presidente Lula da Silva efectuou a Moçambique em 2003. Enquadra-se também nesse espírito a eleição do Presidente Guebuza como um dos convidados de honra para as celebrações dos 182 anos da independência do Brasil, que se assinalam no próximo dia 7 de Setembro. O Estadista moçambicano é o terceiro a merecer tal escolha, depois que tiveram distinção os presidentes da Alemanha e da Nigéria. Trata-se de um formato protocolar e de governação adoptado por Lula da Silva desde que está à frente dos destinos do Brasil.
Esta deslocação tem também um cunho marcadamente empresarial, traduzido no facto de o Chefe do Estado se fazer acompanhar por mais de 60 homens de negócios moçambicanos representando diversas áreas de actividade.
Do lado dos membros do Governo que fazem parte da comitiva presidencial estão, entre outros, os ministros dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Alcinda Abreu, da Educação e Cultura, Aires Ali, da Indústria e Comércio, António Fernando, dos Recursos Minerais, Esperanças Bias, e da Energia, Salvador Namburete. (Noticias, Alfredo Macaringue, em São Paulo)
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